lição

*após comer, no laboratório de Fernando*

— olha quem tá aqui de volta, quanto tempo garoto.

Fernando parece bem ansioso para algo.

— é, a Samanta disse que queria me mostrar uma coisa.

— sim, uma nova habilidade, não é bem uma habilidade, eu consegui criar um cubo de teleportes, tipo do tamanho de alguns metros que pode servir como prisão, mas o Filipe não quis me ajudar a testar, já que ele diz ser uma habilidade inútil que consome muita energia, eu queria testar com você.

— ta, e como ela é?

— é literalmente um cubo de teleporte, eu crio ela em volta de você, e você tenta sair com o seu teleporte.

— beleza, vai ser aqui mesmo?

— pode ser, vamos lá, mocinha se afaste um pouco do Klay.

— certo. — Fany diz indo direto para o canto da parede.

Fernando ativa a habilidade.

"nossa, eu realmente consigo ver que tem portais, será que da para sair andando..." penso encostando em um portal.

"Meh, to de novo no meio, e se eu tentar teleportar..."

"De novo no meio, que estranho, mas o chão não está com portal, já que eu consigo andar, e se eu ligar um portal no chão para a parte de fora? Espero que não dê errado, eu to sem traje especial"

— opa, sai, hehe.

— como fez isso.

A cara de espanto de Fernando é fenomenal.

— eu coloquei um teleporte no chão e linkei a parte de fora dos portais, ai pronto to aqui.

— entendi, o espaço tem uma brecha no chão, mas deve funcionar contra qualquer outro que não tenha a habilidade de se teletransportar.

— é, com certeza deve prender, mas não gasta muita energia não? Tipo 5 portais simultâneos.

— é, eu no nível rosa só consigo manter isso por uns 10 minutos até ficar esgotado, mesmo usando a energia externa, acho que dá para aperfeiçoar.

— se você colocasse um portal no chão também, seria louco ficar teleportando toda hora para o meio haha.

— deve bugar bem a mente, mas em fim, vou ver como resolver a parte de sair por baixo.

— entendi, mas é para algo em específico?

— bem, uma prisão de portais parecia legal, mas gasta muita energia, preciso melhorar o uso disso.

— sim, eu não devo aguentar 1 minuto com isso ativado.

— 10 segundo no máximo, você ainda não tem energia externa, quando chegar no azul eu te ensino.

— beleza, mas então o que tem para fazer? E cadê o tio Filipe? Ele só nos deixou aqui e saiu.

— ele foi na ilha vizinha conversar sobre o treinamento da garota, aliás prazer em conhecer garota, qual o seu nome?

Fernando fica tão feliz podendo testar a habilidade que estava a desenvolver que esqueceu das apresentações, e Fany possui uma presença muito pequena por ser muito quieta.

— a... eu sou Fany, fui eu quem fiz pacto com a borboleta do arco-íris.

Apesar de muito fofa, Fany é muito introvertida, os cabelos brancos, a heterocromia de olhos verde e azul, a pele branca um pouco queimada sol ainda aparente da vida comum antes de ter um pacto com a borboleta.

— to ligado, o Filipe disse que só volta amanhã, ele foi de barco, já que um teleporte para lá é loucura, ele disse para amanhã se aquecer e ensinar a Fany o labirinto de bonecos enquanto ele não arruma o professor.

— entendi, então eu vou só ficar de bobeira com a Fany, acho que vou jogar, to acabado mesmo, nem parece que a algumas horas tava em uma missão.

— aliás, eu soube da sua missão, eu sei que era risco de vida, mas evite lutas desnecessárias, na próxima use a jade que Filipe te deu, sua vida vale mais, foi muito perigoso, o Filipe ficou furioso e, ao mesmo tempo feliz que você não hesitou em fazer o que fez, quando o relatório chegar nós conversamos mais, podem ir lá, estou a trabalhar no gene da borboleta espacial, infelizmente a mais velha morreu, mas deixou 3 filhotes, agora temos 5.

— que bom, menos perto da extinção, bem eu entendo, na próxima vou evitar lutas, vamos Fany vamos jogar.

digo empurrando Fany antes que levasse um sermão ainda maior.

