Capítulo 10 - A Revelação

Era noite quando Hélia se deu conta que tinha sido sequestrada, e quando olhou ao redor da cela que estava, viu Jadita e Unises deitados no chão como ela.

Não fazia ideia do motivo de terem feito isso, mas logo pensou no dominador que talvez um deles três fossem o escolhido.

Assim que se levantou uma criatura se apresentou diante da entrada e lhe disse:

— Seja bem vinda ao reino dos elfos, o nosso rei e rainha desejam falar com vocês três, por favor acorde os outros dois logo e me acompanhem.

— Quem é você? — Hélia pergunta desnorteada.

— Me chamo Eldarion, filho das estrelas, caso não saiba, eu sou um elfo. Sua raça corre um enorme perigo e talvez um de vocês três seja o guardião ou guardiã do espírito elemental, por favor, não demore.

— Certo... Jadita? Unises? Acordem... — Ela fala mechendo nos dois e os balançando.

— Hélia? O que houve... onde estamos? — Jadita fala com uma pequena dor de cabeça pelo efeito da flecha tranquilizante.

— Meninas? Onde estamos?! O que aconteceu? — Unises pergunta todo tonto e meio enjoado.

— Precisamos ir gente, esse rapaz está nos esperando para falar com os reis, vamos, levantem.

Logo que deixaram a cela eles três avistaram árvores enormes, cheias de galos grossos que conectava uma nas outras, fazendo um caminho para que pudessem passar.

Ali, era o centro do reino elfíco, que ficava debaixo da terra sustentado pelas fortes raízes das grandes árvores dos solos, e era enorme o lugar, e nas paredes de cipós haviam vários cristais de diferentes cores; vermelhos, azuis, amarelos, verdes, pretos e brancos. Alguma relação com os elementos esses cristais tinham, pois deixava claro as reluzentes faíscas que saíam de cada um deles, ainda mais brilhando no escuro e clareando o ambiente.

— Olá, jovens guerreiros destemidos. Sejam bem vindos ao nosso reino, pedimos desculpas pelos nossos modos singulares em trazê-los até aqui, infelizmente não havia outra forma mais adequada para a tamanha urgência que tínhamos em tê-los em nossa presença, não é mesmo minha querida esposa? — Conta o rei elfíco.

— Sim, meu amor. As circunstâncias são necessárias, e o tempo é curto demais para nos preocuparmos com pequenos detalhes de comportamento. Me digam, como se chamam? — Pergunta a rainha elfíca.

— Bom, eu me chamo Unises, sou um simples camponês, nada mais que isso, caso tenham me sequestrado por algum motivo maior, sabe... — Ele diz tentando disfarçar o medo que estava sentido naquele momento.

— E as moças? São tão lindas e jovens, suas belezas são radiantes aos meus olhos, não é mesmo Ingwë?

— Sim, Tári meu amor. São lindas.

— Me chamo Hélia, e essa aqui é minha irmã Jadita. Somos simples camponesas também como o Unises, mas somos do Reino da Planta.

— Sim, sim. Foi por serem da nação da planta que acabamos os raptando de seus lares, mas na verdade nossos batedores interceptaram uma carta que uma de vocês escreveram, e quando soubemos das informações que ela continha, não podíamos ficar parados de braços cruzados, foi preciso agir contra o tempo... — Conta Ingwë, o rei elfíco, que significa líder dos altos elfos.

— O que o meu marido quer dizer, é que um de vocês podem ser o tão aguardado guardião ou guardiã, e não podíamos permitir que a realeza dos seis reinos colocassem as mãos em vocês. Nossos servos já estão trazendo o cristal da planta, apenas a realeza dos seis reinos tem esses cristais, mas eles tem apenas um, já o nosso povo tem milhares debaixo desta montanha enorme que estamos presente no momento. — Explica a rainha Tári, que significa rainha das estrelas.

— O quê farão conosco? — Jadita pergunta assustada e com medo.

— Nada demais minha jovem, vocês só terão que tocar no cristal, quem tocar e ele brilhar significa que é o guardião ou guardiã. — Fala a rainha.

— Primeiro o rapaz, já quero descartar de primeira se ele é o guardião ou não. — Da a ordem o rei.

— Pelos espíritos, espero que seja eu, não quero que uma das meninas morra... — Fala em pensamentos Unises. Assim que o servo apresenta o cristal Unises olha atentamente para ele, e quando o toca, nada acontece. O cristal permanece brilhando normalmente. — Aah não... tinha que ter sido eu!

— Interessante... a maioria dos séculos de guardiões foram homens, mas me parece que desta vez será as mulheres. — Conta Ingwë.

— Jadita, você é a próxima, vamos. — Fala Tári.

— Espero que seja eu Hélia, não se preocupa comigo, se caso eu morrer me promete que vai se cuidar, e que jamais vai desistir de viver, me promete!

— Não fala isso, não é você, sou eu! Não posso te perder, jamais! — Logo que Jadita toca no cristal, ela fecha os olhos e derrama algumas lágrimas, mas nada acontece.

