...Autora Narrando...
Foi em vinte e cinco de agosto em um domingo, que tudo aconteceu. Anica estava completando 13 anos de idade e tinha planos para comemorar o seu aniversário com o seu melhor amigo Enzo, pois ambos haviam passado meses planejando esse dia. O dia que deveria ser perfeito para ela, mas que não foi...
Anica estava no seu quarto arrumando o seu cabelo. Ela estava animada, pois a oito dias atrás ela havia virado mocinha e estava louca para falar com o seu amigo, já que ambos não escondiam nada um do outro e claro, ela queria dizer à ele que ela já era uma adolescente e que ele poderia parar de se preocupar tanto com ela. Como Edgar, o seu primo, a deixou presa dentro de casa sem deixar ela se encontrar com o Enzo, ela não pôde contar a grande novidade para o seu amigo.
Ela olhava-se no espelho com entusiasmo, pois faltava poucos minutos para o Enzo chegar para buscá-la. Assim que ela passou mais um pouco de batom nos seus lábios, a porta foi aberta, revelando o seu primo com um semblante nada alegre.
Anica gelou e rapidamente parou de passar o batom, abaixou a cabeça e tentou não demonstrar o seu medo por ele. Edgar estava com raiva e ciúmes, ele sempre odiou a amizade da Anica com o Enzo e o mesmo sempre dizia que não existe amizade entre homem e mulher.
Edgar fechou a porta do quarto, aproximou-se da garota e a analisou dos pés à cabeça. Saber que ela estava arrumada para aquele garoto o enoja, o deixa enraivecido! Anica usava o vestido novo que a mãe do Enzo comprou para ela, e a mesma sabia que o seu primo não gostava quando ela usava vestidos para sair de casa.
— A onde pensa que vai vestida assim? E que maquiagem é essa?!
Muito trémula, a jovem garota encarou o seu primo e disse num tom quase inaudível:
— Estou indo....para a casa...do Enzo...hoje é o meu...
— VOCÊ NÃO VAI A LUGAR NENHUM! — Gritou ele, fazendo ela se encolher no canto.
— Por favor primo...hoje...hoje é um dia especial para mim! — Balbuciou ela quase chorando.
Edgar riu perante a suplica da garota, que agora estava aos prantos, enquanto repetia diversas vezes aquelas mesmas palavras. Irritado, Edgar estapeou a face da Anica, fazendo ela gritar e rapidamente colocar a mão na sua face.
— Você não vai a lugar nenhum, entendeu?!
Edgar a puxou pelos cabelos. Saber que ela estava louca para ver aquele mauricinho o deixou fora de si. Ele a guiou para fora do quarto, a levou para um quarto fechado e a jogou lá dentro, entrou e fechou a porta.
Anica encarou aquele quarto estranho e com muito medo olhou para o seu primo, que agora estava tirando as suas vestes com rapidez e a encarando com um olhar de luxúria.
— Primo...o que...o que você irá fazer?
A voz dela saiu arrastada e logo outro grito saiu dos lábios dela. Edgar a jogou com tudo na cama, rasgou a parte de baixo da roupa dela e a mesma só fazia chorar, enquanto fechava os seus olhos para não olhar o corpo desnudo do seu primo.
Ela não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo, era um tormento para ela. Anica chorou do começo ao fim e mal conseguia respirar, pois o seu estômago doía muito. As suas pernas estavam fracas igual ao seu corpo. O Edgar havia feito um estrago na vida dela e ela sabia que dali em diante, o seu tormento só iria aumentar...
Edgar, após esta vestido, encarou a Anica e disse, enquanto se aproximava dela novamente. Anica já estava de pé, ela mal conseguia andar, mas ainda conseguia se manter de pé.
— Vá para o seu quarto e não saia de lá — Edgar passou a mão na bochecha ainda vermelha da Anica, fazendo ela fechar os olhos enquanto tremia de medo — se eu souber que alguém soube o que fizemos hoje, eu mato aquele mauricinho, entendeu?
Anica apenas concordou com a cabeça enquanto engolia o seu choro. Edgar saiu do quarto e com muito esforço a Anica saiu também. Ela seguiu para o seu quarto, entrou nele e logo em seguida fechou a porta.
