LORENZO - ROTINA

Após o comunicado dos meus pais, os mesmos partiram em viagem ontem, não sabemos o destino mas acredito que seja algum lugar paradisíaco, como meus pais não estão em casa aproveitei para sair cedo e fugir do café da manhã e das gracinhas de Gianluca

— Bom dia, Don! — diz minha secretária, assustada ao me ver chegar antes do horário de rotina.

— Bom dia, Diana! O que temos para hoje? — pergunto me dirigindo ao meu escritório. Além de ser chefe da máfia, eu também sou empresário e tenho muitos empreendimentos pela cidade, nesse escritório eu trato tanto dos assuntos da máfia quanto dos empreendimentos e Diana é uma excelente secretária e membro da máfia.

— Algumas reuniões vou conferir sua agenda e já informo, o senhor está adiantado hoje — diz a doce senhora me acompanhando.

— E você já deveria ter em mente os meus compromissos do dia. Quando minhas cópias chegarem avisa que eu quero falar com eles — assim ela se retira e eu vou responder alguns e-mails.

Ser o chefe da maior máfia que existe não é nada fácil pois a máfia te molda e tira de você tudo que pode ser ou parece ser uma fraqueza, somos treinados para duvidar de todos e matar sem pensar duas vezes, somos treinados para ser cruel até com quem amamos. Meu avô paterno foi um homem muito temido, mas isso não quer dizer que era respeitado, as pessoas tinham medo dele pois era cruel, não respeitava mulheres nem crianças e chegou a trabalhar com tráfico humano, quando o infeliz morreu meu pai se tornou Don e mudou tudo acabou com o tráfico humano, fez os negócios prosperar e conquistou o respeito de todos, isso vai de políticos a ladrão de rua, todos respeita o Senhor Guiseppe Matarazzo e consequentemente a mim não por ser um Matarazzo e sim por impor respeito e sempre procurar ser justo.

— Quer falar conosco, Lorenzo? — Ouço a voz de Gian me tirando dos pensamentos ao entrar em minha sala sem bater na porta.

— Não sabe bater na porta, não caralh*? — pergunto, vendo um sorrisinho surgir nos lábios do bastardo, tenho certeza que a vida de Gian é procurar motivos para irritar todos à sua volta.

— Somos família, não precisamos de formalidade — diz se sentando — Qual o motivo da imitação?

— Recebi um email do nosso Tio Domenico pedindo autorização para voltar à Itália juntamente com Juan, nosso primo

— Nosso pai sabe disso? — pergunta Guillermo com sua cara característica de poucos amigos.

— Não, disse que veio pedir diretamente a mim por ser o líder da organização já que meu pai está aposentado

— Acho que NOSSO pai teve bons motivos para proibir a entrega dele em nosso território — diz Gian na sua versão sub chefe.

— O Gian tem razão, não acredito que venha coisa boa daqueles dois. Até hoje não sabemos exatamente o motivo pelo qual nosso pai baniu o próprio irmão de pisar os pés na Itália sendo que o mesmo também era herdeiro e na época era seu sub chefe — diz Guillermo.

— Concordo com vocês, mas estou bastante curioso para saber o porquê dele aparecer agora depois de 20 anos longe, isso não me cheira bem — digo sabendo que não vem coisa boa por aí.

— Você pretende autorizar o retorno deles, fratello? — pergunta Guillermo.

— Não, eu confio plenamente em nosso pai e sei que ele é um homem justo e não exilaria o próprio irmão sem um bom motivo. Por enquanto vou deixar esse assunto em segundo plano, mas fiquem atentos

— A última vez que tive notícia de Domenico ele tinha se estabelecido na Irlanda, ainda está por lá? — pergunta Guillermo enquanto analisa o pente de sua arma.

— Creio que sim, a máfia irlandesa seria a única a abrigar um exilado da COSA NOSTRA pois até a Rússia e nossa aliada, nenhum outro território aceitaria um exilado nosso — digo convicto pois sem que temos muitos aliados.

— Se ele entrou em contato uma vez, com certeza vai procurar por você novamente — diz Gian.

— Também acredito nisso. Mudando de assunto, temos um carregamento de armas para chegar em três dias, tudo certo?

— Sim, fiquei de receber as armas com o Alessandro — diz Guillermo, Alessandro e nosso amigo e capitão dos soldados, um dos melhores lutadores que já vi.

— Certo, levem mais 20 homens com vocês, pois eu e Gian estaremos no jantar beneficente do governador em Roma e assim que tiver tudo certo com carregamento me avisem

— Vai retornar a Sicília no mesmo dia? — pergunta Guillermo.

— Espero que não, pretendo matar minha saudade das boc*tas romanas — diz o bastardo com seu típico sorriso nos lábios.

— Só pensa em boceta*s, Gian?

— Queria que eu pensasse em pa*s, assim como você Guillermo? — provoca o bastardo.

— Vou fazer meu trabalho, já que o subchefe parece um adolescentes mimado — diz Guillermo saindo do escritório.

— Você tem que fazer piada de tudo, caralh@? — pergunto já sem paciência, Gian é inteligente, sagaz, ótimo em negociação mas não consegue segurar a porr@ da língua, tem sempre que fazer uma piadinha se tornando inconveniente.

— Vocês são dois mau humorados, se não fossem eu seríamos o trio das trevas — diz mexendo em minhas bebidas.

— Pode sair, não temos mais assunto para tratarmos — digo antes dele virar a garrafa de uísque no copo.

🗓️ TRÊS DIAS DEPOIS

Depois de passar a rota da entrega das armas com Guillermo e Alessandro, fui com Gianluca para a pista de pouso da família, pois o nosso jato já estava nos aguardando como iríamos direto para o evento já saímos arrumados, vesti um terno todo preto de três peças e Gin estava com um terno azul, com camisa branca sem gravata, bem a cara dele.

