Capítulo 4

Após dois dias na maternidade, Maya e o seu filho Miguel foram para casa – uma residência alugada, da qual ela residia com a sua mãe — que havia retornado de viagem meses antes para ajudá-la com a gestação e a chegada do bebê ao lar.

Porém, John não gostou que Meire ajudasse a filha e fez algo para prejudicá-la — esperou até que Maire estivesse no quarto de hóspedes e Maya dormindo para arrancar a tranca da porta do quarto da sogra.

Contudo, Maire já desconfiava de que John pudesse fazer-lhe algum mal e escondeu uma faca debaixo do seu travesseiro — de modo que ninguém visse.

No dia seguinte Maire levantou da cama e ao tentar abrir a porta, percebeu que estava sem a tranca de fora. Então, ela pegou a faca debaixo do travesseiro e abriu o mesmo, saindo dali.

Maya continuava dormindo, mas John havia ido trabalhar. A sua mãe esperou até que ela acordasse para chamá-la para conversar:

Meire: Filha, eu sei que agora vocês são uma família e por isso eu decidi que ficarei aqui até cair o umbigo do seu filho e depois irei embora.

Maya: Mas por quê mãe? A senhora disse que moraria aqui por perto.

Meire: Enquanto eu estiver aqui não quero o John na nossa casa. Ele voltará a morar na casa da mãe dele e quando eu for embora, vocês decidem onde morar ou continuem aqui mesmo.

Maya: A senhora não pode estar falando sério, mãe. Ele é o meu marido agora e somos uma família.

Meire: Já está decidido. Tem coisas que é melhor você não saber no momento, mas um dia entenderá e me dará razão.

Maya: Tudo bem mãe, a senhora que paga o aluguel, então decide o que fazer e com quem mora ou não aqui.

...ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ...

John se mudou para a casa de Joana – a mãe dele – e Maya continuou a morar com a sua mãe e o bebê até o tempo prometido. Tengo Miguel sete dias de nascido, o umbigo dele caiu e Maire juntou as suas roupas e foi embora da residência, deixando a casa para eles.

Maya não entendia o que estava acontecendo, mas sentia que logo iria descobrir.

Mas o que estava faltando era o principal para o bebê ser reconhecido – ser registrado – e Maya sempre insistindo para irem no cartório.

Maya: John, eu preciso levar o Miguel no médico quando tiver que fazer o exame do pezinho e preciso da certidão de nascimento dele. Precisamos ir registrá-lo.

John: Não pode esperar mais um pouco? Estou sem tempo.

Maya: Não, não podemos e se você não for, eu irei sozinha e registrar somente no meu nome.

John: Você não faria isso — ele fala chateado.

Maya: Não duvide – ela responde séria.

John: Tudo bem, eu vou chamar a minha mãe para ir conosco — ele responde por fim.

...(Personagem John)...

Ao conseguirem registrá-lo, Maya, Joana e John retornaram para as suas residências, mas tudo estava diferente. John não queria ficar em casa com a sua mulher e filho e a desculpa era que lá não tinha televisão e ele queria assistir aos jogos.

Durante a semana ele saia do trabalho, passava em casa apenas para trocar de roupa e retornava para a residência da sua mãe onde ficava até às 23h50. Maya precisava cuidar sozinha de casa e de filho – do qual chorava muito durante a noite com cólicas, dores, mas ela não podia contar a ajuda de John para nada – nem mesmo para tomar um banho ou comer.

Joana ajudava quando queria, mas Maya sentia-se muito cansada com a nova rotina – o que a fez ter quedas frequentes de pressão, sendo levada para o hospital tomar soro com glicose e sendo receitada com antibióticos – mas que nunca poderia comprar porquê usava o dinheiro que recebia mensalmente para pagar o aluguel e comprar leite e fralda para o seu bebê.

Maya precisou parar com a amamentação porquê estava prejudicando a sua saúde e teve que comprar fórmulas para alimentar o seu bebê. Com isso, John reclamava que ela estava gastando demais com as despesas e falava que não poderia ajudar porquê ele usava o dinheiro para pagar as suas coisas.

Maya: Você sabe que o bebê precisa das coisas e não tem como eu trabalhar e cuidar dele ao mesmo tempo.