Ela começou a chorar e foi para o banheiro, tirou as suas vestes e tomou um banho quente demorado para poder tentar tirar o cheiro nojento do seu primo que está inpreguinado no seu corpo. Após longos minutos, ela pôde ouvir a campainha tocando, rapidamente ela se vestiu e tentou chegar o mais rápido possível na sala, mas quando chegou lá, encontrou o Edgar conversando com o Enzo.
Enzo estava belíssimo e elegante. Ele usava uma roupa formal que o deixava mais belo que o normal. O seu cabelo loiro estava penteado com gel e um cheiro delicioso emanava dele. Assim que Enzo a viu, o mesmo notou que algo não estava certo, pois a mesma estava muito abatida.
— Minha linda, vim te buscar! — Diz ele a sorri.
— Enzo...eu já estou pronta...
— Você não irá Anica, você está muito abatida ainda! — Diz Edgar, fazendo o Enzo encarar ele.
— Como assim? Anica, você está doente? — Perguntou o garoto assustado.
— Eu estou bem...pr-primo...por favor...
Anica não conseguia encarar o seu primo e o Enzo conseguia sentir uma energia pesada vindo dele. Edgar xingou baixo, levantou-se e simplesmente subiu as escadas sem dizer nada. Enzo aproximou-se da garota que encontrava-se trémula e muito abatida. Ele tocou no braço dela e a mesma afastou-se assustada, o seu olhar era de puro medo...
— Ani...Ani, o que aconteceu? Você não está bem...o clima entre vocês dois...
Anica sacudiu a cabeça em negação, pegou no braço do Enzo e saiu da casa com passos rápidos. Ela sabia que não podia demonstrar a sua tristeza e muito menos deixar ela transparecer na frente do seu melhor amigo, pois o mesmo a conhece muito bem e não seria difícil para ele descobrir que ela não está nada bem hoje.
Andando pelas ruas, Anica encarava o chão enquanto tentava manter os seus pensamentos longe, longe daquele momento horrível que ela foi obrigada a passar. Enzo, percebendo o mal jeito que a sua amiga andava, ele parou de andar, colocou as suas mãos no bolso da calça e analisou ela dos pés a cabeça, fazendo a mesma cruzar as pernas e passar os seus braços ao redor do seu corpo, numa maneira de esconder as marcas deixada por seu primo.
Era impossível não notar que algo estava errado, o jeito que ela estava agindo era muito estranho, ela nunca ficou tão calada como está agora. Hoje é o dia do seu aniversário, o dia que ela deveria comemorar com alegria e não tristeza.
— Ani, o que houve? Você está me escondendo alguma coisa...— Suspira pesadamente, enquanto observa atentamente as ações da sua amiga — Você não irá me contar, né mesmo?
Anica colocou um sorriso nada agradável no rosto, ela estava forçando um sorriso e aquilo só aumentava ainda mais as desconfianças do Enzo. Enzo sempre notou os olhares estranhos que o Edgar lançava para ela. Eram olhares de luxúria, desejo e algo a mais, só que este outro modo que ele a olhava era difícil de ser decifrado.
— Enzo, não pense besteiras! Eu estou apenas chateada...mas, já já isso passa! — Rir amargamente.
— Não vou insistir, quando for a hora certa, você me contará.
Ele sempre foi assim, nunca insistia para as pessoas lhe contarem o que estava acontecendo com elas, ele as deixava livre para pensar, para organizar os seus problemas. Enzo abraçou a Anica, fazendo ela ficar emocionada e sem delongas, ela se desmanchou em lágrimas ali nos seus braços, dando a entender que algo muito ruim havia acontecido com ela.
Enzo beijou a cabeça dela e apertou o seu abraço. Ele queria ser útil na vida da Anica e saber que algo ruim lhe aconteceu o mágoa. Ele odeia vê-la chorando. Uma pessoa tão boa e delicada como ela, não deveria chorar e muito menos se machucar.
— Vai ficar tudo bem amor, eu estou com você, lembra? Eu prometi que nunca te deixaria, que seria a sua âncora e que estaria com você nos bons e maus momentos. — Enzo falou com uma voz suave, tão suave que aqueceu o coração partido da garota de treze anos.
— Obrigada...obrigada por tudo Enzo! — Anica disse entre lágrimas, nos braços dele ela sentia proteção e não tinha medo do mundo ao seu redor.
Enquanto eles conversavam ainda abraçados, Edgar observava aquela cena linda com ódio no olhar. Ele odiava ver a Anica com o Enzo, e o mesmo é capaz de tudo para vê-lo longe dela...
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 34
Comments