Entre Traços E Negócios

Entre Traços E Negócios

Encontro Inesperado

Lucas estava no auge de sua carreira. Aos 28 anos, suas ilustrações tinham conquistado um público fiel e críticas elogiosas. A exposição naquela noite era a prova de seu sucesso crescente. As paredes da galeria estavam adornadas com suas obras mais recentes, vibrantes e expressivas, cada uma contando uma história única. Ele passeava pela galeria, conversando com admiradores e colecionadores, sentindo-se orgulhoso de sua trajetória até ali.

A galeria de arte, um espaço moderno com tetos altos e paredes brancas, estava cheia de gente. As luzes suaves realçavam as cores vivas das obras de Lucas, criando um ambiente acolhedor e envolvente. As peças exibidas iam desde retratos emocionantes até paisagens abstratas, cada uma revelando um pedaço da alma do artista. As pessoas murmuravam elogios, e Lucas não podia deixar de sorrir ao ouvir tantos comentários positivos.

Uma das obras centrais da exposição era um grande mural que ocupava uma parede inteira. Com cores intensas e detalhes minuciosos, a peça capturava um momento de serenidade em meio ao caos urbano. Era uma representação do sentimento de isolamento e esperança que Lucas havia experimentado ao longo de sua vida. Ele observou com satisfação enquanto um grupo de pessoas discutia a obra com entusiasmo.

No canto da sala, ele avistou seu mentor, Jorge, um artista veterano que o havia guiado desde o início de sua carreira. Jorge se aproximou, o rosto irradiando orgulho.

— Lucas, estou impressionado. Cada vez que vejo suas obras, fico mais convencido de que você tem um talento raro — disse Jorge, apertando a mão do jovem artista.

— Obrigado, Jorge. Não estaria aqui sem o seu apoio — respondeu Lucas, com sinceridade.

À medida que a noite avançava, Lucas se viu cercado por admiradores, todos querendo um momento com o artista. Ele conversou com cada um deles, explicando suas inspirações e técnicas. Entre os presentes, estavam alguns colecionadores influentes e críticos de arte, todos impressionados com a profundidade emocional e a técnica impecável de Lucas.

Foi então que ele percebeu um homem observando uma de suas obras com atenção. Ele se destacou imediatamente dos outros visitantes, não apenas pela sua aparência elegante, mas pela intensidade com que estudava a arte. Lucas notou que o homem era alto, de cabelos castanhos bem cortados e vestia um terno perfeitamente ajustado. Havia algo nele que exalava confiança e poder.

Intrigado, Lucas se aproximou. Ao se aproximar, ouviu o homem murmurar para si mesmo, como se estivesse falando diretamente com a pintura.

— A forma como ele usa as cores para transmitir emoção é simplesmente incrível.

Lucas sorriu, sentindo-se lisonjeado. Ele limpou a garganta suavemente, chamando a atenção do homem.

— Gostou da obra? — perguntou Lucas, com um sorriso acolhedor.

O homem se virou, seus olhos castanhos encontrando os de Lucas. Houve um momento de silêncio, uma conexão imediata que ambos sentiram, mas não sabiam como explicar.

— Sim, muito. É incrível como você consegue capturar tanta emoção com seus traços. Eu sou Rafael, por sinal — disse o homem, estendendo a mão.

— Lucas. Fico feliz que tenha gostado, Rafael — respondeu Lucas, apertando a mão dele.

### Conversa Fluida

A conversa fluiu com uma naturalidade surpreendente. Lucas começou a explicar suas inspirações, falando sobre como suas viagens e experiências pessoais influenciavam seu trabalho. Ele descreveu como usava cores para expressar emoções e a importância dos detalhes em cada peça.

— Esta aqui, por exemplo, foi inspirada em uma viagem que fiz ao interior. As cores quentes e os traços suaves tentam capturar a tranquilidade do lugar — explicou Lucas, apontando para uma tela de tons terrosos e vibrantes.

Rafael ouvia atentamente, fascinado não apenas pela arte, mas também pelo entusiasmo de Lucas ao falar sobre suas obras. Ele podia ver a paixão nos olhos do artista e sentia-se cada vez mais atraído por ele.

— É incrível como você consegue transmitir tanta emoção através das cores e formas. Eu nunca tinha visto algo assim — disse Rafael, sua voz carregada de admiração.

Enquanto caminhavam juntos pela galeria, discutindo cada peça, Rafael compartilhava suas próprias impressões e fazia perguntas perspicazes. Ele estava genuinamente interessado, não apenas fazendo comentários superficiais.

— E esta aqui? O que te inspirou a criar algo tão abstrato? — perguntou Rafael, parando diante de uma obra que parecia um turbilhão de cores e formas.

— Ah, essa peça é sobre caos e ordem. Foi uma época tumultuada na minha vida, e eu queria representar como, mesmo no meio do caos, há um certo tipo de beleza e harmonia — explicou Lucas, com um sorriso pensativo.

As risadas surgiam naturalmente, como quando Rafael fez um comentário espirituoso sobre uma das obras mais ousadas de Lucas, comparando-a brincalhonamente a um sonho psicodélico.

— Sabe, essa aqui parece o tipo de coisa que você veria depois de uma noite muito longa e uma quantidade exagerada de café — brincou Rafael, arrancando uma gargalhada de Lucas.

Entre risos e conversas profundas, eles começaram a compartilhar histórias pessoais. Lucas falou sobre seu começo humilde, os desafios que enfrentou para ser reconhecido no mundo da arte, e o apoio incondicional de sua família. Rafael, por sua vez, contou sobre sua carreira na publicidade, a pressão de trabalhar em um ambiente corporativo e sua paixão por encontrar novas formas de expressão criativa.

— Sempre fui fascinado por como a arte pode impactar as pessoas, mesmo trabalhando em publicidade. Acho que, de certa forma, estou sempre procurando algo que vá além do comercial — confessou Rafael, seus olhos brilhando de sinceridade.

A cada troca de palavras, a conexão entre eles se fortalecia. Era como se, em poucas horas, tivessem criado um vínculo que outras pessoas demorariam anos para desenvolver. Eles se moviam de uma obra para outra, como se o tempo tivesse parado, imersos na companhia um do outro.

Quando a exposição começou a esvaziar e a noite chegou ao fim, ambos se viram relutantes em se despedir. No entanto, nenhum dos dois teve coragem de dar o próximo passo, talvez por medo do desconhecido ou da intensidade do que sentiam.

— Foi um prazer conhecê-lo, Lucas — disse Rafael, finalmente, com um sorriso melancólico.

— O prazer foi meu, Rafael. Espero que possamos nos encontrar novamente — respondeu Lucas, sentindo um misto de esperança e tristeza.

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Comments

🌟OüTıß🌟

🌟OüTıß🌟

wow....
até eu tô ficando nervosa

2024-06-17

3

Sandra Regina

Sandra Regina

Amei esse início. Boa perspectiva pra essa leitura.

2024-06-18

0

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