A noite da abertura da exposição de Alya em Paris foi um turbilhão de emoções e interações. Entre os muitos artistas, críticos e amantes da arte que passaram pela galeria, havia um homem cuja presença se destacou. Lucien era um escultor renomado, conhecido por suas obras grandiosas e profundas, que capturavam a essência da condição humana de maneiras surpreendentes. Ele foi apresentado a Alya por Jean-Luc, o curador da exposição.
“Este é Lucien Dubois, um dos escultores mais talentosos da nossa geração”, disse Jean-Luc, com um sorriso. “Lucien, esta é Alya, a talentosa pintora cuja obra você está admirando.”
Lucien estendeu a mão, seu aperto firme e caloroso. Seus olhos, de um azul profundo, pareciam examinar a alma de Alya. “É um prazer conhecê-la, Alya. Suas pinturas são verdadeiramente emocionantes. Elas têm uma profundidade rara.”
Alya sorriu, sentindo-se um pouco nervosa sob o olhar intenso de Lucien. “Obrigada, Lucien. Fico feliz que tenha gostado. Admiro muito seu trabalho também. Suas esculturas... há algo nelas que toca profundamente.”
Eles conversaram brevemente durante a abertura, mas Lucien logo a convidou para visitar seu ateliê. “Gostaria de mostrar-lhe meu espaço e talvez discutir possíveis colaborações. Acho que poderíamos criar algo realmente especial juntos.”
Intrigada e um pouco excitada com a ideia, Alya aceitou o convite. Eles combinaram de se encontrar na tarde seguinte. Alya passou o resto da noite absorvendo a energia da galeria, mas a perspectiva do encontro com Lucien não saía de sua mente.
Na tarde seguinte, Alya chegou ao ateliê de Lucien, localizado em um bairro artístico de Paris. O edifício era um antigo armazém convertido, com enormes janelas que deixavam entrar uma abundante luz natural. Ao entrar, Alya foi imediatamente impressionada pela magnitude do espaço e pelas inúmeras esculturas espalhadas por todo lado. Algumas eram tão grandes que pareciam preencher toda a sala, enquanto outras eram delicadas e intrincadas.
Lucien a recebeu calorosamente. “Bem-vinda, Alya. Sinta-se à vontade para explorar.”
Alya começou a caminhar pelo ateliê, cada escultura contava uma história. Havia uma intensidade palpável no ar, uma energia criativa que era quase tangível. Ela se aproximou de uma grande escultura de mármore que representava uma figura humana em meio a uma transformação. As formas fluíam e se entrelaçavam, capturando um momento de metamorfose.
“Essa peça é incrível, Lucien. Ela parece viva, como se estivesse se movendo.”
Lucien se aproximou, observando a escultura com um olhar contemplativo. “Essa é uma das minhas favoritas. Chamei-a de ‘Transcendência’. Para mim, ela representa a jornada interna de cada ser humano, a luta e a beleza da transformação.”
Eles passaram horas explorando o ateliê e discutindo suas respectivas abordagens à arte. Alya sentiu-se completamente à vontade com Lucien, como se ele a entendesse em um nível que poucos conseguiam. Suas conversas fluíam naturalmente, tocando em temas profundos como a dor, a perda, a esperança e a redenção.
“Tenho pensado muito sobre uma colaboração”, disse Lucien, depois de um tempo. “Acho que nossas abordagens se complementam. Suas pinturas capturam emoções de uma maneira que eu nunca vi antes. Gostaria de criar algo que unisse nossas visões.”
Alya ficou animada com a ideia. “Isso seria incrível, Lucien. Eu adoraria trabalhar com você. Talvez possamos criar uma série de obras que combinem pintura e escultura, explorando diferentes aspectos da condição humana.”
Eles começaram a esboçar ideias, discutindo como poderiam integrar suas técnicas e estilos. A visão de Lucien para a colaboração era ambiciosa, e Alya se sentiu inspirada por sua paixão e criatividade. Eles decidiram começar com uma peça que representasse a interseção de suas experiências pessoais – algo que fosse tanto uma homenagem a Ethan quanto uma celebração da força e resiliência de Alya.
