Cap. 17

Gabi parou abruptamente ao ouvir as palavras de Enrico, e ele continuou caminhando até que ela segurou sua mão, fazendo com que ele voltasse a olhar para ela, sentindo o toque macio da sua mão. Seus olhares se encontraram, e eles novamente se sentiram atraídos um pelo outro.Gabi imediatamente soltou a mão de Enrico procurou por um instantes palavras para confirmar o que havia escutado.

_Eh… Você está falando sério? Eu vou fazer parte desse projeto? Gabi perguntou, buscando confirmação enquanto um sentimento de alegria tomava conta dela.

_Estou, Gabriele. Respondeu Enrico com convicção, e seus olhos fixos nos dela querendo descobrir porque se sentia daquela forma todas as vezes que seus olhares se encontravam. _O projeto aprovado pelo Duarte e a esposa possui partes feitas por você e outras por mim, cinquenta por cento de cada aproximadamente. Então é justo assinarmos o projeto juntos.

As palavras de Enrico ecoaram na mente de Gabi, aumentando a sua emoção, ao mesmo tempo que parecia incrédula. A ideia de ter seu nome ao lado do de Enrico em um projeto era algo que ela nunca imaginara, e a perspectiva era emocionante demais para ser ignorada. Um sorriso espontâneo se formou em seu rosto, e por um momento, ela sentiu um impulso irresistível de abraçar Enrico.

_ Obrigada. No entanto, Gabi se conteve e não abraçou Enrico ainda processando a notícia.

_ Agora vamos, temos que trabalhar. Chamou Enrico que seguiu pensando apenas em Gabi.

Quando voltaram ao escritório, Gabi e Enrico foram direto para a sala dele, prontos para mergulhar no desenvolvimento do projeto. Sentaram-se à mesa, discutindo e refinando os detalhes do dimensionamento, implantação e fachada do projeto.

Enquanto revisavam os croquis e esboços, Gabi não pôde deixar de admirar os traços precisos e elegantes dos croquis de Enrico. Ela se pegou observando cada linha desenhada com maestria, maravilhada com a habilidade dele.

_Nossa, os seus traços são lindos. Comentou Gabi apreciando a habilidade de desenho de Enrico. _ Eu já analisei muitos dos seus projetos, e os croquis sempre chamaram a minha atenção. Imaginei que você usava algum recurso para deixar as linhas sempre retas, mas não, é a mão livre, enquanto os meus croquis tem linhas tremidas ou tortas.

_Obrigado. Enrico sorriu, agradecendo o elogio sincero de Gabi. _Eu sempre gostei de desenhar, desenho desde criança.

_ Dá para perceber. Respondeu com um sorriso. _ Deve desenhar bem qualquer coisa.

_ Eu sempre quis trabalhar com desenho, e quando entrei no ensino médio, pensava em trabalhar com ilustração, gostava de desenhar personagens, fazer retratos de pessoas, mas quando descobrei a arquitetura, eu me apaixonei pelas possibilidades da profissão.  Gabi estava fascinada escutando Enrico falar sobre sua paixão pela arquitetura e como essa escolha de carreira acabou superando sua inclinação inicial para a ilustração.

Enquanto a conversa fluía entre eles, uma atmosfera amistosa e colaborativa se estabeleceu na sala, e os dois não perceberam o tempo passar rapidamente.

Enrico durante a conversa, notava o olhar curioso de Gabi, e isso fez com que ele tivesse vontade de desenhar algo diferente. Pegou um pedaço de papel e começou a rabiscar com rapidez e habilidade. Em poucos minutos, ele tinha diante de si uma caricatura de Gabi, capturando sua expressão enquanto ela saboreava uma sobremesa.

_Para você. Disse Enrico, estendendo o desenho para Gabi que olhou para o papel sem saber o que esperar.

_O que é? Perguntou, examinando o papal com interesse, provocando um sorriso leve nos lábios de Enrico.

_É você, saboreando sua mais uma sobremesa. Explicou pensando que fosse provocar Gabi com a caricatura que fez dela.

_Nossa! Eu amei a caricatura. Disse, com sinceridade em sua voz enquanto olhava para o desenho mais uma vez, apreciando os detalhes e a expressão divertida capturada por Enrico. Ela então olhou para ele abrindo um sorriso que  fez o coração de Enrico saltar no peito.

_Que bom que gostou. Falou ainda hipnotizado com o sorriso de Gabi.

_ Vou guardar com muito carinho esse desenho. Disse tocando delicadamente o papel com os dedos, e Enrico se pegou imaginando como seria um carinho vindo de Gabi, e esse pensamento o fez desviar o olhar, voltando-se para o relógio.

_ Bem, já está tarde. Amanhã terminaremos os detalhes finais desse projeto

_ Está bem, até amanhã. Disse Gabi se despedindo com um aceno ao sair da sala deixando para trás um rastro do seu perfume fazendo Enrico fechar os olhos por um momento, inspirando profundamente o aroma que preenchia a sala. O perfume de Gabi mexia com seus sentidos de uma forma inexplicável. Enrico enfim abriu os olhos, ainda imerso naquele aroma que o envolvia.

_ Está sonhado com o que, ou melhor, com quem? Perguntou Luiz que estava parado na porta, assustando Enrico que quase caiu da cadeira.

_ Acho que você quer me matar de susto, e eu não estou sonhando com nada. Disse tentando encerrar o assuntos.

_ Não é o que parece. Anda, conta para o seu amigo o que está acontecendo.

_ Não está acontecendo nada.

_ Vou fingir que acredito. Falou Luiz ainda encarando o amigo.

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