— Odeio esses eventos — digo tomando meu uísque.

— O que você não odeio, Lorenzo? Você e o Guillermo vivem de ódio. Eu aprecio muito esses eventos, mulheres bonitas, comida grátis e tem sempre um otário se achando o fodão me fazendo rir da cara dele — diz animado como se estivesse contando os minutos para chegar ao evento.

— Tenho certeza que você é adotado — digo sorrindo vendo o quanto ele é muito diferente de mim, Guillermo, e nosso pai mas eu não viveria sem esse filhote de Golden por perto, porém ele não precisa saber disso — Aliás não se meta com mulher casada hoje Gian, não podemos arrumar problemas temos que apoiar o governador para as próximas eleições

— Eu sei Fratello, não sou idiota — diz ofendido.

— Sei que não é, mas também sei que seu fraco é mulher e quando você vê um rabo de saia sua cabeça de baixo que passa a comandar o seu corpo — digo vendo ele revirar os olhos.

— Fala como se você fosse santo, Lorenzo. Eu sei muito bem que você adora mulheres tanto quando eu, o contido da família e o Guillermo e mesmo assim sei que ele tem suas amantes — diz o fofoqueiro.

— A diferença é que eu e Guillermo não pegamos mulheres casadas, diferente de você que já nos meteu em dois escândalos

— Que culpa eu tenho que os maridos não dão atenção às necessidades das pobres coitadas? Eu fico com dó delas, tão lindas e sofrendo por falta de prazer — diz ele com uma expressão de dor no rosto, ele com certeza seria um ótimo ator.

— Gian eu vou meter uma bala em sua cabeça qualquer dia, para com essa mania de tá enfiando a porra do p*u em mulheres casadas, principalmente nas casadas com os membros da máfia e associados — digo já sem paciência.

— Eu vou tentar irmão, prometo — diz estendendo um dedinho, se os membros da máfia vissem essa versão de Gianluca tenho certeza que estaríamos arruinados.

— Acho bom mesmo — digo vendo o jato preparando para pousar.

Ao descermos do jato avistamos quatro suv nos esperando nossos soldados desceram e foram em direção aos carro pois só confiamos em nossos homens para dirigir, enquanto isso Leonard capo aqui de Roma veio nos cumprimentar

— Lorenzo, Gianluca! É um prazer receber o Dom e o subchefe em meu território — diz o senhor sorridente se aproximando.

— Na verdade, o território é nosso, mas é sua região então vou deixar passar esse detalhe — diz Gian de modo sério, mas com seu tipo sorriso para amenizar a situação, porém Leonard não se deixa enganar e sabe que ele falou sério.

— Verdade, eu como capo presto contas ao Don e a você. Fizeram boa viagem? — pergunta o senhor que aparenta ter uns 60 anos.

— Como vai Leonard? — Pergunto-lhe estendendo a mão que ele imediatamente aceita e beija meu anel de Don, uma das poucas coisas que me diferencia dos meus irmãos além da nossa tatuagem secretária pois nós três temos as mesmas tatuagens, só uma e diferente — Foi uma viagem tranquila

— Eu vou bem Don, e fico feliz em saber que fizeram uma boa viagem. Preparei três carros para sua locomoção na cidade conforme protocolo e o quarto carro e meu e de meus soldados — diz ele enquanto caminhamos em direção aos suv's.

— Ótimo, meus soldados já estão no controle — digo sabendo que minha equipe pessoal é bem treinada, conforme protocolo vai um carro na frente com 4 soldados e um atrás com mais 4 soldados, no carro do meio vamos eu e Gian com mais dois soldados no banco da frente.

— Vocês vão desacompanhados? — pergunta Leonard nos olhando curioso, eu afirmo com a cabeça e ele continua — Eu tenho duas filhas lindas e solteiras em idade de casar, se for da sua vontade elas podem acompanhar os senhores

— Ótimo, aceitamos... — Ia dizendo Gian quando eu o interrompi.

— Não será necessário, creio que não será bom para suas filhas já que as mesmas estão em idade de casar e eu não estou com paciência para ser cortes com uma boa moça — digo fazendo Gian suspirar frustado — Vejo você no evento Leonard, espero que tenha mandando alguém cuidar do meu apartamento na cidade

— Sim, senhor! Já ia esquecendo mas mandei a faxineira limpar tudo e encher as despensas, até mais senhores — diz ele assim que fecho a porta do carro, não costumo deixar os capos responsáveis pelas nossas acomodações, mas Leonard e um homem de confiança e por mais que seja da máfia tem um bom coração e é leal a mim.

— Você é maluco, Lorenzo? Porque não aceitou as filhas do Leonard? Elas são lindas — diz Gian, realmente chateado, enquanto o carro vai em direção ao local do evento.

— Sem problema Fratello, lembra? As filhas do Leonard são boas moças não merecem ser arruinadas por você já que você só usaria seus corpos sem pretensão de casamento. Além do mais, no futuro elas podem ser boas para oferecer em alguma aliança

— Odeio quando você tem razão, não pensei por esse ângulo — diz pegando o celular do bolso.

— Porque quando o assunto é mulher você só pensa com a cabeça do seu p*u, seu bastardo — digo vendo ele mandar mensagem para uma mulher dizendo que está na cidade.

Ao chegar no local do evento tivemos que passar por um mar de paparazzi e essa e a pior parte de ser um homem conhecido, pelo menos pra mim, já que Gian estava distribuindo sorrisos e simpatia, eu apenas tirei algumas fotos e respondi a pergunta de sempre: Esse coração já tem uma dona? O que passa na cabeça desses povo do site de fofoca?

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