Capítulo 18

Em outro ponto da cidade.

Em uma sala, o ambiente estava envolto por uma semi-escuridão, deixando apenas alguns feixes de luz escaparem pelas frestas das janelas. No centro da sala, o líder dos Corvos, conhecido como O Fantasma, estava sentado em uma poltrona imponente. Seu rosto era ocultado por uma máscara sombria, conferindo-lhe um ar enigmático e ameaçador. Em frente a ele, um de seus soldados, abatido e nervoso, começou a relatar o resultado dos últimos ataques.

O soldado, com voz trêmula, explicou que desde que Lucca reassumiu o comando da Rosa Negra, os Corvos enfrentaram uma série de fracassos nos ataques perpetrados. Cada investida havia sido repelida com uma eficiência implacável. O Fantasma escutava atentamente, mas sua expressão mostrava sua insatisfação crescente.

Ao ouvir as palavras do soldado, O Fantasma atingiu a mesa com um golpe furioso, fazendo-a tremer. O impacto reverberou pela sala, ecoando a sua ira. Era evidente que ele não tolerava falhas. A frustração e a raiva pulsava em seu olhar 

Fantasma _ Maldito, Ele deveria continuar cuidando da irmã.

Intrigado, o soldado arrisca uma pergunta.

Soldado _ E quanto a Serena, senhor? Devemos prosseguir com nosso plano de eliminá-la? 

O Fantasma respirou fundo, tentando conter sua exasperação. 

Fantasma _ Claro que não, seu idiota, eu disse que vocês só teriam uma chance de eliminá-la. Não podemos mais correr esse risco. Lucca reforçou a segurança ao redor dela, tornando qualquer tentativa contra sua vida imprudente. 

O Fantasma sabia que, por enquanto, teriam que recuar e reavaliar suas estratégias. O jogo estava mudando e o líder dos Corvos se viu obrigado a aguardar pacientemente por uma nova oportunidade.

Fantasma _ A irmãzinha dele pode receber o transplante e escapar dessa doença, mas não vai faltar oportunidade de acabar com ela de outra forma. Eu vou eliminar todos dessa família, até não restar nenhum.

Enquanto isso na casa do Lucca ele se prepara para levar a Serena para fazer novos exames, para reavaliar a sua condição, ele estava confiante que dessa vez estaria tudo certo com a saúde dela, a Serena é muito disciplinada e fez tudo o que a nutricionista recomendou.

Eles estavam na sala quando receberam a visita da Julle e do Pablo, os dois  irmãos decidiram ir até a casa de Lucca com um único objetivo em mente: ver Serena. Ao chegarem à residência imponente, seus olhos foram cativados pela presença da Serena que estava ao lado do Lucca.

Julle sentiu uma mistura de emoções se agitarem dentro de si. Havia uma raiva incontrolável ao vê-la tão próxima de Lucca. A proximidade entre eles alimentava a chama da inveja e do ressentimento, criando uma tempestade de emoções conflitantes em seu coração.

Enquanto Julle lutava para conter sua fúria, seu irmão olhava para Serena com um brilho malicioso nos olhos. Seu olhar percorria cada curva do corpo dela, capturando sua beleza hipnotizante. Essa expressão de desejo impuro não passou despercebida por Lucca, que sentiu uma onda de irritação e desgosto invadir seu ser. A presença do irmão de Julle, com sua intenção lasciva, era inaceitável e ultrajante.

Enquanto a atmosfera se tornava cada vez mais tensa, Serena ficou desconfortável com aqueles pares de olhos direcionados a ela.

Lucca _ O que estão fazendo aqui?

Julle _ Viemos visitar a Giulia, aquele dia não consegui falar com ela, e o seu tio disse que eu poderia voltar outro dia.

Lucca _ Venham comigo. Serena me espere no jardim eu já volto.

A Serena concordou e foi para o jardim.

O Lucca caminhou e a Julle foi atrás, ele se virou e viu que o Pablo permanecia parado no mesmo lugar.

Lucca _ Você não vem?

Pablo _ Não, vou ficar por aqui mesmo, eu só vim acompanhar a minha irmã.

Depois que os dois vão até o quarto da Giulia o Pablo foi atrás da Serena.

Enquanto espera no jardim, Serena vê Pablo se aproximando. Ele sorri maliciosamente.

Pablo _ Olá, seu nome é Serena, não é?

Serena _ Sim.

Pablo _ Você está absolutamente deslumbrante. Essa beleza toda pode ser perigosa, sabia?

Serena dá um passo para trás, desconfortável com o tom de Pablo.

Serena _ Desculpe, mas não aprecio esse tipo de comentário. Acho melhor se afastar.

Pablo _ Ah, não precisa ser tão séria, querida. Estou apenas sendo sincero. Mas não se preocupe, eu não mordo... a menos que você queira, é claro.

Um clique é ouvido e Pablo sente uma arma tocando sua cabeça.

Lucca _ Seria difícil para você morder alguém com uma bala na cabeça, não acha?

Pablo fica tenso, engolindo em seco

Pablo _ Lucca... Eu... só estava brincando.

Lucca ainda mantém a arma apontada para Pablo. 

Lucca _ Acho que você deveria aprender a respeitar as mulheres. Ela não é o tipo de mulher que gosta dessas brincadeiras.

Serena olha para Lucca, agradecida. Ela não estava se sentindo confortável com as insinuações de Pablo.

Pablo respira fundo, tentando manter a compostura.

Pablo _ Desculpe, Lucca. Não foi minha intenção ofender Serena. Fui imprudente, admito.

Lucca baixa a arma, mas mantém os olhos fixos em Pablo.

Lucca _ Certifique-se de que isso não se repita. Serena é importante para nós, e não tolerarei qualquer desrespeito em relação a ela.

Pablo assente, engolindo o orgulho.

Pablo _ Compreendi, Serena. Fui descuidado, mas prometo que isso não se repetirá. Vocês podem confiar em mim.

Lucca encara Pablo por mais alguns instantes antes de finalmente relaxar.

Lucca _ Espero que esteja falando a verdade, porque se isso se repetir, será a última coisa que vai fazer na vida. 

Julle aparece no jardim, observando a situação com curiosidade.

Julle _ O que está acontecendo aqui? Senti uma tensão no ar.

Lucca _ Nada com que você precise se preocupar. Apenas alguns ajustes estão sendo feitos.

Julle olha ao redor, percebendo o clima tenso.

Lucca _ Lamento não poder fazer companhia a vocês, mas quando chegaram nós estávamos nos preparando para sair.

Julle _ Não se preocupe conosco, já estamos de saída também, eu só queria saber como a Giulia estava. Vamos irmão?

Pablo _ Vamos.

Enquanto os dois caminham em direção a saída, são observado pelo Lucca. O Pablo sentia o olhar dele e não ousou olhar para trás.

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