Ao abrir os olhos, Jasmine sentiu uma forte dor em sua cabeça, estava latejando e ela ansiou por um remédio.
Aos poucos, recobrando sua consciência, percebeu que não estava em seu quarto. Seu coração disparou, não se lembrava de onde estava, suas lembranças são borrões e já estava prestes a chorar.
Jasmine se amaldiçoou, sabia que não deveria ter bebido além da conta.
Se sentando na cama, ela finalmente percebe que não está sozinha. Seus olhos rapidamente se viram para o ser ao seu lado, e só vendo o homem nu coberto por um fino lençol, a mulher se lembrou de tudo o que ocorreu na noite passada, como flashbacks.
Agora, Jasmine Mustafá se lembra de ir ao clube de Jazz, de conhecer Zyan, beber muito e acabar não resistindo aos encantos do homem árabe, indo dormir com ele.
Jasmine: Não, não. Droga! Isso não pode estar acontecendo.— sussurrou, se levantando da cama, com medo de Zyan acordar.
Os pensamentos dela estavam a mil, não parava de pensar no quanto o álcool a deixa frágil, safada e perigosa para si mesmo, a fazendo lembrar do porquê não bebia muito, principalmente em campainha dos outros.
Ela não queria ter que conversar com Zyan Mohammad, por isso, pegou suas roupas e as vestiu rapidamente e, sem olhar para trás, saiu do quarto de hotel, desejando nunca mais ver aquele homem.
Jasmine só suspirou aliviada quando entrou no táxi, desejava que Chavier tivesse levado seu carro para o prédio onde mora.
Ao chegar em sua cobertura, correu para tomar um remédio, preparou um café forte e decidiu esquecer tudo o que aconteceu.
Foi só uma noite, nunca mais verei Zyan. Pensou.
Após tomar o café, resolveu ir para o banho e deitar em seguida, afinal, ela ainda tinha um jantar para ir essa noite, não poderia faltar, prometeu a Luna e não queria decepcionar sua única amiga.
[...]
Quando Zyan acordou, logo procurou por Jasmine, mas, infelizmente ela já não estava mais ao seu lado.
Sua memória estava totalmente fresca, ele riu ao perceber que a mulher havia ido embora, provavelmente arrependida de ter bebido tanto ao ponto de ir para a cama com ele.
Zyan havia adorado a noite e anseia por poder repetir o ato, pois, no fundo, de algum modo, ele sabia que iria se reencontrar com Jasmine Mustafá novamente, e não iria demorar.
[...]
O dia passou como uma tartaruga para Jasmine. Ela acordou às quatro da tarde, completamente soada e assustada com o toque de seu celular.
Era Latifa, sua mãe, querendo saber se já havia comprado as passagens. A jovem mulher teve que disfarçar sua voz rouca da maneira que pôde, se sua mãe soubesse que estava de ressaca e que dormiu com um homem, seria uma vergonha para sua família.
Jasmine não se vê no mundo e nas tradições arábica, mas sua família sim. Respeito é o ato principal para eles, uma família não respeitada, não tem valor.
A conversa foi rápida, não se estendeu muito para o seu alívio. Ao terminar a ligação, decidiu comer algo. Ela preparou um sanduíche natural e ficou assistindo série.
Às vezes, a jovem se sente sozinha e anseia por uma campainha do sexo oposto, mas ao recordar do último relacionamento, dispensa a ideia imediatamente. Liam foi ótimo no início, mas após dois meses de namoro, começou a ter atitudes tóxicas, além de ser controlador e estar com ela apenas por dinheiro.
Às seis da tarde, Jasmine desligou a televisão e foi tomar um banho, onde lavou seus cabelos e os secou. Ela se vestiu com uma camiseta branca, calça jeans e calçou tênis brancos; colocou alguns acessórios e passou um batom, saindo em seguida de seu apartamento.
No estacionamento, entrou em seu carro, agradecida por Chavier ter o levado, depois, ela lhe daria uma boa quantia pelo bom ato. Saiu pelas ruas de Nova York ao som de Ariana Grande, cantou e se remexeu no banco animada e, quando se deu conta, já estava em frente a casa de Luna.
Luna: Jas!— Sorriu alegre com a chegada da amiga.— Que bom que você veio.
Jasmine revira os olhos e sorri de lado para ela, respondendo:
Jasmine: Eu prometi, sabe que não quebro promessas.
Mas Luna ignorou o comentário, já sabia como a amiga era e muitas coisas não lhe afetavam.
Luna: Venha, entre, Colin já está aqui.— O sorriso se tornou malicioso.
Jasmine: Olha, já vou avisando que acordei de ressaca, então, não sei se serei a melhor companhia.— avisou, entrando na casa.