Nos dias seguintes, Alya passou muito tempo no ateliê de Lucien. Eles trabalhavam lado a lado, compartilhando ideias e ajustando detalhes. Lucien mostrou a Alya algumas técnicas de escultura, enquanto ela lhe dava dicas sobre cores e texturas. A colaboração fluía com uma facilidade surpreendente, como se eles sempre tivessem trabalhado juntos.
Uma tarde, enquanto esculpiam uma peça de argila, Lucien fez uma pausa e olhou para Alya. “Sabe, Alya, há algo em você que me lembra porque comecei a criar arte. Sua paixão e sua dor, ambas tão visíveis em suas obras, me inspiram a buscar mais profundidade na minha própria arte.”
Alya sorriu, sentindo um calor se espalhar por seu peito. “Obrigada, Lucien. Trabalhar com você tem sido uma experiência incrível. Sinto que estamos criando algo realmente significativo.”
A relação entre Alya e Lucien começou a se aprofundar. Eles passaram mais tempo juntos fora do ateliê, explorando Paris, discutindo arte e vida em cafés charmosos e caminhando pelas margens do Sena. Alya sentia-se atraída por Lucien, mas também estava cautelosa. Ela não queria se precipitar em um novo relacionamento antes de estar realmente pronta.
Uma noite, enquanto caminhavam pelo Quartier Latin, Lucien parou e olhou para Alya. “Alya, eu sei que você passou por muito. Não quero pressioná-la, mas preciso ser honesto. Estou me apaixonando por você. Há algo em você que me toca de uma maneira que eu nunca senti antes.”
Alya sentiu seu coração acelerar. Ela também sentia algo profundo por Lucien, mas ainda estava lidando com a perda de Ethan. “Lucien, eu… eu sinto algo forte por você também. Mas ainda estou me recuperando da perda de Ethan. Não sei se estou pronta para um novo relacionamento.”
Lucien segurou suas mãos, seus olhos cheios de compreensão. “Eu entendo, Alya. Não estou pedindo para você se comprometer agora. Apenas quero que saiba o que sinto. Podemos ir devagar, sem pressa. Apenas quero estar ao seu lado, como amigo ou algo mais, quando você estiver pronta.”
Alya sentiu uma onda de alívio e gratidão. Lucien era paciente e compreensivo, exatamente o que ela precisava. “Obrigada, Lucien. Vamos continuar assim, um passo de cada vez. Agradeço muito sua paciência.”
Eles continuaram a trabalhar juntos, e a amizade entre eles floresceu ainda mais. Lucien ajudava Alya a explorar novas dimensões de sua arte, enquanto ela o inspirava a trazer mais emoções para suas esculturas. Cada dia era uma nova descoberta, tanto na arte quanto em suas próprias vidas.
À medida que o tempo passava, Alya começou a se sentir mais à vontade com a ideia de um futuro ao lado de Lucien. As memórias de Ethan nunca desapareceriam, mas ela percebeu que abrir seu coração para novas experiências e conexões não significava trair sua memória. Era uma maneira de honrá-lo, vivendo plenamente e continuando a criar.
Quando a primeira peça da colaboração entre Alya e Lucien ficou pronta, ambos ficaram emocionados. A obra combinava a delicadeza das pinturas de Alya com a força das esculturas de Lucien, criando uma representação poderosa da jornada humana através da dor e da esperança. Eles decidiram chamá-la de “Renascimento”.
A abertura da exposição conjunta foi um sucesso retumbante. A galeria estava lotada de pessoas curiosas para ver a fusão única de pintura e escultura. Alya e Lucien foram inundados com elogios e perguntas sobre sua colaboração. Eles se sentiam orgulhosos e realizados, sabendo que haviam criado algo verdadeiramente especial.
Depois da exposição, Alya e Lucien decidiram continuar a trabalhar juntos em novas peças. A turnê de Alya estava apenas começando, mas ela sabia que Lucien seria uma parte importante de sua jornada, tanto como amigo quanto, possivelmente, como algo mais no futuro.
Enquanto Alya se preparava para a próxima etapa de sua turnê, sentia-se cheia de esperança e excitação. Havia um novo capítulo em sua vida se desenrolando, e ela estava pronta para abraçá-lo com todo o coração. Com Lucien ao seu lado e a memória de Ethan guiando-a, Alya sabia que estava no caminho certo para descobrir novas profundezas de si mesma e de sua arte.
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Atualizado até capítulo 25
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