*no dia seguinte*

— ei Fany, vem, já são 7 horas, hora de começar o treino. — bato na porta depois de ter avisado a ela meia hora antes. — vem Fany, eu vou entrar eim.

A porta abre.

— eu cochilei de novo, desculpa, nós ficamos até tarde jogando, ai eu to meio com sono.

— beleza, bora lá para o salão do labirinto de bonecos, já peguei a comida com a tia Berta nós comemos lá.

— ta bo... — fico zonza pelo teleporte do nada. — porque usou um teleporte? dava para vir andando, é 2 minutos a pé, minha cabeça ta zonza como aguenta ficar se teleportando? oia seu nível de sangue ta quase azul.

— Vai ser mais rápido, quero ver o meu tempo aqui, faz tempo que não brinco aqui.

— nossa, realmente é grande. — digo maravilhada com o local.

— bem eu vou primeiro, já pus a roupa de treino e as luvas, apenas observe, na próxima é você.

— eu vou ter que entrar nessa imensidão de bonecos também? não vou me machucar não? Parece meio perigoso.

— relaxa, eu peguei em um dia, com esforço você também consegue.

— tá! vou pegar a comida e ficar olhando.

Fany já está mais solta, depois de conhecer todos e jogar um monte de videogame.

20 minutos depois.

— viu é fácil, nem fui acertado.

— eu vi, bem legal, mas depois da metade do caminho eu nem vi você mais de tanto boneco que têm.

— era para ir para a parte de cima, me ver de cima.

— tendi. — digo a olhar para a segunda ala conectada a uma escada.

— bem é a sua vez.

— tá, mas eu não vou me machucar não né?

— bem, se você ver que as coisas começaram a bater, grita que eu te pego lá, vou logo atrás de você, não vai com tudo, tem um jeito de fazer, quando pegar o jeito fica fácil.

— tendi.

Entro no emaranhado de bonecos, o começo é simples, mas um piso em falso e o boneco atrás gira, bate no outro e do nada um monte de bonecos começam a girar.

— Klay ajuda...

estamos no começo dos bonecos.

— tem que ir com calma, e prestar atenção onde pisa, vamos de novo quando os bonecos pararem.

— não, eu não consigo, to com medo, se aquilo bater em mim, vai doer muito.

— relaxa, eu te peguei antes de chegar em você, só ter cuidado para não pisar errado, vamos tentar até conseguir, eu vou te ajudar, não precisa ter medo.

Nisso meio-dia chegou e não conseguimos passar da metade do caminho.

— nossa to exausto, nível de sangue perto do laranja, caramba! vamos parar um pouco, eu não aguento mais teleportar para trás.

— desculpa, eu não consigo isso, é muito difícil.

— é estranho, na metade do dia eu já estava a conseguir o básico.

— desculpa, eu não devo ser muito talentosa.

— não se desculpe, esse desmiolado que não entende as coisas.

Filipe diz entrando pela porta depois de ver a última tentativa.

— o senhor chegou, ai to morto.

— se esgotou salvando a garota? você é idiota? Ela tem que ir sozinha, e aos poucos no tempo dela, ser acertada é inevitável, não vai doer muito, e depois tem enfermaria aqui, Rosy levou muito tempo para conseguir, você conseguiu rápido, pois a borboleta do espaço te dá uma noção ampliada do espaço, pensei que conseguiria em 3 dias, mas foi em apenas 1 fazendo aquela aposta com a Rosy de ficar aos beijos com ela se conseguisse como fator motivacional, mas mesmo assim, Fany não é sem talento, esse treinamento que não é o melhor para ela.

— o treinador dela veio então?

— não, eles so conseguem mandar alguém no ano que vem nas suas férias, por questões democráticas, um monte de blá blá blá, mas enviaram os livros para ela estudar sobre a habilidade dela, mas só vou permitir aprender depois que passar pelo labirinto de bonecos.

— porque tio? ela não tem talento para isso, seria melhor focar no que tem talento.