— Minha nossa, temos uma vencedora! — Grita a rainha para todos ouvir.

— Eu não esperava que fosse eu, mas se o destino quis assim, só posso aceitar o desígnio dos espíritos, façam o que quiserem comigo, mas deixem a minha família ir embora em segurança! Por favor! — Hélia fala caindo no chão de joelhos e chorando muito, e toda se tremendo da cabeça aos pés.

— Muito bem, vamos tirar a conclusão de uma vez por todas, coloquem o cristal na mão da jovem! — Diz o rei ordenando o seu servo.

— Desculpa Jadita, me desculpa! — Hélia diz assim que toca no cristal, se passa alguns segundos ela segurando, mas nada acontece.

— Pelos espíritos meu amor, não é ela! — Conta Tári para Ingwë.

— Como pode? Mas a gente leu a carta, e dizia claramente que vocês três podiam ser o escolhido!

— Então terão que procurar em cada cidadão e cidadã do Reino da Planta se quiserem descobrir! — Fala aos gritos Unises com bastante raiva por terem feito passar por aquela pressão toda.

— Graças aos espíritos Hélia, não somos a guardiã! Viva! — Diz Jadita levantando Hélia do chão e a abraçando.

— E agora meu amor? O que faremos... se não são eles, quem poderá ser? — Pergunta Tári decepcionada.

— Guardas? Levem nossos hóspedes para conhecer o nosso lar e lhes deem comida para saciar a fome, de agora em diante eles serão nossos amigos e compartilharão do melhor que a nossa terra tem a oferecer! — Da a ordem o rei com um sorriso no rosto.

— Aproveitem a estadia em nossa moradia, ficarão surpresos com a quantidade de beleza que nosso gigantesco lugar apresenta! — Diz Tári toda alegre e sorridente.

Foi totalmente inesperado o que acabara de acontecer, se eles três não eram o escolhido, quem mais poderia ser o dominador, quem mais teria escapado das mãos da realeza e conseguido se esconder deles esse tempo todo... as respostas estavam na profecia, que poucos conheciam.

— Será que devemos contar a eles? — Pergunta Tári baixinho para Ingwë.

— Seria bom eles souberem a verdade, isso já foi escondido a tempo demais do povo deles... — Conta o rei, e assim que os três jovens estavam caminhando para fora do palácio, o rei gritou e os chamou de volta. — Esperem! Temos algo a lhes contar!

— O quê foi rei Ingwë? — Pergunta Hélia nervosa.

— Vocês já devem ter ouvido falar das profecias não é mesmo? Pois bem, a verdade é que ela foi modificada pelos primeiros reis e rainhas dos seis reinos, para esconder a verdade dos povos. Mas, nossos grandes elfos sábios conseguiram identificar os detalhes de cada uma delas e interpretarmos corretamente cada uma, e a primeira dizia assim:

"De um dia para o outro, nasce a luz do destino. No dia do nascimento, surge o descendente"

— Essa foi a primeira profecia entrega ao povo, mas foi modificada pelos reis e rainhas. Mas a verdadeira diz assim:

"Na lua ao nascer do sol, brilha o raio do farol. Ao desabrocho da flor, floresce a rosa do amor"

— Bem, com alguns estudos mais aprofundando pelos nossos sábios, eles descobriram que está faltando uma última frase na profecia, e depois de anos de esforço conseguimos descifrar cada palavra, que diz assim:

"No raiar da escuridão, submerge o furacão"

— Nossos sábios tentaram interpretar toda a profecia, mas não conseguimos até hoje. Se soubéssemos o que ela significa, poderíamos entender o que vai acontecer no destino do mundo inteiro... — Revela o rei decepcionado.

— Não sabemos o que significa, infelizmente. — Diz Unises debochando.

— Eu também não sei, desculpa não poder ajudá-los... — Fala Jadita com um olhar triste.

— Espera... ao nascer do sol... floresce a rosa do amor... e... submerge o furacão... eu sei o que significa! — Grita Hélia toda animada e contente dando um rápido pulo do chão.

— O quê?! — Diz o rei e a rainha ao mesmo tempo assustados.

— Significa: "Ao nascer do sol nasce o guardião, na idade certa despertará o espírito, assim os guardiões nascerão!"

— Pelos espíritos, ela sabe! — Grita a rainha surpresa e sem acreditar.

— Guardas? Segurem ela! — Diz o rei com uma autoridade esbravecido.

— Mas por que me segurar? Eu não sou a guardiã! — Grita Hélia com raiva e assustada.

— Agora você nos deixou confusa senhorita Hélia, se você não é a guardiã, como conseguiu decifrar a profecia? — Pergunta o rei Ingwë com raiva.

— Eu não sei, apenas decifrei... veio na minha mente! — Hélia diz tentando se soltar dos guardas.

— Desculpe querida, mas se você conseguiu decifrar a profecia, só significa uma coisa... você é a guardiã!

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