Maurício já estava completamente entregue ao beijo quando Olivia o interrompeu com uma frase surpreendente:
— Podemos focar no trabalho agora.
Maurício a encarou com decepção e reprovação e disse:
— Espera aí, o trabalho agora pode esperar. Antes, você vai ter que explicar o que acabou de fazer.
Olivia responde sem hesitar:
— Não é óbvio? Você me perguntou a razão a qual fico nervosa com sua aproximação, está aí a resposta, eu sempre tive curiosidade de provar o seu beijo, mas não sou daquelas que vive correndo atrás de um homem igual cachorrinho. Se o cara é interessante e vem atrás de mim, ok, eu cedo. Mas sair correndo atrás de um homem que não está nem aí para mim, jamais! Eu tenho dignidade!
Maurício a observou impressionado e a encarou bem no fundo dos olhos, questionando:
— Você tinha curiosidade de me beijar. Agora eu sou quem fiquei curioso. Você já provou o meu beijo, agora acho que tenho direito a saber o que achou.
Olivia pergunta:
— Quer que eu seja sincera?
Maurício responde com firmeza:
— Obviamente!
Olivia: O beijo não foi ruim, mas já fui beijada melhor.
Maurício solta um sorriso incrédulo:
— Beijada melhor?
Olivia assentiu, e ele inesperadamente a tomou pela cintura e a beijou outra vez com loucura, paixão e fervor. Em seguida, questionou:
— E agora, o que me diz?
Olivia responde com sinceridade disfarçada:
— Não houve tanta diferença deste para o primeiro, no entanto...
Maurício questiona, ansioso:
— O que?
Olivia se curvou ao ouvido dele e pediu em um sussurro:
— Este me provocou o desejo de te pedir uma coisa.
Maurício: Que coisa?
Olivia: Não pense muito no beijo, ele nunca mais irá se repetir.
Maurício: Você não precisa se preocupar. Afinal, eu também já fui melhor beijado, e não vai ser esse beijo sem sal que irá me tirar o sono.
Olivia, sem se deixar abalar, respondeu firmemente:
— Ótimo. Agora podemos nos concentrar no trabalho?
Maurício respondeu com um simples:
— Claro.
Ele entregou alguns papéis para ela e disse o que ela teria que fazer. Olivia se concentrou nos afazeres, enquanto Maurício a observa. Toda vez que ela o olhava, ele abaixava o olhar rapidamente, disfarçando-o. Da mesma forma, quando ele a observava, ela também abaixava o olhar rapidamente. Ambos estavam claramente distraídos.
Depois de alguns minutos, Olivia entregou os papéis para ele e disse:
— Pronto, já acabei.
Maurício se levantou, analisando os papéis e, para provocá-la, disse:
— Não gostei, pode fazer de novo.
Olivia, tentou disfarçar sua ira, sem retrucar ela sorriu serenamente para ele, dizendo:
— Sim, chefe.
O sorriso sereno de Olivia iluminou a sala, e Maurício sentiu seu coração dar um salto dentro do peito. Por um momento fugaz, toda a tensão e conflito desapareceram, substituídos por uma sensação reconfortante de conexão. Mas, em um esforço para manter sua compostura, Maurício tentou disfarçar a emoção que borbulhava dentro dele.
Os dois se sentaram novamente, e enquanto tentavam retornar à concentração para os papéis, suas mãos se encontraram no mesmo lápis em cima da mesa. O toque foi como um choque elétrico, enviando uma onda de calor através de seus corpos e fazendo com que o tempo parecesse congelar ao seu redor.
Olivia prendeu a respiração, sentindo-se presa na intensidade do olhar de Maurício. Seus olhos se encontraram, e por um momento, o mundo ao seu redor desapareceu, deixando apenas eles dois, imersos na eletricidade que pulsava entre eles.
Maurício segurou a mão de Olivia com firmeza, incapaz de se afastar. Cada batida do coração era uma sinfonia de sentimentos conflitantes - desejo, incerteza, e uma intensa necessidade de estar mais perto dela. A tensão entre eles era tão palpável que parecia preencher todo o espaço ao redor, criando uma atmosfera carregada com a promessa de algo mais.
