Capítulo 5

À cada dia que se passava Maya ficava com mais medo de John e o simples ato dele alterar um pouco a voz a fazia se lembrar das palavras que ele falou e o seu coração se fechava de pura tristeza.

O seu filho Miguel estava com três meses, mas John não lhe dava atenção – muito menos a Maya.

Ela resolveu não contar nada a sua mãe para não preocupá-la, mas conversou com uma senhora que frequentava a mesma igreja que ela.

Maya: Rosilda, eu preciso de um conselho porquê eu não sei o que fazer.

Rosilda: O que aconteceu? Você parece tensa com algo. O Miguel está bem?

Maya: Sim, está, mas eu não sei o que fazer com a minha relação com o John. Ele me ameaçou há alguns dias e estou com medo dele fazer algo comigo ou com o nosso bebê.

Rosilda: Você o escolheu para a sua vida e sabia que fazer as coisas pela forma mais simples poderia vir consequências. Porém, se não se sente segura, saia de casa com o seu filho. Vocês já se casaram?

Maya: Não, ele nem fala sobre o assunto e sinceramente eu nem quero porquê se ele já está assim apenas morando juntos, se casar pode ser pior.

Rosilda: Então você já sabe o que fazer, apenas tenha cuidado. Já contou para a sua mãe?

Maya: Não porquê eu não sei se ela me ajudaria.

Rosilda: Conte a verdade para ela. Creio que ela te ajudará a sair dessa situação.

Maya: Obrigada pelo conselho – elas se abraçam – vou pegar o Miguel. Ele está no colo da sua filha Kátia.

Rosilda: Me mantenha informada. Você ainda tem o meu número?

Maya: Sim, obrigada – ela sai de perto de Rosilda e caminha até onde está o seu filho Miguel – Obrigada por cuidar dele Kátia.

Kátia: Imagina, eu amo ficar com ele nos braços.

Maya foi para casa, mas não viu John – porquê ele havia ido em outra igreja – e os pais dele também não estavam – porquê foram na congregação deles que ficava próximo dali.

Então, Maya colocou o seu filho no bebê conforto e esquentou a janta. Em seguida, amamentou o seu filho com a mamadeira e iniciou o seu jantar quando chegou John em casa.

Ele apenas a observou e caminhou para a sala, onde ficou a assistir televisão.

Maya não o cumprimentou dessa vez e ficou apenas no cômodo deles cuidando de Miguel – que logo dormiu novamente.

***

Pela madrugada Maya despertou e viu John dormindo ao seu lado. Por uma última esperança dele mudar, a mesma o abraçou e o beijou, se aconchegando a ele. Ele em seguida acordou e os dois começaram a se beijar – fazendo amor pela última vez em outro cômodo por causa do bebê que estava dormindo na cama de casal.

Ao terminarem, ele se vistiu e foi se arrumar para ir trabalhar, mas Maya não sentiu a mesma emoção – como se algo dentro de si houvesse mudado totalmente em relação ao que ela sentia por John.

Com isso, ela respirou fundo e voltou para a cama, onde dormiu, enquanto o seu bebê continuava adormecido no canto da cama.

...ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ...

Dois dias haviam se passado e era dia dos pais – Oito de Agosto de 2021. Seria o primeiro dia dos pais de John, mas Maya sentiu que era o momento certo de mudar a sua vida – mesmo que para isso ela tivesse que sair de casa com o seu filho.

Um dia antes ela tinha ido até a residência da sua mãe e contado o que estava acontecendo – do dia que ele a ameaçou e as insegurança que tinha em relação a ele.

Flashback On:

Meire: Filha, eu sei que você errou em continuar com esse cara, mas você não precisa passar por isso. Eu estou aqui e irei te ajudar. Por quê não me contou antes?

Maya: Porquê eu tinha medo de você não querer me ajudar. Você me avisou sobre ele e eu não lhe ouvi.

