Capitulo 5 - Ully se muda

Eu nem acredito que tô fazendo isso, eu não precisaria me mudar pra essa casa, como eu já disse, luxo e conforto não fazem muita diferença pra mim.

Mas sinto que tenho que fazer isso por ela, essa garotinha precisa de mim. Acho que é porque me vejo nela, meu pai é como ele, frio, distante e arrogante. Minha mãe também não é um exemplo positivo. Nunca me senti encaixada, então, quero pelo menos poder deixar essa criança mais feliz o tempo que durar.

Já estou na frente da casa deles, toco a campainha e uma senhora gentil vem me receber.

Dona Clara: bom dia, você deve ser a fada sininho? - eu rio e concordo

Ully: bom dia, sou eu sim - olho para os lados e ela me observa quando entro - onde está a Peiton? Onde estão meus modos, como é o nome da senhora?

Dona Clara: sou Clara, cuido do menino Noah a vida inteira e agora da Peiton - ela sorri

Ully: menino? Aquele rabugento? - faço uma careta imitando a cara emburrada dele e ela ri

Dona Clara: ele nem sempre foi assim menina, eu juro pra você que ele é um homem bom - ela sorri pra mim

Ully: tudo bem, vejo se darei uma chance para conhecer seu menino sem ter que dar uns tapas nele - ela ri

Dona Clara: você é corajosa, só a Peiton enfrenta ele - eu pisco pra ela

Ully: a senhora vai ver, ponho ele na linha rapidinho - ela ri e me mostra meu quarto, depois me diz onde está o quarto da Peiton e eu vou até lá

Vejo ela brincando de festa do chá com ursinhos, sorrio, essa menina é um docinho.

Ully: será que tem um espacinho aí pra mim? - ela me olha surpresa

Peiton: sininho, você veio, senta aqui - ela bate na cadeirinha ao lado dela - o chá já está pronto - sorrio

Ully: claro que eu vim, como iria deixar você na mão? - ela sorri e eu sento no chão, pois a cadeira é muito pequena

Ficamos tomando chá até que ouvimos a porta do quarto dela abrir.

Noah: oi princesa, oi Ully, estão de divertindo? - ele sorri

Ully: claro, juntar-se a nós - a Peiton ri

Peiton: o papai não toma chá comigo, ele é chato - ela faz careta

Ully: a mas ele vai tomar sim - levanto e vou até ele, o puxando pela mão até a mesinha dela - você não seria um cavalheiro se deixasse duas damas sozinhas tomando chá - ele ri

Noah: vocês vão mesmo me fazer sentar aqui? - ele senta no chão, ele tá de terno a cena é engraçada

Peiton: papai você tá tomando chá comigo - ela da uns pulinhos e bate palminhas, vai até ele, entrega um bolinho e uma xícara pra ele, sorrio vendo a felicidade dela

Ully: viu Peiton, se você for firme ele obedece - mordo meu lábio segurando uma risada e ele revira os olhos

Noah: juntei duas mandonas - ele sorri e come o bolinho da Peiton - a Dona Clara nunca perte a mão nesses bolinhos, já provou? - ele olha pra mim com a boca suja de chocolate e eu rio, pego um paninho e limpo a sujeira do rosto dele. Ele fica quieto me olhando.

Peiton: viu papai, a sininho vai cuidar da gente - ela diz toda animada.

Ficamos ainda um tempinho na brincadeira, ele aguenta firme, depois sai do quarto e eu fico brincando com ela. No fim da noite, janto com ela e a Dona Clara na cozinha, o Noah não aparece.

A Dona Clara diz que isso é muito comum, ela me contou um pouco da história dele, tá, é dolorido ser abandonado, mas deixar de viver por causa disso, não faz sentido.

Acho que tenho muito trabalho pra fazer nessa casa, no final acho que ele não é tão ruim assim, se eu sou a sininho, ele é um garoto perdido.

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