— que não tem talento, não defina o talento das pessoas, e outra, já disse você tem noção espacial muito melhor que as pessoas comuns, se ela passar nesse treino vai ser incrível para ela, e outra, que estudar habilidades exóticas sem professor pode ser perigoso, então ela está proibida de ler os livros de habilidades, apenas de funcionamento.

— ai que chato. — digo ainda exausto jogado no chão.

— garoto, tenho uma pergunta, quando Rosy estava aqui, ela te ajudou a passar diretamente? ela ficou atrás de você para te salvar?

— não, mas a Fany é muito fraquinha, se for acertada pode machucar muito.

— bobagem, ela precisa ficar forte, o futuro reserva muitos perigos para os dois.

— entendi.

— pergunta Klay, você olha para Fany e vê desperdício nesse treino, e se acha superior ao ponto de ficar a protegendo num treino, de onde vem essa arrogância toda?

— eu só queria ajudar a chegar mais rápido lá, mas é difícil.

— é difícil porque você não acredita no potencial dela.

— eu acredito sim, só acho esse treino difícil demais para ela.

— a vida é difícil, garota, me diga, quantas vezes você teve que subir a montanha da floresta com o seu irmão para pegar madeira, frutas e ervas?

— Quando eu não estava na escola básica da cidade eu ia todo o dia depois do almoço até pouco antes de anoitecer.

— e, porque fazia isso?

— para ajudar o papai e a mamãe, porque faltaria madeira para o fogo e ervas para os chás, e economizava muito quando achava boas frutas.

— os seus pais trabalhavam em uma pousada herdada pela sua mãe, me diga quanto de ouro vocês faziam por mês?

— a, o papai nunca dizia com exatidão, mas uns 15 ouros, mas 1 terço era para um empréstimo que ele fez para reparar a pousada, e mais um terço era para repor as coisas da pousada, e o que sobrava ficava para minha família.

— vê Klay eles passavam o mês com 5 ouros, na capital de Kawton, com 7 pessoas em casa.

"nossa realmente devia ser difícil, eu não sabia que ela era tão pobre"

— entendo.

— não entende, só quem passa entende que a renda mínima por pessoa na capital é de 1 ouro por pessoa, o imperador me deu o relatório sobre ela e a família dela, sabe que o tio dela foi morto por ser acusado de desrespeitar um barão? só porque devia dinheiro a ele? a vida dele foi tirada por 100 ouros, que não conseguiram juntar, e por ter dito que o barão devia esperar, e o barão não gostou, e ainda a dívida caiu nos ombros da família dela.

— o quê. — olho para ela com surpresa e pena.

— viu Klay, você ainda é um garoto mimado, não defina o talento dos outros só porque não conseguiram algo agora, só porque está difícil, a vida dela foi muito mais difícil que a sua, se você estivesse no lugar dela não aguentaria um mês com a sua mentalidade arrogante de agora.

— mas...

— sem mas, eu disse para fugir se ficar perigoso de mais, eu disse que não existem heróis, só dois lados diferentes, então espero que entenda, você nasceu com privilégios, melhores professores, dinheiro de sobra, nunca precisou baixar a cabeça para ninguém, ela veio começar a entender que podia falar com um nobre olho no olho agora pouco, você está sempre de cabeça alta, ela sempre com medo de cabeça baixa, e você diz que ela não consegue passar esse treino porque é difícil demais para ela? Garoto, você precisa aprender o que realmente é a vida, vocês só saem hoje ao anoitecer ou se ela passar do labirinto, nada de salvar ela, só a puxe se desmaiar, ela não vai morrer, quando ela passar conversamos mais, vou cuidar de umas coisas.

— mas tio, o meu sangue ta quase no laranja.

— tome um tônico, é o suficiente, agora se virem, deem um jeito, se não conseguirem hoje, amanhã também so vão treinar isso.

Filipe sai jogando um tônico que tira do anel, e se teleporta.

— desculpa Klay por minha causa você levou bronca.

— relaxa, eu quem tenho que me desculpar, eu estava fazendo errado, desculpa, não vai acontecer de novo. — digo baixando a cabeça.

— tá... então... eu... vou começar.

Fany diz com muita vergonha, pois não esperava àquilo, nunca sonhara que um nobre baixaria a cabeça para ela.

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!