Lorenzo Ferrari

O final de semana passou rápido demais .

Infelizmente estou a viajar a trabalho.

Odeio esse tipo de viagem, porque é reunião por cima de reunião.

Mas como é assunto sério, eu preciso participar.

Sorte a nossa que fechamos o contrato com os melhores advogados do momento.

Estou confiante que é causa ganha.

O Salvatore falou que a advogada embarcou no avião, mais cedo.

Bom que vou aproveitar para conhecê-la.

...

Estamos a ir direto para o escritório. Precisamos combinar como vamos agir amanhã na reunião que vamos ter com os filhos do Sr. que me vendeu as terras que eram alugadas.

Entro na sala de reunião, e não acredito no que vejo.

Aquela 'advogadazinha' da ‘boate’ de língua afiada.

Só pode ser brincadeira. Ela é a advogada da minha empresa.

Eita! mundo pequeno!

Ela fecha uma cara, quando me vê.

Ah, mas ela vai se arrepender de ter falado daquele jeito comigo.

Se ela disse que não me conhecia, vou mostrar-lhe quem eu sou.

A reunião terminou, não vou deixá-la sair sem antes se desculpar comigo.

Quando todos saem da sala, eu puxo-a e pergunto se ela não me deve um pedido de desculpas.

A mulher é brava e abusada.

Não se intimida facilmente.

Estou a começar a achar interessante. Ela quer medir forças comigo, vamos vê se ela aguenta.

Ela sai da sala cuspindo fogo.

Estamos hospedados no mesmo hotel.

Pelo jeito a marrenta preferiu ir por conta própria para o hotel.

Bem melhor assim. Quero distância dessa louca.

Se ela não fosse tão boa no que faz, como já foi pesquisado, eu quebraria o contrato com a empresa dela hoje mesmo.

Mas, pensar bem, é uma oportunidade perfeita de dar uma lição nessa advogada de nariz empinado.

Chego no hotel e ela já subira pro seu quarto.

Resolvo descansar um pouco.

Mas tarde desço para jantar.

Acabei de dormir mais do que eu esperava.

Quando chego ao restaurante ao lado do hotel, o Salvatore estava na mesa conversando amigavelmente com aquela advogada.

Ela não olha para ele como ela me olha. Ela é calma, sorridente.

Quem vê pensa até que ela é uma mulher meiga e doce.

Aproximo-me deles. Quando ela me ver, imediatamente fecha a cara.

 Cumprimento eles e sento-me na cadeira de frente para ela.

Ela responde seco Boa noite!

 E já vai pedindo licença, dizendo que precisa ir descansar.

" Calma dona Advogada! A minha presença incomoda tanto assim? Fica mais um pouco, parecia estar a gostar da conversa com o meu primo."

Ela lança-me um olhar de fúria.

" Eu estava a gostar da conversa, mas infelizmente o ambiente ficou contaminado, talvez porque pessoas desagradáveis e sem educação pensam serem suportáveis onde quer que cheguem. Mas como não consigo aceitar qualquer coisa no mesmo ambiente que eu, prefiro retirar-me."

Ela da boa noite! Vira de costas e vai embora.

Me deixando de boca aberta com tamanha ousadia.

Fico puto de raiva quando esse imbecil do Salvatore fica a rir da minha cara.

" Primo que essa mulher tem algo contra você eu já percebi, agora conta-me que porra que você fez para ela te odiar tanto assim? " E para ser sincero, é a primeira vez que vejo alguém deixar-te sem palavras."

Conto para ele o acontecido na boate. Ele diz que isso tá parecendo briga de casal, vai acabar dando namoro .

Pergunto se ele está ficando louco .

Com essa descontrolada, língua afiada, não quero nada além do trabalho que ela presta para nossa empresa.

Mas que vou dar-lhe uma lição boa eu vou.

Ela vai aprender a me respeitar.

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