Meire: Conversa com o seu amigo e pede a ele para amanhã irei até a casa que você mora para buscar as suas coisas. Vou avisar ao seu pai que você quer sair de lá. Ele já estava preocupado com você naquele lugar.

Maya: Você conversou com o meu pai? – ela pergunta confusa – mas vocês não se falavam há anos.

Meire: Mas quando o assunto é a nossa filha, tivemos que deixar as discussões de lado. Irei pedir a ele para você e o Miguel ficarem na casa dele por um tempo, até encontrarmos um local para você morar em segurança. Se ele te ameaçou, pode muito bem querer te fazer algum mal quando ver que te perdeu.

Maya: Tá bom mãe. Eu vou até o trabalho do João.

A sua mãe percebeu que Maya sentia medo de ir para a casa onde John residia e perguntou:

Meire: Quer dormir aqui hoje? Você não precisa ir para lá se não quiser.

Maya: Eu não trouxe nenhuma roupa ou fralda para o Miguel. Muito menos leite suficiente para a noite toda – ela respondeu desanimada.

Meire: Roupa dele tem algumas aqui de quando eu o banhei, mas fralda não tem. Daremos um jeito. Apenas converse com o seu amigo pessoalmente e volte para cá. É perigoso você conversar essas coisas por mensagem porquê ele pode ter clonado o seu celular.

Maya: A senhora me falando isso me fez lembrar que eu não consigo mais acessar algumas redes sociais minha e ele havia me pedido para deixar a minha conta privada porquê tinham rackeado a conta social dele.

Maya fez o que a sua mãe lhe pediu e andou com o seu filho no carrinho até a loja que o seu amigo trabalha – numa sorveteria.

Ela contou-lhe tudo que estava aconteceu e pediu a sua ajuda e não se surpreendeu quando ele falou que a ajudaria.

João: Apenas me diga o horário para irmos buscar as suas coisas amanhã.

Maya: Pode ser às 10h? Vou pedir um carro para buscar o colchão e as coisas do bebê. Mas para ir lá sozinha eu não consigo e tenho medo dele querer me fazer algum mal e com você junto, ele não vai tentar nada.

João: Tudo bem, eu vou. Você vai dormir lá hoje? — ele pergunta preocupado.

Maya: Não, a minha mãe falou para eu dormir na residência dela – ela observa ao redor e percebe que já está de noite – eu preciso ir. Ainda tenho que inventar algo para que ele não me procure.

João: Por quê você não diz que dormirá na casa da Gabriela? Ele sabe que vocês sempre são muito unidas e não ira desconfiar.

Maya: Verdade, vou enviar uma mensagem para ela avisando para que tudo saia conforme o planejado.

João: Manda do meu celular pro dela para não dar erro.

Ela pega o celular dele e digita:

📨Maya: Gabi, boa noite. Faz um favor para mim? se o John perguntar eu estou na sua casa, está bem? É a Maya. Por favor, se mandar mensagem, envie para o celular da minha mãe. Eu te explico assim que eu puder.

Gabriela – que estava em casa terminando um trabalho do curso de administração – respondeu:

📨 Gabriela: Tudo bem, eu espero que esteja tudo bem com vocês.

Maya devolve o celular para João e leva Miguel de volta para a casa da sua mãe, mas no meio do caminho vê ao longe o seu sogro José.

Para disfarçar, ela coloca um pano sobre a sua cabeça – pegando o cobertor do seu filho – e segue andando rapidamente até o local marcado.

Ao chegar, ela retira o cobertor e dá um banho em Miguel, dar o leite dele e o põe para dormir.

...Flashback Off:...

Maya e João já estavam na casa organizando as roupas dentro das bolsas para que a mesma saísse da residência onde mudou – entre uma casa e outra – com John durante um ano.

John estava a assistir tudo sem conseguir fazer nada – enquanto ouvia Joana falando:

Joana: Tá vendo? Você não deu valor e agora ela está indo embora.

