O desespero veio primeiro, depois a compreensão e então, a decepção. Ela foi para o laboratório, agora sem ninguém, além de um segurança e de Paul, que ficou para ajudá-la com John.
— Bom dia, Diana. — cumprimentou Paul, que a esperava e não tinha uma expressão agradável.
— O que aconteceu, Paul?
— Uma lancha se aproximou ao amanhecer e pegou-o no deck.
— Então ele recuperou a memória. Como você descobriu?
— Vamos descer, vou lhe mostrar as imagens de satélite.
Pegaram o elevador e desceram três andares abaixo da superfície. Foram em direção ao computador e ela sentou-se para ver as imagens.
— Quando a lancha entrou no perímetro da ilha, ativou os sensores e o alarme disparou.
Ela viu as imagens da lancha chegando e dele descendo até o deck, entrando na lancha e cumprimentando o passageiro que veio buscá-lo.
— Tentou descobrir quem eram?
— Sim, consegui capturar a inscrição na lancha e pertence a um morador do litoral, foi alugada.
— Então, continuamos no escuro. Quem será esse homem?
— Seja lá quem for, se esconde muito bem, não consegui identificá-lo pelo rosto.
— Eu confiei nele, fui uma idiota.
Ouviram uma explosão e um tremor. Paul puxou-a para debaixo da mesa e ficaram esperando tudo passar. Eles ficaram protegidos, a estrutura era protegida como um bunker e quando tudo se acalmou, o computador ainda funcionava e puderam ver a destruição na superfície.
— Está tudo destruído, Paul, até a minha casa. Como vamos sair daqui.
— Calma, vou pedir ajuda. — disse ele, digitando no teclado, rapidamente.
— Quem faria isso, ninguém sabe que temos esse laboratório aqui, só a nossa equipe e já evacuamos tudo…
— Foi ele, está eliminando rastros. Ele deve ser muito desconfiado, principalmente se estava sendo envenenado.
— Mas nós o salvamos, expliquei tudo a ele para que confiasse que estava lhe fazendo bem, como ele pôde?
Ela não se referia à explosão, mas a noite que passaram juntos. Ao se lembrar, percebeu que ele fez tudo de caso pensado. O café da manhã, a tarde na praia, o jantar e a noite de amor, que terminou de forma grosseira, com seu corpo marcado.
Chorou.
— O que ele fez, Diana?
Ela não falou nada, só chorou.
Uma mensagem chegou no computador, era a guarda costeira, informando que haviam visto a explosão e estavam a caminho.
— Eles estão vindo. Fique aqui, vou ver como estão as saídas.
Ela consentiu com a cabeça e ele foi olhar tudo e voltou depois de algum tempo.
— O elevador está impedido, mas as escadas tem como passar, vamos?
Ela ainda sentia o corpo pesado e dolorido, mas foi, queria sair logo dali e ir para casa. Tentaria passar uma borracha em tudo que aconteceu, como se fosse uma ilusão e prosseguir com sua vida, aproveitando o sucesso de seu projeto.
Com dificuldade, passando pelas brechas entre os escombros, chegaram à superfície. Paul saiu primeiro e ajudou-a, vendo que sangrava em alguns arranhões, mas não era grave.
Ouviu o motor da lancha da guarda costeira chegando e foram em direção a praia. Logo estavam embarcados, seguindo em direção à costa, onde foram para o hospital. Felizmente tinham só alguns arranhões e foram liberados
Passaram um dia em um hotel, onde tomaram banho, receberam roupas novas, comeram, descansaram e no dia seguinte, pegaram um helicóptero que levou-os ao aeroporto Charles De Gaulle, onde voaram para casa, finalmente.
*
Wander não foi para o litoral, foi levado direto para seu navio, ancorado em alto mar. Subiu a bordo e logo partiram para seu estaleiro, na Amazônia.
— Agora que estamos em segurança, o que aconteceu, senhor?
— Aquela desgraçada tentou me matar!
— Como, senhor?
— Envenenado. Como estão as armas a bordo, tem míssil?
— Sim, senhor, estão instalados e prontos para lançamento.
— Vamos testar.
Foi assim que a ilha foi destruída, enquanto ele apreciava as imagens via satélite, no computador do navio.
— Não ficou pedra sobre pedra.
— Algum sobrevivente?
— Pelas imagens, não.
— Ótimo, agora vamos a reunião dos acionistas.
O operador abriu a imagem no telão e ele viu todos os acionistas, que surpresos e assustados, viram Wander aparecer no telão atrás de sua esposa, que estava sentada, confortavelmente, na cabeceira da mesa, assumindo o lugar que era dele.
— Olá, amor. Não pensei que você queria tanto presidir a empresa. Nem esperou eu voltar de viagem.
A mulher elegante virou-se lentamente, sem acreditar que era ele. Tentou manter a postura, para não deixar transparecer sua decepção em ver que ele sobreviveu à queda do navio e ao envenenamento.
— Meu amor, você está bem? — perguntou, como uma doce esposa.
— Eu estou ótimo, você é quem não ficará. A polícia está la fora, esperando para prendê-la e já dei entrada no divórcio. Graças a sua tentativa de me matar, não preciso que você concorde. Adeus, querida!
— Do que você está falando? — gritou com a voz esganiçada.
— Da tentativa de me matar no navio e de me envenenar. As provas já estão com o delegado e você não tem como escapar.
A polícia entrou e prendeu a mulher, que perdeu a pose e se debateu, gritando. Não teve como evitar e com ela, também foi levado o advogado que a ajudou a fraudar os documentos da empresa.
Depois que o casal foi levado, Wander restabeleceu a ordem e prosseguiu com a reunião. Deu detalhes da eficiência do novo produto, o navio que estava tratando , quando tentaram matá-lo. Mostrou como funcionou o sistema de segurança, que gravou a ação de sua ex-esposa quando tentou matá-lo e o funcionamento dos mísseis que foram lançados com precisão sobre a ilha.
— Com isso, senhores, já podemos oferecer o produto e vendê-lo para quem pagar mais.
— Isso é maravilhoso, vamos iniciar agora mesmo. — disse o diretor de vendas, também acionista, muito feliz ao pensar nos lucros que teriam.
— Ofereça ao governo primeiro e depois, abra o leilão on-line. Desligando.
Depois de desligar, Wander foi para sua cabine, tomou um banho e vestiu uma roupa decente. Por mais que tenha gostado de viver livre em uma praia linda, com uma mulher linda, preferia o luxo ao lixo.
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Atualizado até capítulo 60
Comments
Professora Graça de Língua Portuguesa e Filosofia
Estou decepcionada com eles. Olha as atitudes que ele tomou. Graças a pesquisa dela que ele sobreviveu. ingrato! Essa é a palavra que o define.
2025-02-02
4
Cida Santos
cretino. Ela o salvou e ele teria matado ela sem dó nem piedade. Ainda bem que existia um banker...
2025-05-01
0
Maria Luísa de Almeida franca Almeida franca
ele e uma escória miserável deveria ter morrido na queda do navio
2025-04-08
0