Madrid era vibrante, cheia de energia e com uma cena artística em constante evolução. A exposição de Alya foi recebida com entusiasmo, e ela se encontrou com muitos jovens artistas locais. Entre eles, estava Isabel, uma pintora talentosa que se tornou uma amiga próxima de Alya.
Isabel levou Alya para explorar a cidade, desde o Museu do Prado até os mercados locais. Em um desses passeios, elas encontraram um grupo de músicos de rua tocando uma melodia melancólica que fez Alya lembrar de Ethan.
Sentada em um café, Alya confidenciou a Isabel sobre sua perda e a dor que ainda carregava. Isabel, com sua natureza acolhedora, ofereceu palavras de conforto e encorajamento.
— A vida continua, Alya. E, embora a dor nunca desapareça completamente, você encontrará novas maneiras de viver e amar. — disse Isabel, segurando a mão de Alya.
Alya sorriu, sentindo uma pontada de esperança em seu coração. Mas essa esperança logo se transformaria em algo mais complicado.
Nos dias seguintes, Alya começou a sentir-se estranha. Seu corpo estava mudando de maneiras que ela não conseguia explicar. Sentia-se cansada com mais frequência, e a comida que antes adorava agora a deixava enjoada. Em um dia particularmente exaustivo, Isabel sugeriu que Alya visitasse um médico.
— Alya, pode ser apenas o estresse da viagem e do trabalho, mas acho que você deveria ver um médico, só para ter certeza de que está tudo bem. — disse Isabel, com uma preocupação genuína.
Alya concordou, embora relutante. No consultório, após uma série de exames, o médico voltou com um sorriso gentil.
— Parabéns, Alya. Você está grávida. — anunciou ele.
Alya ficou atordoada. Grávida? Mas como? Sua mente começou a girar com perguntas. A última vez que estivera com alguém foi com Ethan, meses antes de sua morte. E então, uma realidade ainda mais surpreendente foi revelada.
— E mais uma coisa, Alya. Você está esperando gêmeos. — acrescentou o médico.
Gêmeos? Alya sentiu-se como se estivesse em um sonho, ou talvez em um pesadelo. A alegria de ter filhos estava misturada com a dor da perda de Ethan e a confusão sobre o futuro. A quem poderia recorrer?
De volta ao apartamento de Isabel, Alya contou a notícia à amiga.
— Isabel, estou grávida. De gêmeos. — disse ela, a voz tremendo.
Isabel olhou para ela, incrédula por um momento, antes de abraçá-la.
— Isso é incrível, Alya. Mas, eu sei que também deve ser muito assustador. — disse Isabel, apertando a mão de Alya. — Você sabe quem é o pai?
Alya assentiu lentamente.
— A última pessoa com quem estive foi Ethan. Mas, Isabel, como vou lidar com isso? Eu estou em meio a uma turnê, e a memória de Ethan ainda é tão dolorosa. — disse Alya, sentindo as lágrimas escorrerem por seu rosto.
Isabel, sempre prática e carinhosa, ajudou Alya a elaborar um plano. Elas decidiram que Alya continuaria a turnê, mas com mais cautela e cuidando de sua saúde. Isabel prometeu acompanhá-la durante esse tempo, oferecendo apoio constante.
Com essa decisão tomada, Alya começou a ajustar sua vida para acomodar as novas mudanças. Durante a próxima exposição em Madrid, ela começou a notar uma transformação em seu trabalho. Suas pinturas começaram a refletir sua nova realidade – a mistura de tristeza, alegria e esperança.
Em uma dessas noites, enquanto estava sentada no terraço do apartamento de Isabel, Alya contemplou o futuro. Pensou em Ethan, em como ele teria reagido à notícia dos gêmeos. Sentia sua presença ao seu redor, como se ele estivesse cuidando dela e dos bebês.
A dúvida sobre a paternidade continuava a pairar sobre ela. Embora soubesse que Ethan era o pai, parte de si se perguntava se deveria fazer um teste para confirmar. Decidiu que faria isso, não por falta de confiança, mas para ter certeza absoluta e paz de espírito.
Dias depois, após um exame mais detalhado, a confirmação veio. Ethan era realmente o pai dos gêmeos. Alya sentiu uma mistura de alívio e tristeza. Alívio por saber a verdade, e tristeza porque Ethan não estaria presente para ver seus filhos crescerem.
Alya começou a escrever um diário para Ethan, uma forma de manter viva sua memória e compartilhar com ele cada momento dessa nova jornada. Escrevia sobre os movimentos dos bebês, suas consultas médicas, e como se sentia a cada dia que passava. Sentia-se mais conectada a Ethan dessa forma, e isso lhe trazia uma certa paz.
Com o tempo, Alya percebeu que essa nova vida dentro dela estava lhe dando uma nova razão para seguir em frente. A dor da perda de Ethan ainda estava lá, mas agora havia uma nova camada de amor e esperança que envolvia seu coração.
Isabel continuou ao lado de Alya, oferecendo apoio e amizade incondicional. Juntas, elas exploraram Madrid, aproveitando cada momento antes da chegada dos bebês. Alya começou a pintar mais, suas obras refletindo a luz e a sombra de sua jornada.
Durante uma caminhada pelo Parque do Retiro, Alya e Isabel encontraram um lugar tranquilo perto do lago. Sentaram-se e contemplaram a água calma, o sol brilhando sobre suas cabeças.
— Sabe, Isabel, acho que estou começando a aceitar essa nova vida. — disse Alya, acariciando suavemente sua barriga. — Esses bebês são um presente, e eu quero honrar a memória de Ethan sendo a melhor mãe que posso ser.
Isabel sorriu, tocando a mão de Alya.
— Você já é uma mãe incrível, Alya. E esses bebês terão muita sorte em tê-la. — respondeu Isabel.
Os meses passaram rapidamente. Alya continuou sua turnê com Isabel ao seu lado, recebendo apoio de amigos e admiradores de sua arte. Cada cidade que visitavam trazia novas experiências e inspirações para Alya.
Chegou o dia do nascimento dos gêmeos. Alya estava cercada por amigos e pela equipe médica, sentindo a presença de Ethan em seu coração. O nascimento foi uma experiência intensa e emocional. Quando finalmente segurou seus bebês nos braços, Alya soube que estava pronta para enfrentar qualquer desafio.
Os gêmeos, uma menina e um menino, foram nomeados em homenagem a Ethan. Elisa e Ean eram saudáveis e cheios de vida, trazendo uma nova luz à vida de Alya. Cada sorriso, cada movimento dos bebês, fazia Alya sentir-se mais conectada a Ethan e grata pelo amor que compartilhavam.
Alya decidiu se estabelecer em Madrid, pelo menos por um tempo, para dar aos gêmeos uma base estável enquanto cresciam. Continuou a pintar, suas obras agora cheias de esperança e amor, refletindo sua nova vida como mãe.
Enquanto caminhava pelos parques de Madrid, empurrando o carrinho duplo com Elisa e Ean, Alya olhava para o céu e sentia a presença de Ethan ao seu lado. Sabia que ele estaria sempre com ela, guiando-a e protegendo sua nova família.
Alya tinha começado um novo capítulo em sua vida, um capítulo cheio de desafios, mas também de alegria e amor. Ela estava pronta para enfrentar o futuro, sabendo que, com a memória de Ethan em seu coração e o apoio de seus amigos, poderia superar qualquer obstáculo.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 25
Baixar agora
Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Comments