...Autora Narrando...
Após um dia cheio e muito divertido, Anica estava de volta em casa. Ela não queria entrar e quase chorou quando viu o Enzo indo embora. Tudo o que ela queria era gritar e pedir para ele a levar para bem longe dali, mas o que ele poderia fazer? Ele era só um adolescente de 16 anos e não podia fazer nada sem o consentimento da sua mãe.
Entre longos suspiros, ela abriu o portão da casa. Estava tudo escuro e muito silencioso, e aquele silêncio a tranquiliza, pois se está tudo apagado e silencioso, significa que o seu primo não está acordado ou pelo menos...foi isso que ela imaginou.
Ao pisar o pé dentro de casa, ela assustou-se quando a luz da sala se acendeu, revelando o seu primo sentado no sofá a esperando e o mesmo não estava nada contente com o horário que ela havia retornado para casa.
— Isso lá são horas para você chegar, Anica? — Perguntou ele, enquanto a encarava dos pés a cabeça, procurando algo de diferente nela, mas nada parecia fora do normal.
— Desculpe...eu...eu...— Nada além de "eu" saia dos lábios dela, a mesma estava muito tensa, pois a sua mente só conseguia pensar na tortura que ela passou mais cedo.
Edgar sorriu, ele levantou-se com lentidão e aproximou-se de onde ela estava. Anica afastou-se da porta e tentou correr, mas o Edgar a puxou pelo braço e desferiu vários tapas na face dela a deixando tonta. Ele puxou o cabelo da Anica, fazendo ela gritar e chorar de dor.
— Eu não quero você com ele, vê-los tão íntimos é horrível! — Diz enciumado — Você é só minha Anica, somente eu posso te tocar, te beijar e possuir o seu corpo...
— N-não...aquilo de novo não...— Anica estava desesperada, ela sabia que passaria por aquele momento horrível novamente.
Edgar levou a Anica pelos cabelos até o quarto dele, ele fechou a porta e enquanto ele se despia, Anica preparava a sua mente para mais uma sessão de tortura...
Nos dias seguintes, a vida da Anica só piorou e a cada dia que passava, ele ficava mais agressivo e a assediava diariamente.
Hoje era sexta e o Enzo marcou de encontrar a Anica na praça principal, o mesmo dizia ter algo muito importante para falar com ela.
Anica comprou um sorvete de casquinha, sentou-se no banco e logo avistou o seu amigo vindo todo sorridente ao seu encontro. Enzo sentou-se ao lado dela, depositou um beijo na sua face e logo tratou de roubar um pouco do seu sorvete, fazendo ela brigar com ele.
— O que você tinha de tão importante para me falar em? — Perguntou ela, enquanto saboreava o seu sorvete de maçã verde.
Enzo estava corado, ele mal conseguia conter a sua felicidade. Ele olhou para os lados, como se tivesse se certificando que não havia ninguém ali por perto para ouvir o que ele tinha para falar pra ela.
— Ani, eu finalmente dei aquele enorme passo! — Diz a sorri.
— Enorme...passo? Não entendi Enzo! — Respondeu ela, confusa.
Anica era muito lerda para entender algumas coisas e o seu amigo, sabia que ela era lerda o suficiente para demorar a entender tudo que ele tinha em mente para lhe dizer, por isso optou por ser específico na sua reposta.
— Ani, eu perdi a minha virgindade. — Solta por fim, fazendo ela o encarar pasma.
— Se-sério?! Com quem?
Anica estava muito curiosa, ela adorava quando o Enzo contava as suas experiências e não dava importância para qual fosse a experiência nova que ele fizesse.
— Lembra daquela ruiva que me deu o contato dela quando estávamos na praia?
— Sim.
— Foi com ela. Ontem, ela mandou-me uma mensagem, dizendo que estava sozinha em casa, então eu me arrumei e fui pra lá.
— Você é louco? Tem nem quinze dias que vocês se conheceram e já foram fazer isso? E se ela fosse alguma maluca?! — Diz brava.
Enzo riu, ele deu um tapa fraco na perna dela e a mesma gemeu de dor, assim que ele olhou para a perna dela, ele notou algumas manchas roxas. Quando Anica notou que a mancha que tinha na sua perna estava a mostra, ela rapidamente colocou a mão em cima e disse muito nervosa.
— Eu cair ontem, por isso a marca roxa...
