Antony: sogro, eu gostaria de saber o que realmente aconteceu
Elisabeth: vou deixá-los a sós, com licença
Sr. Wilson: não é tão simples pra falar Antony
Antony: eu tenho certeza que não é.
Sr. Wilson: Evelyn era uma mulher geniosa e ambiciosa... a vida que ela levava comigo não era o que ela queria, no começo tudo foi mil maravilhas, ela me ajudava na loja, cuidava da casa, aí veio a minha menina, ela era nossa alegria, mas com o passar dos anos Evelyn foi se distanciando, passou a ficar irritada, não queria saber de Lily, não lhe dava atenção, saia a noite sozinha, viajava, e eu ficava com Lily, suas desculpas era que não estava se sentindo bem, que queria sair, que eu trabalhava demais, até que uma noite ela nos abandonou, ela trocou a família por um homem rico (ele tenta se conter para que suas lágrimas não caiam)
Antony: sogro, eu sinto muito (Antony coloca a mão no ombro dele)
Sr. Wilson: nunca vou esquecer aquela noite, a minha pequena com seis anos chorando segurando Evelyn pela mão implorando pra que ela não fosse embora. Acho que isso causou um trauma tão grande em Lily, que ela não se lembra. E sou grato por ela não se lembrar. Ela passou dias pedindo pela mãe. Com o passar dos anos, ela foi se esquecendo dela. Mas agora... (ele permite que suas lágrimas caiam)
Antony: E o senhor sabe alguma coisa sobre como ela está ,ou onde ?
Sr. Wilson: Não, mas me lembro do homem com quem ela fugiu. Ele ia toda semana na floricultura comprar rosas vermelhas, era Evelyn quem o atendia. Lorenzo Colombo, um italiano rico. Se eu imaginasse que estavam tendo um caso bem embaixo do meu nariz...
(ele suspira profundamente)
Antony: Não tinha como você saber sogro
Sr. Wilson: mas eu podia ter previsto não é, ter prestado mais atenção... Foram anos de traição, e eu focado no trabalho , em vendas pra que pudesse dar o melhor pra ela ... enquanto ela se divertia por aí
Antony: durante quantos anos eles tiveram um caso ?
Sr. Wilson: não sei dizer, lembro que bem no começo de meu casamento com Evelyn ele aparecia as vezes sozinho, as vezes acompanhado de alguma mulher, comprava rosas pra elas.. Mas cada vez era uma mulher diferente...
Antony ficou abismado com tudo o que ouviu. E agora estava indeciso sobre o que fazer a respeito de tudo o que soube. Ele entendia o motivo de seu pai esconder isso de Lily, mas agora com ela querendo achar a mãe seria bem difícil manter ela longe dos fatos.
...Após uma longa conversa com seu sogro, ele sobe para descansar. Lily já estava dormindo, ele pode perceber pela pouca claridade que havia no quarto que ela chorou, seu travesseiro estava molhado, o nariz vermelho ,e os olhos mesmo estando fechados, dava pra perceber o inchaço.
Ele se deita ao lado dela, e fica ali por alguns minutos a olhando até pegar no sono.
....
Era domingo , último dia em que passariam o dia na fazenda.
Lily ainda estava deitada na cama olhando a luz do sol que refletia pela janela, ali perdida em seus pensamentos de como teria sido sua infância com a mãe por perto, de ter alguém pra contar sobre seu primeiro beijo, ter sua mãe seu casamento e em qualquer circunstância, seu desejo era apenas que ela estivesse ali. Ela não nota quando Antony entra com uma bandeja de café na mão, ajeitando sobre a cama os quitutes que sua mãe preparou com tanto carinho.
Ela volta a si quando sente Antony beijando sua testa.
Lily: bom dia, não vi você entrar
Antony: percebi, bom dia amor , como passou a noite ?
Lily: bem...
Antony: trouxe esse cafezinho pra você. Coma pra repor as energias
Lily: obrigada
Lily toma seu café silêncio. Antony leva a bandeja para baixo enquanto ela vai tomar um banho e se arrumar. Apos se levantar descobriu que seu pai ja havia ido embora, ela sentiu uma pontada de tristeza. Uma viajem que era pra ser em familia, com um fim de semana agradável,acabou sendo estragado pelo sentimento de arrependimento por ter trazido dor ao seu pai ao fazê-lo falar sobre sua mãe.
Pelo menos era o que ela pensava. Que ela era a culpada. Mal sabia ela que seu pai foi embora sem se despedir, porque não conseguia encara-la depois de ter mentido pra ela a respeito de sua mãe.
Naquele dia Antony foi mais amável do que nunca com sua esposa. A tratava com muito carinho, fazia demonstração de amor na frente de todos sem se importar com quem os olhava. Lily sentiu o amor e carinho dele por ela. Aquilo trouxe conforto a ela. Ela pode relaxar um pouco, esquecendo tudo o que ouviu, e o que sentia. Permitiu que aquele dia fosse um dia cheio de alegria junto de seu esposo e filho, com amigos e parentes por perto.
No fim do dia, o por do sol com tons laranjados iluminava a varanda onde Lily e Antony se encontravam abraçados em uma rede. As nuvens que continham as cores cintilantes do sol, era como um pintura em um quadro. O canto dos pássaros, a brisa que vinha em seus rostos, traziam naquele momento paz e alegria. Entre olhares e aconchego nos braços um do outro, sem falar nada, apenas sentir... Foi um dos momentos mais preciosos para eles.
Coisas e momentos simples, era tudo o que eles precisavam naquele momento . Ainda mais Lily. E Antony sabia exatamente o que ela precisava. Ela em seu interior agradecia por estar ali com ele, por ele ser seu alicerce, um porto seguro.
Em um suspiro profundo ela fecha os olhos e o abraça com força apertando seus dedos em seus braços, pressionando o rosto contra seu peito permitindo -se ouvir as batidas de seu coração, e sentindo uma paz por estar ao lado de alguém que a ama e lhe proporcionou uma família ao qual ela jamais trocaria por nada no mundo.
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Atualizado até capítulo 20
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