Flor Narrando
Faz luas que eu não vejo ou tenho notícias do lobo. Ele simplesmente sumiu sem deixar rastros. Tenho medo dele ter sido capturado por humanos ou dele ter encontrado outro alguém…
Depois da ida dele, eu comecei a me aproximar dos outros moradores da vila( os moradores são os animais, imaginem eles como os animais de zootopia ) e eles me deram o nome de Flor, pois disseram que eu sou delicada e linda igual a uma Flor.
Desde então, eu vivo trabalhando com eles e até que tenho uma vida feliz.
— Flor, vamos pegar maçãs no bosque. O Liph falou que tem um enorme pé de maçã lá e que ele está cheio de maçãs enormes!
Coll, um coelho adolescente chega na frente da minha casa gritando e eu rapidamente peço para ele me esperar enquanto eu busco a minha cesta e o meu capuz vermelho. Fomos andando pela vila e quase na saída dela encontramos o Liph, um cervo adolescente.
— A mamãe falou para a gente não demorar muito lá, disseram que pela noite, os lobos descem para caçar.
Disse Liph.
— Então a história é verdadeira?
Eu perguntei e os dois confirmaram com as cabeças. Lobos, realmente há lobos vindo para a vila. Se continuar assim, em breve eles irão atacar a vila!
— Vamos depressa crianças, o anoitecer não irá demorar a chegar!
— Certo! — Respondem os dois ao mesmo tempo.
Fomos pelo caminho mais curto e quando chegamos lá, encontramos várias maçãs no chão. Deixei eles pegando as maçãs que estavam no chão e fui pegar as que estavam em cima. Depois de encher as sextas, eu olhei para o céu e notei alguns flocos de neve caindo, demonstrando que a noite estava chegando.
Voltamos para casa pelo mesmo caminho e quando chegamos na vila, já estava de noite. Deixei os dois em casa e fui conversar com a Gal, mãe do Coll.
— Gal, e se os lobos vierem para cá? A vila é pequena e mal temos guerreiros! — Disse com pavor.
Gal deixou os pratos sujos de lado, limpou a sua mão no pano de prato e respondeu-me:
— Teremos que fortalecer as nossas casas. Não vamos ter alguém para proteger a vila ou lutar por nós, então nós mesmo teremos que fazer isso, Flor.
— Às crianças, elas estão apavoradas. E sem o lobo por aqui…tudo se torna ainda mais difícil...
Digo e sinto o vazio no meu peito se intensificar.
— Sim, com o lobo aqui tínhamos proteção, pois os outros tinham medo dele. Mas agora ele não está mais e todos já sabem que ele partiu a luas!
— Os anciãos. Eles não disseram nada a respeito dos lobos?
— Não. Aqueles velhos só querem comer, eles não ligam para nós!
Gal exclamou em fúria e eu concordei com a cabeça. Agora, somos nós, por nós mesmos. Se quisermos sobreviver, teremos que nos manter em segurança.
— Eu irei embora agora, já está tarde e começou a nevar.
— Tome cuidado na volta, meu bem.
— Tomarei!
Me despedi dela e assim que eu saí e me afastei da casa, avistei o marido da senhora Gal retornando para casa. Ele aparentava estar nervoso e olhava para trás o tempo todo. Estranhei aquilo, mas continuei andando.
Como eu moro no final da vila, eu passo alguns minutos andando. Por onde eu passava, eu notava que não havia ninguém do lado de fora, achei aquilo estranho, já que era normal eu avistar algumas crianças brincando enquanto eu seus pais conversavam com os vizinhos do lado de fora.
Sentindo o meu corpo esfriar a cada minuto que passava, eu aumentei os meus passos e olhei para o céu. A neve já cobria todo o chão e isso dificultava a minha locomoção. Comecei a tremer de frio e quando saí da vila e avistei a minha casa, ouvi rosnados vindo de trás de alguns arbustos.
Parei de andar e senti um frio na espinha. Olhei ao redor, mas não conseguia ver nada. Com medo, eu corri, mas devido a neve está muito intensa, eu acabei caindo e logo em seguida algo grande e pesado caiu em cima de mim.
Soltei um grito de total pânico, mas o meu grito foi abafado pela neve, pois quando eu caí, acabei afundando o meu rosto nela. Eu sentia as garras daquela coisa arranhando a minha pele e aquilo doía demais. As minhas lágrimas eram congeladas pela neve, enquanto os meus gritos de dor eram abafados pela mesma.
— Uma humana… uma humana tão cheirosa e macia…
A voz do provável lobo era rouca e ele babava por cima do meu corpo. Ele lambeu os lugares que havia me machucado e rosnou, então começou a rasgar as minhas vestes com fúria, machucando o meu corpo ferozmente.
— Uma pele tão clara…um gosto tão doce e um cheiro delicioso! Eu quero te devorar!!
Ele urrou e agarrou um braço meu, quando eu senti o meu braço dentro da sua boca e o mesmo o lambendo, eu percebi que aquele era o meu fim. Eu ia ser devorada por esse maldito lobo! Então, quando ele estava espetando o meu braço com as pontas dos seus dentes, ouvi o som de algo muito pesado correndo na nossa direção.
Eu pensei que fosse outro aliado dele, mas não, aquilo que veio em disparada o jogou para longe de mim. Ouvi o som de árvores sendo derrubadas, enquanto um rabo peludo e macio passava por cima da minha cabeça. Levantei a minha cabeça com lentidão, pois todo o meu corpo doía e quando encarei o rabo que balançava em cima de mim, o meu coração disparou e as lágrimas se formaram violentamente no meu rosto.
— L-lobo?
O lobo virou-se para mim, ele deu um sorrisinho e disse:
— Eu disse que voltaria, não foi?
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Atualizado até capítulo 70
Comments
Ezanira Rodrigues
Ele cumpriu a promessa.🥰🥰🥰🥰
2024-10-24
1
juliana Sereno
Que lindo voltou na hora certaaaaaa/Angry//Angry//Angry//Angry//Angry//Angry//Angry/
2024-10-16
3