O alarme tocou e eu acordei, apalpei por toda a cama, até encontrar o celular, abri os olhos e desliguei o alarme, coloquei o celular ao meu lado, me espreguicei e sentei na cama, peguei o celular de novo, eram 8:30 da noite, passei a mão pelo rosto, levantei da cama, deixei o celular sobre a cama.
Entrei no banheiro, atravessei o closet, parei em frente à pia, me olhei no espelho, estava horrível, meu longo cabelo preto estava todo embaraçado, meu rosto estava todo inchado, era normal, acordar assim destruída, lavei o rosto, depois sequei com uma toalha, saí do banheiro, coloquei minha mala pequena na cama, procurei em um dos bolsos um pente, um elástico para o cabelo, os encontrei, sentei ao lado da mala na cama, penteie meu cabelo e depois amarrei, bateram na porta no momento em que terminei.
— Senhora, posso entrar?
Parecia ser uma mulher, não muito jovem por sua voz.
— Entre.
Entrou uma senhora de meia idade, com cara amável, com um carrinho, com várias bandejas sobre ele e outra coisa, levantei da cama e me apressei em fechar a mala e tirá-la da cama, então voltei a sentar na cama, a mulher pôs o carrinho frente a mim e começou a falar.
— Senhora, meu nome é Elizabeth, sou a encarregada da cozinha, e estarei à sua disposição, amanhã minha sobrinha Helena virá assisti-la.
— Muito obrigada, pode me chamar de Alexa, isso de Senhora me faz sentir mais velha.
— São as regras da casa, Senhora.
— As regras da casa?
— Sim, aqui trago umas cópias.
Me passou um envelope com várias folhas, isso era o que ela tinha em cima do carrinho além das bandejas, peguei e coloquei ao lado da cama, queria jantar antes de ler qualquer papel.
— O que tem para jantar?
— Como não sabia o que a senhora gostava, trouxe três opções, bife acebolado com salada, camarões com purê de batata e salada de frutos do mar.
— Tudo soa muito bem, vou querer os camarões com purê de batata.
Tirou o que cobria os pratos, e me passou a bandeja com um jogo de talheres, peguei e de imediato comecei a comer, estava muito gostoso, a senhora ficou como uma estátua enquanto eu jantava, suponho que não sairia sem levar os pratos, comi tudo rapidamente, e passei a bandeja, passou sobre o carrinho e depois me passou um copo com água.
Devolvi o copo, ficou parada me olhando, como se quisesse dizer algo, como ao que parece não se atrevia eu perguntei.
— Quer me dizer algo?
— Bem.
— Não se detenha, apenas deixe sair.
— Escutei o que aconteceu hoje quando a senhora chegou em casa, e tenho algo para aconselhar, o Senhor William é uma pessoa acostumada a fazer o que ele quiser, além de que é muito implacável, tente se dar bem com ele.
Dito isso, pegou o carrinho, caminhou até a porta, abriu, tirou tudo, e fechou atrás de si.
Não duvido que o que essa senhora diz seja verdade, mas não sou a que vai se deixar pisar por medo, se tentar me humilhar mais uma vez, farei pagar três ou quatro vezes o que tentar me fazer, acho que é melhor que nos ignoremos sempre.
Levantei da cama e fui ao banheiro escovar os dentes, entrei e saí de uma vez, me deitei na cama, olhei o celular, eram 10:30, levantei o envelope com a outra mão, voltei a pôr na cama, também o celular, decidi dormir, amanhã seria outro dia, e lidaria com estas coisas como se possa. Fechei os olhos e adormeci de uma vez.
Acordei, porque o celular começou a vibrar, não queria abrir os olhos, então tateando encontrei o celular, não conseguia desbloquear, então tive que abrir os olhos, abri, olhei a tela, era minha única amiga Fátima, por que me liga tão cedo?
— Oi.
— Alexa!, você está bem?
— Sim, por quê?
— Você saiu em todos os jornais e revistas sociais, com uma cara de tristeza terrível, estão te chamando, A noiva solitária.
Não é algo que me surpreenda, esse espetáculo, seguro escalou a todos os níveis, agora será não só a zombaria nacional, seguro a zombaria do mundo todo.
— Isso eu já via acontecer.
— Que homem tão malvado, fez algo assim com você, Deus, e eu não estava aí para te ajudar, sinto muito.
— Como você ficou sabendo?
— Minha família me avisou.
Era lógico, Fátima ainda está nos Estados Unidos, se sua família não avisasse, não haveria modo de que ela ficasse sabendo tão rápido.
— Se precisar de algo, me diga, seja eu ou meu irmão Kevin faremos por você.
— Precisaria da chave do seu apartamento e que o tenham condicionado.
— Você pensa em sair da casa desse homem?
— Não, é para se acontecer algo ter para onde ir.
É necessário que tenha um lugar para onde ir, para se acaso tudo sair mal aqui, é possível que tudo saia, esse tipo parece ter mau caráter, eu também tenho e não vou me deixar, vou me vingar de toda esta humilhação um dia.
— Vá à minha casa buscar as chaves, vou ligar para Kevin para que as tenha prontas.
— Está bem, irei à tarde, ligarei quando estiver a caminho, falamos depois.
— Cuide-se, tenho que ir também.
Desligou o celular. Bateram na porta, várias vezes, mas não falaram, então, falei eu.
— Quem é?
— Senhora, sou Helena, posso entrar?
— Claro.
A porta se abriu, e uma garota jovem entrou pela porta, tem que ter uns 20 anos, ou algo parecido, é bonita, mas nada como eu, sempre me disseram que pareço latina por meu corpo, ser voluptuosa, só fez com que agradasse a muitos tipos aos quais nem olho.
— Senhora, eu vou ser sua empregada pessoal, qualquer coisa que precise eu me encarregarei disso.
— Meu marido onde está?
— O senhor saiu cedo.
— Isso é bom, traga todas as revistas sociais e jornais de hoje que puder.
— A senhora quer para agora?
— Sim.
— Trago o café da manhã?
— Sim, por favor.
A garota saiu com boa cara, ao que parece gostou de mim, é tempo de me levantar, me dirigi ao banheiro, quero estar pronta para quando tiver que sair.
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Atualizado até capítulo 82
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