CAPÍTULO 8 #POSSO FICAR!

Lembranças de Cecília...

Quando André chegou com Isis no colo, ele estava muito preocupado com a garota e pediu para ela ligar para o doutor Fonseca, também ficou preocupado com a sua filha, que não parava de chorar, pedindo o colo da mãe, Cecília ainda a acalmou por um tempo fazendo-lhe uma mamadeira, mas depois ela queria a mãe e voltou a chorar, porém, ela achou incrível, que assim que ele a pegou no colo a pequena calou-se, e ainda lhe sorriu.

_Que coisa incrível, parece que a garota adorou o patrãozinho! Comentou Cecília para Francisca e Analú.

_Sinal de que ela já tem bom gosto desde pequena, por favor Ceci, não me leve a mal não tá? Mas eu no lugar dela também ia preferi o colo dele que o seu!

Falou brincando Anulú, que não perdia uma, então a sua mãe chamou a sua atenção.

_Menina pelo amor de Deus!

_Que foi mãe? Eu tenho culpa se tenho um patrão que é um colírio, um cafajeste mas é um gato? Dá até gosto trabalhar pra ele sabia?!

Falou ela rindo e piscando para Cecília, falava isso só para deixar a sua mãe aborrecida com suas observações atrevidas, então Cecília começou a rir, depois de uma forma alcoviteira comentou com ela e sua mãe.

_Mas viram como era linda aquela moça? Mesma desmaiada parecia uma princesa de filme, ele estava muito preocupado com ela, o que será que aconteceu para ela ter desmaiado daquele jeito? Será que é namorada do patrão?

_Não interessa menina, já te falei que na vida dos nossos patrões não nos metemos!

_Aí mãe me deixa ao menos me expressar! Além disso não estou me metendo em nada, e mesmo que estivesse, que mal teria desejar que o patrão seja feliz se case e forme uma grande família? Tudo que queria mesmo ver era essa enorme casa cheia de vida, cheia de crianças!

Falou Analú sonhadora, Francisca então olhou para Cecília e apenas sacudiu a cabeça, pois sabia que a garota era uma tremenda alcoviteira, e com certeza já estava imaginando um possível casamento com a moça misteriosa que chegou desmaiada no colo do patrão...

Enquanto isso na sala de jantar porém...

_Então Isis deduzo que seja russa não?

_Não!

André percebeu que, quando ela estava na cozinha com as mulheres ela soltou-se um pouco mais, porém, quando voltou a ficar a sós com ele, travou novamente e só lhe respondia em monossílabo.

Ou seja, aos olhos dela, ele ainda não era confiável, porém André estava disposto a descobrir mais daquela mulher, por isso falou:

_Bom, mas fala com fluência o russo, além disso seu sotaque é muito forte, acredito que deva ter vivido um bom tempo lá não?

_Sim!

_Sim o quê?!

Perguntou ele pedindo um pouco mais de explicação, Isis percebeu que não teria como fugir de suas perguntas, por isso falou:

_Sou brasileira, mas vivi na Rússia por onze anos.

Respondeu ela, enquanto bebia um suco e cortava uma fatia de bolo, ele percebeu que Isis não tomou o café, aparentemente a garota não gostava, por isso perguntou:

_Não gosta de café Isis?

_Não gosto de coisas amargas ou azedas demais, falou ela de forma automática.

_Que bom, acredito que já estou começando a fazer algum progresso?

_Desculpe não entendi? Falou a garota de cenho franzido.

_Bem algo de você eu teria que saber não?

Falou ele de forma aborrecida enquanto cruzava os braços e a encarava, a garota ficou vermelha e baixou a cabeça, pois realmente percebeu que não estava facilitando para ele, porém ao lembrar o quanto ele ajudou a Duda e a ela, resolveu falar um pouco mais de sua vida. Então beijando a cabecinha da menina, que aparentemente pedia colo para dormir ela falou:

_Fui viver na Rússia aos oito anos, quando a minha mãe casou com um homem russo, porém quando ele morreu a um ano atrás, voltamos para o Brasil, e bem o resto o senhor já sabe, estou apenas procurando um bom trabalho para poder sustentar a minha filha, é somente isso.

_Bom e que vaga de emprego gostaria de trabalhar no hotel Duna?

_Queria conseguir o trabalho de arrumadeira, mas já desisti, penso que é melhor trabalhar no interior, preciso morar longe, muito longe daqui.

_Precisa morar longe da cidade?

_Sim necessito! Respondeu ela com veemência.

_Não entendi se estava procurando trabalho no hotel Duna poderia conseguir para você, afinal conheço Jonas Marone dono do hotel, afinal Alessandro seu filho e muito amigo meu, mas, porque mudou de opinião, tão rápido assim?

Ela ficou alguns minutos sem a resposta, porém respondeu-lhe sem o encarar:

_Por causa de Duda, acredito que seja melhor para ela vivermos no interior!

Mentiu a garota novamente e André percebeu outra vez, é como se a personalidade dela lhe fosse totalmente transparente, era como se todas as suas mentiras lhe ficasse visível, parecia lhe conhecer a anos.

_Bem e com respeito ao seu patrão abusivo, não vai procurar por seus direitos trabalhista? Afinal pelo que me disse passou por assédio moral no trabalho, e se você quiser também posso te ajudar com isso, afinal conheço bons advogados trabalhista e...

_Não... André não é necessário! Já decidi vou procurar trabalho no interior, não desejo mais falar com..."ele" novamente, afinal tenho certeza conseguirei um trabalho melhor no interior, sei fazer de tudo dentro de um lar posso trabalhar em casa de família, agradeço muito a sua ajuda, porém preciso ir, será que não poderia me indicar onde seria melhor para conseguir trabalho?

André não queria deixar Isis ir, pois, por algum motivo deseja ajudá-la e protegê-la, tanto ela quanto a sua bebê, e por instinto sabia que ambas estavam em perigo, mesmo ela dizendo o contrário. Ele sabia que ela jamais contaria nada para ele assim tão fácil, por isso teve um idéia, então falou:

_Sim conheço alguém que poderia-te dar trabalho na sua fazenda, mas teria que esperar pelo menos uns dois dias, até eu conseguir falar com ele pessoalmente, afinal por esses dias ele estará numa parte da sua fazenda que não pega sinal e não teria como ligar para ele.

_Dois dias?! Perguntou a garota assustada, André respondeu:

_Sim algum problema? Ela pensativa então respondeu:

_Não, mas é quê…

_Poderá esperar aqui em casa enquanto isso, pois infelizmente só poderei falar com ele na segunda-feira.

_Não gostaria de incomodar,nem impor minha presença! Falou a moça sinceramente, André sorriu e pensou:

_Se você soubesse linda!

_Acredite Isis não me incomodará!

Falou ele lhe sorrindo, ela ficou um pouco pensativa, porém ao olhar para a sua bebê que já dormia e em paz no seu colo, decidida então falou:

_Sim posso ficar e esperar!

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