Cap. 12

De volta à sua sala, Gabi se sentiu aliviada por se afastar de Enrico e Vitoria. Não queria presenciar o beijo entre eles, pois não foi  fácil lidar com aquela situação, o que causava estranheza a ela.

_ E ele ainda teve coragem de dizer que eles não namorados. Resmungo.

Sentada em sua mesa, Gabi tentou se concentrar no trabalho, mas sua mente  não conseguia se desligar da cena que viu. Ela se perguntava sobre as verdadeiras intenções de Enrico em relação a Vitória, e apesar de sua determinação em focar nas tarefas profissionais, era difícil ignorar a perturbação emocional que a situação causava.

Enrico manteve-se firme, resistindo às investidas de Vitória, e não correspondeu ao seu beijo. Seu rosto permanecia sério, demonstrando claramente sua insatisfação com a situação.

_Vitória, já conversamos sobre isso antes. Não é apropriado você vir ao meu trabalho e agir dessa forma.

Vitória lançou-lhe um olhar sedutor, tentando persuadi-lo com seu charme.

_Mas eu só queria passar um tempo com você, gatinho, estou morrendo de saudades. Insistiu Vitória, colocando a mão no braço de Enrico. _ Podemos sair à noite, e matar um pouco a saudade que estou sentindo

Enrico retirou suavemente a mão de Vitória de seu braço e olhou nos olhos dela.

_E quanto a sairmos hoje, eu posso. Tenho tido muitos compromissos ultimamente, e como estou me mudando,  preciso de um tempo para organizar a minha mudança de casa. Respondeu Enrico.

Vitória suspirou, percebendo que não conseguiria persuadi-lo naquele momento.

 _Está bem, Enrico. Eu entendo. Disse com uma leve expressão de desapontamento. _Mas espero que possamos nos ver em breve, e se você quiser, eu posso te ajudar na sua mudança, conhecer a sua casa nova, já que você nunca me levou na sua antiga casa. Eu Adoraria conhecer o lugar onde você vai começar essa nova fase da sua vida, principalmente a sua cama. Vitória não perdeu tempo e se auto convidou para conhecer a casa de Enrico.

_ Prefiro cuidar da mudança sozinho, e eu te aviso quando estiver livre, está bem? 

 Enrico sentia que precisava estabelecer limites claros com Vitória, evitando que ela se intrometesse demais em sua vida pessoal. E Vitoria não insistiria, Enrico nunca a levava a casa dele.

_Está bem, mas que tal nos encontrarmos para uma noite divertida? Eu sei que você está ocupado com a mudança, mas podemos nos ver sábado. Acabou de inaugurar uma boate temática, e eu estou louca para conhecê-la, podemos relaxar e nos divertir um pouco. Convidou Vitória com um tom sugestivo, sorrindo com um ar de confiança enquanto convidava Enrico para sair

_Parece uma boa ideia, qualquer coisa eu te ligo. Respondeu, finalmente cedendo ao convite. _ Agora eu preciso voltar ao trabalho. Respondeu ele, antes de entrar em sua sala e fechar a porta, deixando Vitória do lado de fora.

_ Você não escapar... Falou Vitória indo bora.

Nos dias seguintes, Gabi dedicou-se intensamente às tarefas que Enrico lhe delegou. Além de cumprir com excelência as responsabilidades que lhe foram atribuídas, ela foi além, conferindo minuciosamente todos os projetos em andamento e garantindo que tudo estivesse em ordem na ausência de Enrico.

Para Gabi, trabalhar no escritório estava se mostrando cada vez mais gratificante. Ela estava absorvendo conhecimento constantemente e sentia-se valorizada por ter a oportunidade de contribuir de forma significativa para o sucesso dos projetos da empresa. E esperava assim conquistar confiança de Enrico com seu trabalho, e quem sabe, conseguir uma vaga de arquiteta associada para enfim fazer um grande projeto.

Na sexta, ao chegar em casa depois do trabalho, Gabi se encontrou com a mãe.

_ Boa noite mãe. Cumprimentou.

_ Boa noite filha, que carinha é essa?

_ Não é nada.

_ Não parece! Sabe que pode contar tudo para a sua mãe. Lembrou Helena que sempre foi amiga e confidente dos filhos.

_ É o meu chefe mãe, ele ainda não confia em mim. Gabi desabafou com sua mãe sobre seu dia a dia no trabalho, e expressou sua frustração em relação a Enrico, contando como se sentia  subestimada por ele, mencionando como Enrico ainda duvidava de sua capacidade, mesmo após ela ter assumido responsabilidades importantes.

_ Tenha calma, ele aibda está te conhecendo, logo essa situação vai mudar..

_ Eu sei, mas ele parece que gosta de me provocar, e aquela mulher também. Enquanto relatava os acontecimentos, Gabi não pôde evitar mencionar a presença de Vitória, uma figura que parecia sempre pairar sobre o ambiente de trabalho, trazendo consigo uma tensão sutil.

_ Que mulher? Perguntou a mãe de Gabi.

_ Uma tal de Vitória, e ela não gosta de mim.

_ E quem é Vitória? E porque você acha que ela não gosta de você?

_ Para falar a verdade eu não sei bem quem ela é, parece que é a namorada do meu chefe, mas ele disse que não... e hoje, ela chegou no escritório e foi beijando ele na frente de todos. Ao escutar o relato da filha, Helena percebeu uma pitada de ciúmes na voz de Gabi, o que a fez refletir sobre a relação entre Gabi e Enrico.

_ Ela sente ciúmes de você, filha.

_ Mas eu não dei motivos, eu jamais gostaria de alguém como Enrico Donat. Só pensa em trabalho e dinheiro o dia inteiro.

_ Hoje é sexta, o melhor que você faz, é esquecer do trabalho.

_ A senhora tem razão, vou tomar um banho relaxante, e depois do jantar, vou ligar para os meus amigos. Estou pensando em aceitar o convite que eles sempre fazem para sair, preciso me divertir  um pouco. Gabi respirou fundo._ É, estou precisando relaxar e curtir um pouco, e sair com os meus amigos me sempre me bem.

_ Eu sei... mas agora mudando de assunto, você viu alguém se mudou para a casa que você tanto gosta.

_ Serio, mãe? Era o meu sonho fazer a reforma daquela casa e morar nela, mas agora não dá mais.

_ Pode fazer a sua casa do zero.

_ Eu gostava daquela casa...  Disse dando um beijo na mãe antes de ir para o quarto.

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