Capítulo 11

POV Ethan

A semana seguinte chegou e já era segunda-feira de manhã. Como todos os dias, peguei o transporte público para o trabalho, mas de repente comecei a ter uma sensação estranha e desconfortável. Os aromas começaram a parecer mais intensos ao meu redor, mas não apenas os aromas do café ou do perfume da senhora ao meu lado, mas os aromas corporais, ou pelo menos era assim que eu conseguia defini-los, pareciam ser os mais intensos, tudo parecia invadir meu espaço pessoal de uma forma avassaladora.

No início, tentei ignorar isso, pensando que talvez estivesse prestes a ficar com dor de estômago e por isso estava mais sensível, mas também senti o olhar de certas pessoas sobre mim, como se eu fosse uma presa. Concentrei-me no meu telefone, tentando ignorar tudo ao meu redor até chegar ao trabalho, mas tudo se tornava mais incômodo a cada segundo, nunca desejei tanto me refugiar na minha mesa.

Quando finalmente cheguei ao escritório, me sentia atordoado e confuso, mas parecia que meu mal-estar havia diminuído um pouco, o que eu não sabia naquele momento era que a razão era que a maioria das pessoas que trabalhavam no mesmo departamento que eu eram betas.

Stone se aproximou de mim, mas notei que ele franziu a testa ligeiramente.

- Você trocou de perfume, Ethan? - Ele perguntou curioso, notei que ele se esforçava para não ser rude.

No entanto, minha mente ainda estava muito nublada para processar a pergunta, então eu apenas balancei minha cabeça em resposta, sem negar ou concordar, o que fez Stone me dizer para organizar algumas coisas em sua agenda, mudando de assunto.

Esforcei-me para me manter concentrado, mas apesar de tudo, os aromas pareciam persistir, mas agora na minha memória, fazendo-me sentir mal só de me lembrar deles, arrependendo-me de não ter ido à farmácia comprar algum medicamento para o mal-estar estomacal, que segundo eu, era o que eu tinha.

Ao longo do dia, lutei contra uma crescente sensação de mal-estar, não sabia o que estava acontecendo, mas parecia que estava perdendo o controle sobre meus próprios sentidos.

Já sem conseguir continuar assim, perguntei a Stone se podia sair mais cedo porque estava com dor de estômago, e ele concordou sem problemas. Percebi que, apesar de parecer sério e impassível, ele ainda tinha uma expressão sutil de preocupação em seu rosto. Ele me desejou sorte e disse para avisá-lo se não fosse trabalhar no dia seguinte.

Ao voltar para casa, passei em uma farmácia próxima e depois fui apenas me deitar, fazendo minha cabeça girar pensando repetidamente sobre o dia estranho, me perguntando o que me fez sentir mal. Só esperava estar bem no dia seguinte para poder voltar ao trabalho e não causar problemas para Stone.

Ao contrário do que pensava, naquela noite consegui dormir profundamente, o oposto de um aviso do que seria o dia seguinte. Talvez fosse o efeito placebo ou estar em um espaço sozinho e seguro que me fez acreditar que eu havia melhorado.