— Você vive caindo ultimamente, já estou achando isso estranho! — Diz desconfiado.
— Não mude de assunto, continue com a sua história!
— Você que está mudando de assunto Anica — Suspira — mais o que você que ouvir? Eu já falei com quem eu dormir ontem.
— Quem tomou a iniciativa? Foi bom?
— Foi maravilhoso...— Enzo fechou os olhos, ele parecia está tendo lembranças da sua noite quente com a ruiva.
Anica sentia inveja do Enzo, ele teve a sua primeira vez com uma mulher bonita e não foi forçado a nada. Já ela, bom, ela foi obrigada a dar a sua virgindade de mão beijada para o seu primo. Ela nunca foi amada e muito menos sentiu prazer...ela só sentiu dor, dor e mais dor...
— Ani, acorda!
Gritou Enzo, fazendo ela se assustar e o encarar assustada. Ela deu um sorriso sem graça e encarou o chão. Enzo novamente sentiu o clima fica estranho, ele encarou ela e a mesma continuava a encarar o chão. Ela mal batia os olhos e parecia estar perdida em pensamentos novamente.
— " O que tanto te atormenta, Anica? "
Perguntou-se, e logo voltou o seu olhar para o céu azul. Ao seu redor só era felicidade e luz, mas quando ele olhava para a Anica, podia perceber que ela não estava tendo dias de paz e felicidade.
— Eu desejo, um dia ser feliz...ser livre. — Anica quebrou o silêncio, trazendo a atenção dele para ela novamente.
— Você não vai me contar o que está atormentando os seus dias? Vai guardar isso até quando? — Indagou olhando bem nos fundos dos olhos sem brilho da Anica.
— Se eu contar, você terá pena de mim e eu não quero que você sinta pena.
— Certo...só não esquece, que eu estarei sempre aqui...
— Não esquecerei.
<_ Dois anos depois _>
Esses últimos dois anos foram os piores da vida da Anica, ela não teve um dia e muito menos um minuto de paz em casa. Edgar fazia questão de buscar ela na escola. Ele a proibia de sair de casa, não deixava ela sozinha por muito tempo com o Enzo, para ser sincera, eles se falavam mais por telefone.
Enzo chegou até a brigar uma vez com o Edgar, e por esta briga, ele passou um tempo sem poder ir ver a Anica e ela, foi torturada todas as noites por seu primo.
Novamente chegou o dia do aniversário da Anica. Ela não queria comemorar aquela data, pois aquela data a marcou de um jeito nada agradável. Só que o Enzo havia feito questão de fazer a festa de quinze anos dela, ele até fez ela aprender a dançar valsa.
— Querida?
Uma voz suave e muito gostosa de ouvir soou pela casa, fazendo a Anica se levantar e dar um sorriso para a Ester, mãe do Enzo.
— Oi tia, já está na hora? — Perguntou ela, com a voz baixa.
Anica estava com a garganta inflamada, pois infelizmente na noite anterior, ela foi obrigada a pagar um b0quete para o seu primo e isso resultou na inflamação da sua garganta.
— A maquiagem está do seu agrado? Você realmente gostou do vestido meu bem?
— Sim, a maquiagem serviu para cobrir o meu hematoma...e o vestido é belíssimo! Eu sou muito grata por tê-los ao meu lado.
— Você tem certeza que esse hematoma foi causado por um acidente doméstico? Meu bem, o Enzo ainda insiste em dizer que o seu primo lhe agride, pois o comportamento dele com você é tóxico!
Anica nega com rapidez, ela sabe o que lhe acontecerá se descobrirem o que realmente acontece com ela. Edgar é um monstro, um homem sem coração que seria capaz de fazer qualquer coisa apenas para machucar ela.
— O Enzo está viajando demais tia! O Edgar me trata...ele me trata super bem! — Força um sorriso — Está na hora ou não?
— S-sim...— Ester passou a mão no rosto, ela sorriu e se aproximou da Anica, tocou na face dela e logo depois a puxou para fora daquele quarto — não convidamos muitas pessoas, apenas convidamos alguns conhecidos do Enzo que é da mesma escola que a sua.
— Eu não conheço ninguém...por mim, nem comemoraria, pois eu só tenho o Enzo de amigo.
— Você precisa fazer novos amigos...
— Já tentei, mas não sou igual ao Enzo, não consigo ser social...