John: Cala a boca, mãe – foi a única coisa que ele falou e ficou calado novamente.

Maya: Depois nós conversamos sobre isso – ela falou para John e caminhou para fora da casa.

Mas João viu pelo buraco do portão quando John pegou uma vassoura para querer acertar na sua mãe – com ódio no coração ao perceber que Maya havia ido embora – mas já estava feito e ela não mudaria a sua decisão dessa vez e muito menos lhe daria outra oportunidade.

Ela seguiu andando até a casa da sua mãe – que ficava há poucos metros de onde morava – enquanto no carro alugado estava os móveis do bebê e o colchão dela.

Ao chegar na residência da sua mãe, a mesma abriu o portão e a ajudou a colocar as roupas que iria levar para o seu pai numa bolsa separada.

Mas logo foi ouvido a campainha tocar e ao olhar pela câmera da casa, Meire percebeu que se tratava de John e o seu pai José – e pelas câmeras ela percebeu que José estava armado.

Maya: Mãe, estou com medo – ela dizia, enquanto ia para perto do seu filho – ele vai deixar eu ir embora daqui viva.

Meire: Fique tranquila que eu não irei abrir o portão – ela caminhou até a cozinha e ligou o interfone – Não é uma boa hora vocês conversarem agora. Volte em outro momento.

Mas José queria respostas e não pretendia sair dali.

José: Eu quero saber do meu neto. O John é o pai dele e tem direito de vê-lo.

Meire: Vocês conversarão sobre isso quando todos estiverem mais calmos. Apenas dê um tempo para a poeira abaixar e tudo será resolvido.

José: Vamos John, mais tarde voltaremos aqui e se ela não nos deixar entrar, daremos um jeito.

Mas José não foi embora – ele ficou escondido próximo do local para saber o que iria acontecer – mas Meire precisava que a sua filha e o neto fossem embora dali e chamou um carro de aplicativo para buscá-los.

Meire: Já está com tudo pronto? – Maya balançou a cabeça positivamente – Já chamei o carro, mas você ficará entrar bem rápido porquê tenho a impressão de que ele esteja por perto.

Maya: Mãe, estou com medo deles pegarem o Miguel e fazer algo comigo.

Meire: Calma, eu vou olhar pelas câmeras se está seguro para você sair. O seu pai me mandou mensagem e disse que você ficará lá na residência da sua avó, mas que terá que fazer as suas próprias compras. Eu continuarei lhe enviando o dinheiro do benefício todo o mês como sempre faço, mas não saia na rua sozinha porquê você sabe que lá não é muito longe da casa dele.

Maya: Tá bem mãe e me desculpa por não acreditar na senhora. Eu estava sega por ele.

Meire: Isso já me aconteceu filha, mas espero que isso sirva de lição para não cair mais nesses papos de homens que não buscam compromissos de verdade.

Maya: Sim mãe, eu aprendi a lição.

Meire observa nas câmeras e vê que realmente não há mais ninguém na rua e aguarda até que o carro chegue para que Maya e Miguel adentre no veículo com as malas dela – menos os móveis do bebê que não pôde ser levado naquele momento.

Meire: Quando chegar avise e não se esqueça de trocar a senha das suas redes sociais. Ah! E compre um chip novo. Vai com Deus minha filha.

Maya: Obrigada mãe – ela olha pela janela observando o bairro até que o motorista dá partida, rumo à casa onde ela não queria voltar a morar, mas que no momento era a sua única opção.

Maya pensava que ali teria um pouco de sossego, mas aquele era apenas o começo do que ela iria passar.

Continua...

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Comments

Raimunda Neves

Raimunda Neves

Coitada fazer escolhas erradas tem consequências, Maya está sofrendo por não ouvir sua mãe, muito triste 😢 😢

2024-09-24

1

bete 💗

bete 💗

é uma situação muito triste
espero que a luta não seja tão árdua
❤️❤️❤️❤️❤️

2024-04-05

4

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