VENCENDO O OBSTÁCALULO

Estava muito feliz com a minha escolha de estilo e empolgada em começar as aulas. Fui logo na Gafieira. É um estilo muito bonito, em que ficava babando quando via aqueles giros e cruzadas de pernas da mulherada. Arrisquei-me por algumas vezes e até me saí bem. Então, acho que me daria bem ao começar pela Gafieira.

            Engano meu! No começo dos passos básicos até que estava de boa. À medida que ia avançando os passos eram piores! Já não parecia tão fácil quanto no começo e me sentia muito perdida com tanto passo e com as muitas jogadas de perna entrelaçadas.

            Coitados dos meus parceiros de dança! Acho que voltavam com os pés inchados de tanto que eu pisava e esbarrava em seus pés. Tá certo que todo começo em algo novo é difícil e que depois ficava mais fácil e que o básico é facinho, mas a sensação que eu tinha é que era difícil o tempo todo! Parecia que nunca tive contato com a dança de maneira nenhuma! Ficava assustada comigo mesma e às vezes tinha vontade de desistir dessa loucura em que me meti. Mas eu tinha um objetivo e era vencer esse desafio e tinha que encarar o que viesse, não importa o quão difícil era, não podia desistir! Pensando nisso, continuava.

            Resolvi focar mais nos passos e treinar mais vezes sozinha como fazia quando tinha as coreografias prontas. Peguei vários vídeos na internet e treinava também com os vídeos das aulas gravadas pelo professor com a turma. Começou a dar certo. Pedi ajuda do professor que foi super solícito me auxiliando nos passos até eu conseguir pegar. Fiquei mais aliviada comigo mesma quando me vi avançando nos passos de maneira satisfatória e sendo elogiada tanto pelos colegas quanto pelo professor. Yupi! Estava conseguindo.

            Até aí, tudo bem. Estava avançando aos poucos, estava feliz com os resultados, mas nunca fui de fazer uma coisa de cada vez, fazendo várias ao mesmo tempo. Estava gostando do que fazia, porém, precisava de mais emoção na minha vida. Sentia que faltava algo mais e só um ritmo para mim já não era o suficiente. Matriculei meu nominho no Sertanejo. Era um estilo um pouco diferente, que também gostava e que tampouco nunca me atrevi antes em fazer, isto é, seguir o passo a passo de fato. Então, lá fui eu de novo.

            Logo de cara já consegui acertar os passos, o que me acalmou bastante e me incentivou a querer mais. Já estava dando giros e não pisava tanto nos pés dos parceiros. Um alívio a eles, pois alguns dos meus colegas da Gafieira também faziam Sertanejo, sem falar dos apoios de sala. Eles não demonstravam desconforto na minha frente ou pelo menos disfarçavam muito bem porque acho que eles pensavam: Nãooo, lá vem o monstro que pisa no pé de parceiros indefesos!! Tinha dó deles e pedia desculpas, mas acho que nunca seria o bastante. Eles eram super atenciosos comigo falando que no começo é assim mesmo e me incentivavam a dançar, mas sabe quando a gente percebe que é um estorvo? Assim que me sentia. Se eles tivessem a opção de dançar comigo e com outra garota, podiam ter certeza de que não me escolheriam.

            Mas agora, estava me dando bem, pois não pisava tanto nos pés dos parceiros e o Sertanejo era muito mais fácil de manejar, então, logo ficaria craque e não seria vista tão mal diante dos colegas e dos apoios, por mais que todo mundo já tivesse passado por isso um dia. Parece que eles esquecem que um dia já estiveram em nosso lugar e que eles também não sabiam de nada, como estávamos agora.

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