Depois de se refrescar, pegou seu laptop, abriu seus e-mails e começou o estudo de tudo que copiou do computador de Diana. Passou o restante do dia, investigando tudo sobre ela, seus pais e sua empresa farmacêutica.
Porém, se não tivesse copiado os dados da pesquisa sobre a droga que lhe aplicaram, não teria nada, estava completamente sem registro.
— Ela disse a verdade, é uma droga que ainda não foi comercializada. Ela me curou, mas me fez de cobaia. Já era, agora, está morta.
*
Diana estava, além de triste, decepcionada com a ingratidão de John. Ele deve ter recuperado a memória, pensava ela, e tramou pelas suas costas.
Deitada em uma poltrona da primeira classe, no avião que atravessava o Oceano Atlântico, não conseguia evitar das lágrimas rolarem pelo seu rosto, molhando alguns arranhões.
Ardia, mas era como se estivesse anestesiada. Arranhou várias partes do corpo, se arrastando pelas fendas, entre os escombros que caíram na escada de emergência.
Foi socorrida, tratada e descansou por dois dias no hotel da cidade praiana, mas só agora, sozinha, derramava suas lágrimas amargas de desgosto.
Encontrou o que considerou um presente de Deus para si. Estudou e se dedicou ao sonho de ajudar as pessoas, curando-as de seus problemas físicos e dores.
Dedicou-se tanto, que não teve tempo para relacionamentos e quando encontrou aquele homem na praia, mesmo desacordado, sujo e desgrenhado, apaixonou-se.
Não confessou nem para si mesma, que se apaixonou assim que o viu, usou o tratamento como desculpa, para deixar o paciente em sua casa, quando estaria muito bem, na clínica de seu prédio do laboratório.
— Como pude ser tão crédula e me deixar enganar pelo homem desmemoriado que parecia tão doce.
A comissária de bordo que servia, especificamente, a primeira classe, se aproximou e perguntou:
— A senhora está bem,precisa de alguma coisa? Sente alguma dor.
Diana encarou a mulher bem arrumada, em seu uniforme engomado e cabelos presos, sem um fio fora do lugar e respondeu:
— Dói tudo, mas não é nada que você possa resolver, obrigada.
— Sinto muito, senhora. Que tal um suco?
A comissária sentiu pena da mulher lastimável, que com certeza sofreu algum acidente e estava bem ferida. Achou que também devia estar sofrendo emocionalmente, pois era isso que via em seus olhos.
— Pide ser, com gelo, por favor.
— Com licença, já volto.
Foi uma coisa boa, ficou feliz em ser útil em algo. Talvez ela se acalmasse com um bom suco de maracujá. Preparou e levou, servindo Diana com um sorriso caloroso.
— Obrigada, você foi muito gentil.
— De nada, quem sabe a senhora consegue dormir um pouco.
Diana acenou com a cabeça e bebericou o suco, percebendo do que era feito e que a comissária teve uma boa intenção. Quando terminou de beber, estava mais tranquila e até sonolenta. Se entregou e dormiu, acordando só quando o avião pousou.
Estar na ala Vip, lhe dava certas regalias e uma delas era poder descer do avião, por uma porta específica para sua classe. Desceu diretamente para a pista, onde seu pai a esperava, ao lado de seu carro diplomata, blindado e com insulfim que escureciam as janelas e parabrisas.
— Papai, o que faz aqui?
— Você achou mesmo que eu ficaria longe de você, neste momento? Sua mãe me mataria.
— Então, foi ela quem mandou?
— Então você veio só por causa da mamãe, eu devia imaginar. Onde ela está? Hummm — gemeu ao ser abraçada.
— Desculpe, querida, sei que está ferida. Sua mãe está nos esperando em casa.
Ele pegou sua bagagem de mão e ajudou-a a entrar no carro, entrando logo depois e o motorista saiu em seguida, não dando oportunidade a Diana, de o evitar.
— Eu queria ir para minha casa lamber minhas feridas, sozinha.
— E tirar o direito de sua mãe de ser sua mãe? Nem pensar.
Diana resolveu se calar, seria bom tomar a sopa de sua mãe e ser paparicada, um pouco.
— Aliás, parabéns! Sua fórmula é maravilhosa e as várias combinações que criou,abre um leque muito abrangente e com diversas vertentes de medicações.
— Como vai o processo de registro da patente?
— Já demos entrada, pagamos as taxas e agora, esperamos. Creio que em dois anos, teremos os produtos à venda.
— Ótimo. Terei tempo de cuidar um pouco de mim.
— Excelente, tire umas férias prolongadas e volte em plena forma.
— E quanto ao atentado ao laboratório?
— Já tem uma equipe investigando e vou lhe dizer uma coisa, quem fez aquilo, é um especialista.
— Não importa, quero que pague pelo que fez.
Ninguém poderia dizer o que se passava na cabeça de Diana, olhando para sua expressão, pois ninguém imaginaria o que ela passou horas antes do ataque. Nem mesmo ela entendia o que passou.
Mas em sua rnente, as duas coisas estavam ligadas. A mente deturpada do homem estúpido, que lhe deu muito prazer e também provocou muita dor e decepção, planejou tudo aquilo. Recobrou a memória e sabe lá o que queria esconder e resolveu acabar com tudo por onde passou.
Era a única coisa pela qual faria sentido ele fazer o que fez, já que tudo que ela fez foi cuidar dele, utilizando a medicação que criou e que nem estava à venda e ele foi informado e aceitou.
Não ocorreu a ela, que ele confundiu tudo, achando que ela o fez de cobaia e se vingou, destruindo tudo, inclusive ela.
Deitada em uma espreguiçadeira, na varanda de seu quarto, vestindo só um roupão atoalhado, Diana assistia o entardecer dourado pelo sol, quando sua mãe entrou no quarto.
— Filha, por quê não sai um pouco desse quarto?
— Desculpe, mãe,mas não tenho vontade.
— Já tem um mês que você está aqui e quase não sai, nem para comer…
— Tudo bem, mãe. Vou voltar para casa.
— Não estou reclamando de você estar aqui, só estou preocupada. Você devia estar feliz por estar viva e ter conquistado a cura para várias doenças, mas parece estar em depressão. O que você está sentindo?
— Nada, mãe. Não se preocupe, vou arrumar minhas coisas.
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Atualizado até capítulo 60
Comments
Lélia Braga
ops como não sabe dar valor a mão que lhe ajudou
2024-12-18
4
Daisy Conceicao
o ruim é que ela ainda vai ficar com ele
2024-09-29
0
Leydiane Cristina Aprinio Gonçaves
o Vander fez igual a cobra de uma história que eu ouvi por aí o rapaz protegeu a cobra do frio e quando ela estava descongelada e quentinha ela não se deu ao trabalho de agradecer pelo contrário matou aquele que a protegeu do frio
assim ele fez com a Diana ela salvou ele de morrer envenenado sem nem ter obrigação nenhuma com ele deixou ele na casa dela para ele ter um pouco mais de conforto e como ele agradece destruindo a ilha e os projetos que ela criou lá na ilha visando também tirar a vida dela que decepcionante que ser humano sujo digno de pena
pois um ser humano que não sabe ser grato pelo o que os outros fazem por ele não merece um pingo de amor e muito menos um pouquinho se quer de Piedade merece ficar sozinho pois quem não sabe agradecer não precisa de ninguém ao seu lado
2024-09-17
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