— Entendo, eu já fui como você. Gosto de saber que o meu filho não saiu igual a mim, eu era muito estranha quando era jovem — Rir — espero que a sua noite seja maravilhosa e só desejo felicidades para você meu bem, só felicidades!
Anica deitou a cabeça no ombro da Ester. Ela sentia o seu coração se aquecendo aos poucos. A jovem não aproveitou muito o amor da sua mãe, já que ela morreu quando a mesma tinha apenas 10 anos. As poucas lembranças que ela tem da sua amada mãe, são muito valiosas para ela e são essas lembranças que faz ela acordar todos os dias, que faz ela não desistir da sua vida.
Ao chegar no salão de festa, Anica ficou admirada com a decoração do local. Havia mesas em um lado com algumas pessoas conversando e bebendo. Do outro lado tinha um buffet magnífico. Na frente havia uma banda tocando algumas músicas clássicas e no meio do salão tinha mais pessoas dançando.
Ela estava sentindo-se deslocada naquele local, ela realmente estava nervosa, muito nervosa. Todos os olhares estavam nelas, Ester estava anunciando a chegada da aniversariante. Anica estava procurando o Enzo na multidão, pois ela só conseguiria ficar mais a vontade ao seu lado.
Perto do buffet, ela encontrou ele conversando e rindo com a sua ficante e logo voltou a sua atenção para a multidão à sua frente. Como ela iria cumprimentar aquelas pessoas estranhas? Ela mal sabe o nome deles, não conversa com nenhum...
— Querida, vamos lá? — Incentivou Ester e logo a mesma suspirou e deu um sorriso de canto.
— Agradeço...agradeço a todos por sua...por sua presença...
Todos bateram palmas e logo saíram dali, deixando ela sozinha. Ninguém teve coragem de ir parabenizá-la, de falar: " Nossa, como você está bela Anica!" " Meus parabéns, lhe desejo felicidades!" Ninguém disse isso, nenhum deles eram seus amigos, eles eram amigos do Enzo e não dela!
Chateada, ela simplesmente saiu dali, deixando a Ester pasma. Anica não estava a vontade, ela nunca quis uma festa, apenas um bolo era o suficiente!
— Anica!
Era o Enzo a chamando, mas ela não parou, ela só aumentou os seus passos, queria está o mais longe possível daquele lugar! Enzo passou a mão na cabeça e correu atrás dela, ele sabia que havia errado, mas não imaginava que ela fugiria da sua festa de aniversário.
Enzo puxou Anica pelo braço, a impedido de continuar andando. Frustrada, ela virou-se, encarou o Enzo e logo depois a mão dele que estava no seu braço.
— Me solta Enzo! — Pede ela brava.
— A onde vai? É a sua festa Ani!
— Minha? ESSA É A SUA FESTA E NÃO A MINHA! Porra...eu não conheço ninguém, não tenho amigos Enzo...o que você estava pensado quando convidou essas pessoas? Eu disse que não queria festa...eu não gosto de festa...
— Desculpe...eu...eu achei que seria uma boa ideia, queria te apresentar novas pessoas...
— Eu não quero conhecer novas pessoas, você é o meu amigo e deveria saber disso!
Anica puxou o seu braço, ela encarou os seus pés e percebeu o qual miserável ela estava sendo. Ele gastou uma grande fortuna só para dar uma festa de aniversário digna à ela e é assim que ela age?
— Desculpa...você teve tanto trabalho para organizar isso tudo e eu...estraguei tudo! — Diz entre lágrimas.
— Não, você não estragou...na verdade, fui eu que estraguei — Se aproxima dela — se você preferir, podemos sair e curtir apenas nós dois.
— Você não precisa fazer isso, eu só necessito de um tempo para me acalmar...já volto para lá.
— Certo, mas se mudar de ideia, me avise!
Ela sorriu tristonha, ele depositou um beijo na testa dela e sustentou o seu olhar, logo uma voz melosa o chamou. Ele suspirou e retornou para o salão, indo de encontro com uma linda morena de olhos verdes.
Lá no fundo, bem no fundo, ela sentia ciúmes...
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Atualizado até capítulo 34
Comments
F.louca por livros
gente foi cruel porém acontece tanto e crueldade
2024-03-04
3
Shirlei Pardial
vou esperar o próximo se tiver abuso não vou continuar .....beijos ....
2024-03-01
1
Shirlei Pardial
Nossa autora até quando ele vai estrupar suas prima
2024-03-01
1