Capítulo 18

POV Alexander

O aroma de café e biscoitos enchia a acolhedora sala da minha psicóloga enquanto eu desfrutava do conforto do seu consultório. Sentei-me à sua frente, com a mente cheia de pensamentos caóticos e turbulentos que eu ansiava por acalmar.

- Alexander, fico feliz em vê-lo novamente, como foi sua semana? - Disse minha psicóloga, quebrando o silêncio, o que me tirou do meu devaneio e me pegou de surpresa, fazendo com que eu levasse alguns segundos para reunir meus pensamentos para poder responder.

- Tem sido desafiador, você já sabe sobre o meu novo secretário, eu sei que ele não é um ômega, mas não consigo evitar relacioná-lo com meu secretário anterior... -

Minha mente vagou para as recentes tensões no escritório, especialmente depois de ter passado pelo assédio do meu antigo secretário. A presença de Ethan me lembrava constantemente de que eu poderia viver aqueles momentos desconfortáveis, embora soubesse que ele não tinha nada a ver com isso.

- Entendo, você pode compartilhar mais sobre o que tem acontecido? - Ela disse.

Minhas palavras eram tensas enquanto eu narrava em maiores detalhes como tinha sido meu relacionamento com Ethan até agora. À medida que eu falava, uma corrente subjacente de desconforto se infiltrava em minhas palavras, revelando a luta interna que eu enfrentava.

- Parece que esta situação desencadeou algumas emoções difíceis para você, você notou algum padrão em seus sentimentos por Ethan? -

Mergulhei em meus pensamentos, tentando encontrar uma resposta honesta para sua pergunta. Então, as lembranças da minha infância surgiram em minha mente, trazendo consigo uma onda de emoções nada agradáveis.

- Acho que Ethan está simplesmente sendo alvo das lembranças que meu antigo secretário despertou. Meu pai costumava sair com ômegas, mesmo quando estava com minha mãe, mas seu relacionamento nunca foi convencional, eles nunca se uniram, era apenas um casamento por conveniência. -

Minhas palavras eram cautelosas, eu não me sentia disposto a falar sobre essa história novamente, carregada de ressentimento que eu havia acumulado ao longo dos anos. Minha psicóloga olhou para mim com compreensão, encorajando-me a continuar.

- Eu entendo que essas memórias podem ser um tanto difíceis, mas como você acha que essa experiência afetou sua percepção dos ômegas? -

Meus pensamentos se agitaram enquanto eu refletia sobre isso, pois desde a mais tenra infância eu via os ômegas como seres de pura luxúria, incapazes de compromisso e lealdade. A imagem do meu pai e seus incontáveis amantes ômegas definitivamente alimentou minha rejeição por eles, e quando eles iam embora, a única coisa que restava era seu aroma, seu aroma desagradável.

- Acho que tenho essa percepção negativa dos ômegas porque meu pai, que não teve o pudor de esconder suas aventuras, me ensinou indiretamente que eles eram seres movidos por seus desejos mais baixos, que sempre buscariam um alfa para satisfazer e eu também não vi o exemplo contrário.

Meu corpo começou a ficar pesado e meus ombros ficaram tensos enquanto eu me abria com minha psicóloga. Eu sabia que era hora de enfrentar essas crenças limitantes e me libertar do condicionamento que meu pai havia perpetuado em mim e que continuava comigo mesmo depois de sua morte.