John: Eu já ajudo. Te dou R$200 todo mês. Não é o suficiente?

Maya: É sério isso John? Você recebe bem mais do que isso e precisamos pagar o aluguel desse mês. A moça já veio aqui cobrar.

John: Não tenho dinheiro Maya. Peça a ela para ficarmos no depósito que mês eu pago.

Maya: Não posso fazer isso porquê essas coisas tem que ser avisadas com antecedência.

John: Então usa o dinheiro que a sua mãe lhe envia para pagar o aluguel.

Maya: Você sabe que se eu fizer isso, não terei como fazer compras. E eu vou comer o que?

John: Eu não sei, eu não como aqui para não dar despesas. Dá o seu jeito, mas eu não posso lhe dar dinheiro porquê o meu dinheiro acabou.

Maya: Vou vê o que consigo fazer – ela responde por fim — pode ficar com ele para eu tomar banho?

John: Eu não sei cuidar dele — ele responde sério — não pode levar ele no carrinho para perto do banheiro? Estou cansado.

Maya: Não, eu não posso porquê eu não fiz essa criança sozinha. Você não me ajuda em nada com ele e nem em casa você fica. Então, pelo menos isso você fará pelo o seu filho.

John: Tá bem — ele fala sério e ela caminha até o banheiro – se ele chorar, o que eu faço?

Maya: Seja um pai de verdade e pegue ele no colo.

...ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ...

Apesar dos desentendimentos, Maya tentava viver uma vida normal com John – sempre acreditando que ele poderia mudar de atitude com o tempo – mas isso nunca acontecia.

Ela teve que conversar com a dona da casa sobre o aluguel, mas a mulher não gostou da resposta e disse:

Lúcia: Você sabe que precisava ter avisado com pelo menos um mês de antecedência né? Eu não posso sair prejudicada nisso, Maya.

Maya: Por favor Lúcia, é apenas por esse mês. Eu conversei com o John e ele está apertado também. Um bebê dá muitos gastos e ele não toma meu leite, tenho que comprar e tudo é caro.

Lúcia: Tudo bem Maya, deixarei por esse mês, mas digo que se não pagar no próximo mês, terão que ir embora daqui.

Maya concordou com as palavras da mulher e ao ficar em casa sozinha apenas com o seu filho, chorou muito, preocupada com toda essa situação.

Lúcia – por sua vez – enviou uma mensagem para a Meire contando o que havia acontecido:

📨 Lúcia: Olá Meire, eu espero que esteja tudo bem. Venho lhe enviar essa mensagem para avisar que a sua filha não pagou o aluguel desse mês. Ela disse que ficará no depósito, mas se ela não pagar, eu mandarei o valor para a sua conta.

Meire não respondeu a mensagem de Lúcia e deixou como estava – crendo que a sua filha tomaria uma decisão para resolver aquela situação – e ela o fez, conversando novamente com John:

Maya: Vamos ter que nos mudar para a casa da sua mãe.

John: Isso por quê? Eu não quero morar lá. Eu gosto dessa casa, ela é grande e espaçosa.

Maya: Você nem fica nessa casa direito, só fica na sua mãe e não temos dinheiro para pagar o aluguel e pelo visto você não quer ajudar a pagar.

John: Eu não darei mais do que duzentos reais para você por mês.

Maya: Então vamos para a casa da sua mãe. Nós podemos construir uma casa no quintal da casa dela. Já tínhamos começado a construir mesmo.

John: Você sabe que eu não quero morar perto dela.

Maya: E você sabe que o nosso filha precisa de um lar estável. Morar de aluguel não está dando. Filho dá despesas e precisa das coisas dele.

John: Eu sei, vou conversar com a minha mãe sobre isso, mas irei procurar uma casa para morarmos.

Maya: Você sabe que eu amo você John, mas precisamos entrar num consenso.

John: Eu sei, também te amo – ele a abraça – Eu sou novo nisso de ser pai, você sabe.

Maya: Eu sei e espero que tudo dê certo.

...ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ...

Uma semana se passou e os três se mudaram para a casa de Joana – onde eles passaram a morar num cômodo com uma cama de casal para os três dormirem – além do berço que precisou ser desmontado por falta de espaço e a cômoda de Miguel estava com as coisas dele.