Nesse momento, em meio ao caos das emoções, Maurício e Olivia se encontraram, presos em um momento fugaz de pura eletricidade, onde todas as barreiras desapareceram e apenas a intensidade do que sentiam um pelo outro importava.
Ambos perceberam o que havia acontecido. No entanto, um pouco desconcertados recolheram suas mãos e tentaram se concentrar no trabalho, mas a tensão persistia entre eles após o momento eletrizante compartilhado. Enquanto tentavam disfarçar e se concentrar no trabalho, Maurício não conseguia evitar notar que Olivia estava constantemente olhando seu celular. A cada vez que seus olhos se desviavam para a tela iluminada, uma pontada de irritação o atingia.
Finalmente, ele não conseguiu mais conter sua frustração e a recriminou:
— Você não consegue se concentrar por um momento sequer? Estamos aqui para trabalhar, não para ficar mexendo no celular o tempo todo!
Olivia suspirou, frustrada, e respondeu:
— Até que horas você vai me segurar aqui? Eu tenho um compromisso que foi adiado por sua causa, e agora, mesmo tendo remarcado para mais tarde, temo que irei me atrasar. Por favor, me deixe ir. Eu prometo que amanhã eu termino isso.
Maurício se sentiu encabulado, passando as mãos pelo cabelo enquanto tentava tomar a melhor decisão.
— Sei... você vai sair com seu namoradinho, não é?
Ele respondeu, tentando disfarçar o desconforto.
Olivia sorriu e disse, desafiadora:
— E se for? O que você tem a ver com isso?
Maurício tentou disfarçar sua reação, olhando para o relógio:
— Minha nossa, já é muito tarde, também marquei de sair com alguém.
Olivia perguntou, esperançosa:
— Isso significa que posso ir embora?
Maurício concordou, e ela imediatamente ligou para seu amigo vir buscá-la. No entanto, ele bufou ao ouvi-la chamando-o de "gatinho". Em um momento de impulsividade, Maurício arrancou o celular da mão dela, desligou a ligação e disse:
— Não precisa desse imbecil. Vamos, eu vou te deixar em casa.
Olivia ficou chocada com a atitude repentina de Maurício e o questionou:
— O que deu em você? Ficou louco ou o que?
Ela o empurrou com força, tomando seu celular de volta, pegou sua bolsa e saiu nervosa.
"Quem esse idiota pensa que é? Acha que pode me dizer o que fazer agora?"
Murmurou Olivia para si mesma, com a raiva fervendo dentro dela.
Maurício seguiu atrás dela, insistindo:
— Você não vai para casa, não é? Por isso não quer a minha carona. Você vai mesmo sair com ele?
Olivia, furiosa, parou abruptamente e se virou para encará-lo.
— E daí? Você também vai sair com alguém, e nem por isso estou te atormentando com isso.
Maurício a questiona, visivelmente perturbado:
— Então você não se incomoda nem um pouco que eu tenha um encontro com outra pessoa?
Olivia respondeu com amargura:
— Fazem cinco anos que trabalho nesta empresa, já vi você saindo com mulheres diversas vezes, o que significa que estou acostumada com seus encontros. Mas, não entendi a sua pergunta, por que eu deveria me importar com a sua vida, quando não temos nada haver um com o outro?
Maurício não conseguiu responder.
Olivia: Eu não preciso que me dê carona, eu não te pedi isso. O Eduardo está vindo me buscar agora. Por favor, me deixa em paz!
A tensão entre eles atingiu o auge, e Maurício percebeu que ultrapassou os limites. Ele abaixou a cabeça, sentindo-se envergonhado por sua atitude impulsiva.
— Desculpe!
Murmurou, com um tom de voz mais suave.
— Eu realmente não devia ter me intrometido. Vou deixar você em paz.
Olivia olhou para ele com desconfiança, mas ao notar a sinceridade em seu olhar, seu coração se acalmou um pouco.
— Tudo bem!
Ela respondeu, tentando conter suas emoções.
— Só... por favor, não se intrometa na minha vida pessoal novamente.
Maurício concordou com um aceno de cabeça e assistiu enquanto Olivia se afasta, sentindo-se perdido com a situação. Ele sabia que tinha agido feito um idiota mas não conseguia evitar a sensação de ciúme que o consumia.
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Atualizado até capítulo 50
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