A casa de Luna ficava em um bom bairro, não como o Upper East Side, onde Jasmine vive, mas é um bom lugar. A propriedade é pequena, mas muito confortável, composta por uma sala e cozinha americana, dois quartos, área de lazer e um pequeno quintal.
Luna: Sei que você dará o seu melhor amiga.— riu.
Elas foram para a área de lazer, onde Colin e Brice estavam conversando e tomando cerveja. Ao ver as mulheres, se levantaram, o namorado de Luna foi o primeiro a ir cumprimentar Jasmine:
Brice: Que bom que veio. A quanto tempo.
Jasmine: Realmente, Brice! Mas cá estou eu, não poderia recusar o convite de Luna.
Luna quis rir da ironia de sua amiga, que apenas ela entendia. Teve que quase implorar para que fosse ao jantar.
Brice: Imagino que ela foi insistente. E também, ninguém pode reagir a essa bela mulher!— Sorriu bobo para a namorada, que o abraçou de lado.— Aceita uma cerveja, Jasmine?
Jasmine: Hoje irei recusar, Brice.— rejeitou, pois já bebeu muito na última noite.— Mas aceito um suco.
Brice apenas assentiu, dizendo que pegaria. Ele e Luna foram para a cozinha, ela precisava ver como estava o frango no forno e o restante da comida.
Colin se aproximou de Jasmine, um tanto tímido. Ele era exatamente do tamanho dela, então, podia encarar seus olhos com facilidade.
Colin: Olá, Jasmine.— começou, sem saber muito o que falar. Ele teve interesse pela mulher desde o início e se sentia sem fala ao seu lado.— A quanto tempo.
Jasmine o olhou, sorriu de lado, apenas de modo educado. Ela realmente não via interesse em Colin, mesmo que ele seja muito bonito.
Jasmine: Olá, Colin. Realmente, faz tempos que não nos vemos.
Colin: Já estava com saudades.— as palavras lhe escaparam. Ele logo ficou ruborizado e se pôs a corrigir:— Com saudades de te ver, sempre temos boas conversas.
Droga, droga, eu sou um tolo! Era isso que a mente de Colin gritava.
Jasmine se limitou em sorrir, não sabia o que responder diante a isso.
Colin: Hã...Senta, imagino que daqui a pouco o jantar esteja pronto.
Ela apenas assentiu, se sentando ao lado de Colin. Talvez estivesse sendo dura demais com ele, então, resolveu dar início a uma conversa:
Jasmine: Como andam as coisas? No seu trabalho.
Colin: Vão indo bem. Tenho feito muitas plantas, principalmente de novos prédios. Pelo jeito, Nova York vai se expandir ainda mais.
Jasmine: Para mim, a cidade já não está cabendo mais nada!— comentou, o fazendo rir.
Colin: Isso é verdade, mas sabe como os empresários são ambiciosos, sempre querendo mais.
Jasmine: Oh, e como sei! Talvez, eu seja um pouco como eles.
Colin: De maneira alguma, pelo contrário, você é a empresária mais certeira que conheço, sempre fazendo as coisas certa.
Jasmine: Isso é apenas bajulação sua, Colin.— suas bochechas ficaram levemente rosadas.
Colin: Não é bajulação, apenas a verdade.— Balançou os ombros.— Mas e como estão seus negócios?
Jasmine: Bem, terei que agilizar muitas coisas, terei que fazer uma viagem para Riad no final de semana.
Colin: Por que? Algo com sua família?
Jasmine: Aniversário do meu irmão. Terei que ir e colocar o hijab, fingir ser uma boa filha e me "comportar".
Colin: Você não parece gostar nem um pouco da ideia.
Jasmine suspirou e negou, olhando para ele.
Jasmine: E não gosto, Colin. Quando vou para lá, é como se eu não pertencesse aquele mundo. Eu queria que meus pais viessem embora para os Estados Unidos, que nós pudéssemos viver normalmente sem aquelas regras dominadoras, mas parece que algo os prende naquele país.
Colin: Talvez seja porque eles nasceram lá, Jasmine. É difícil se desvincular assim.
Jasmine: Sim, talvez seja. Mas seria um sonho me desvincular da Arábia Saudita.
De modo ousado, Colin coloca sua mão por cima da de Jasmine, apertando levemente.
Colin: Um dia, dará certo.
Mas logo ele retirou a mão, pois Luna e Brice voltaram para a área, dizendo que o jantar estava pronto.
A noite foi tranquila, todos conversaram bastante e Jasmine se sentiu bem por ter aceitado o convite de sua amiga. Ela e Colin conversaram bastante e, a mulher poderia dizer que conheceu um pouco mais do rapaz, que era ótimo. A jovem se sentiu acolhida ao lado daquele homem.
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Atualizado até capítulo 28
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