Com a casa vazia, Meire pagou o aluguel e passou a morar novamente perto da filha porquê sentia precisará-la – mesmo que Maya tivesse dito que não moraria com a mãe porquê agora tinha uma família com John e o filho.

Maya estava sega de paixão e não imaginava quem era John de verdade e muito menos o que ele era capaz de fazer com quem estivesse no seu caminho.

Com Meire por perto, Maya a visitava diariamente para conseguir tomar um banho descente e se alimentar enquanto ela vigiava o seu filho.

Maya foi melhorando da saúde porquê agora conseguia se cuidar melhor e também do seu filho, mas John não gostava dessa aproximação – mantendo-se vigilante com a vida da sua sogra.

Com quase três meses morando juntos como uma família – após o nascimento de Miguel – Joana decide ajudá-los a procurar uma casa para eles morarem – encontrando uma com um quintal enorme e um poço no quintal.

Maya visitou a casa com Joana, mas teve um pressentimento muito ruim com aquele lugar – como se alguém quisesse lhe matar e jogar o seu corpo naquele poço.

Joana: Está tudo bem? Você gostou da casa?

Maya: Sim, ela é bem grande, mas esse poço me deu medo.

Joana: Fique tranquila, é só tapar ele com uma pedra grande que não tem nenhum perigo de você cair nela.

Chegando em casa, Maya contou a John sobre a casa e ele disse:

John: Não quero morar aqui e sim em São João de Meriti.

Maya: Eu sei, mas não temos dinheiro para comprarmos um terreno lá agora. Temos que pensar também no nosso filho. Um dia ele crescerá e não irá poder dormir sempre no canto da nossa cama – ela tenta encostar nele – Vamos pelo menos ver a casa.

John: Tá bem, vamos olhar.

Joana leva o seu filho até o local e ele diz:

John: Não gostei daqui, vamos ficar na sua casa por enquanto. Irei juntar dinheiro para comprar uma casa em São João de Meriti. Quero morar perto onde eu morei na minha infância e não aqui nesse fim de mundo.

Joana ficou triste com as palavras do seu filho, mas não disse nada. Apenas deu um meio sorriso e apresentou a casa para os primos dele – do qual também tinha um bebê chamado Théo e que estavam a procura de uma casa para comprar.

Mas John não ficou satisfeito ao saber que a sua mãe havia feito isso e colocou toda a culpa em Maya.

John: Por quê você fez isso? Poderíamos comprar aquela casa ou pagarmos como se fosse um aluguel.

Maya: Você mesmo disse que não queria a casa e a ideia de mostrar a casa aos seus primos foi da sua mãe e não minha.

John se alterou e levantou da cadeira da sala e disse algo que Maya pensou nunca ouvir sair da boca dele:

John: Não estou brincando, não estou brincando. Se você me estressar outra vez eu pegarei um pedaço de ferro e acertarei em você e na minha mãe.

Maya tirou forças de onde não tinha para falar naquele momento e disse:

Maya: Se você fizer isso, será preso.

Ele – tomado pela raiva – falou em tom de deboche:

John: Não serei porquê terei ficha de maluco.

Com isso, ele retornou os seus olhos para a televisão na sua frente e Maya adentrou no cômodo onde eles dormiam, extasiada com as palavras dele.

Maya: Ele não seria capaz de me fazer algum mal – ela dizia a si mesma – Ou seria? – o medo tomou conta do seu corpo e ela sentiu tudo dentro dela tremer, mas segurou o choro com medo dele realmente querer fazer algo contra ela.

O homem que ela amou, se entregou e fazia de tudo para estar ao lado dele disse isso para ela, a fazendo se sentir pior do que já estava e por um momento, ela pensou que merecia passar por tudo aquilo, decidindo não fazer nada para sair daquela situação.

Mas até quando ela iria aguentar tudo isso?

Continua...

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Comments

Denis

Denis

Nossa o amor cega mesmo. O cara maior cara de malandro.

2024-12-19

0

jeovana❤

jeovana❤

gente ela e muito burra

2024-12-18

0

Raimunda Neves

Raimunda Neves

Gente meu coração está apertado, acho que ele vai tentar matá-la /Curse//Curse//Curse/

2024-09-24

1

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