Capítulo 10

Depois que ligou para o Lucca o Stefano acelerou a moto, sentindo o vento bater no seu rosto. Ele olhou pelo retrovisor e viu o carro preto que os seguia desde o início do passeio.

Stefano _ Segura firme, - ele disse para Serena, que estava abraçada a ele na garupa. - Vamos dar um jeito de despistá-los, até o reforço chegar.

Ele fez uma curva brusca à direita, entrando em uma rua estreita e movimentada. O carro preto tentou acompanhá-lo, mas teve que reduzir a velocidade por causa do trânsito. Stefano aproveitou a oportunidade e ziguezagueou entre os carros, motos e pedestres, ganhando distância.

Stefano _ Estamos quase lá - ele disse, vendo a saída da rua à frente. - Só mais um pouco.

Ele saiu da rua e pegou a estrada deserta que levava ao encontro de Lucca. Stefano esperava que ele chegasse a tempo.

Ele olhou novamente pelo retrovisor e viu que o carro preto ainda estava atrás deles, mas mais longe. Ele sorriu, achando que tinha conseguido escapar. Mas logo seu sorriso se desfez quando ele ouviu um tiro.

Serena _ Cuidado!

Ela gritou, assustada.

Stefano sentiu um impacto na roda traseira da moto, que começou a balançar. Ele tentou manter o equilíbrio, mas era tarde demais. A moto derrapou e caiu no chão, arrastando-os por alguns metros.

Stefano rolou pela grama, sentindo a dor e o sangue em seu corpo. Ele olhou para Serena, que estava caída ao seu lado, inconsciente. Ele tentou se levantar, mas não conseguiu. Ele viu o carro preto se aproximando, e os homens saindo dele com armas nas mãos.

Stefano _ Droga, acho que dessa vez me pegaram, eu fui imprudente em sair sem segurança.

Ele fechou os olhos, esperando o pior. Mas então ele ouviu outro tiro, e outro, e outro. Ele abriu os olhos e viu outro carro, vermelho, parando ao lado deles. Era Lucca, que tinha chegado a tempo de salvá-los.

Lucca _ Stefano! Serena! Vocês estão bem? Lucca perguntou, saindo do carro e correndo até eles.

Irmão... - Stefano murmurou, aliviado.

A ação foi muito rápida, como tudo aconteceu em um ponto mais afastado, o Lucca deu ordens para que limpassem tudo, ele pediu ao Dimitri que levasse a Serena e o Stefano para o hospital. E ele pegou um dos homens que estavam no carro preto e o arrastou pelo braço e o levou até o galpão, seguido pelos seus soldados. Ele jogou o sujeito no chão e o encarou com ódio. Ele tinha que descobrir o que ele sabia, quem estava por trás desse ataque, e o que ele planejava.

Lucca _ Quem te mandou atrás do Stefano?

Ele perguntou, dando um soco no rosto do homem.

O homem cuspiu sangue e riu. Ele não ia falar nada, ele sabia que ia morrer de qualquer jeito.

Homem _ Você não sabe de nada. Você está ferrado, você vai perder tudo.

Lucca sentiu uma onda de raiva subir pelo seu corpo. Ele pegou uma faca e a cravou na perna do homem, fazendo-o gritar de dor.

Lucca _ Fala, desgraçado! Quem é o seu chefe? O que ele quer com a minha família?

O homem se contorceu no chão, mas não respondeu. Ele apenas olhou para Lucca com um sorriso sarcástico.

Lucca se levantou e saiu do galpão, deixando o homem aos cuidados dos seus soldados. Ele entrou no carro e dirigiu sem rumo, furioso. Ele tinha que proteger a sua família, custasse o que custasse. Ele não podia perder a Serena, ela era a única que podia salvar a Giulia, a sua irmã caçula que estava com leucemia. Ele não podia perder o Stefano, o seu irmão do meio, que era o seu braço direito nos negócios. Ele não podia perder mais ninguém. O Lucca dirigiu por um tempo, ele xingava e batia no volante.

Depois de algumas horas ele chegou em casa e viu o Stefano e a Serena sentados no sofá da sala os dois já tinham voltado do hospital. Ela estava assustada, traumatizada pela perseguição e pelo tiroteio que tinham sofrido.

Lucca entrou na sala e avançou em cima do Stefano, empurrando-o contra a parede.

Lucca _ Seu idiota! Como você teve coragem de sair sem seguranças? Você queria morrer? Você queria matar a Serena?

Stefano tentou se defender, mas Lucca não o deixou falar. Ele continuou a xingá-lo, culpando-o por tudo o que tinha acontecido.

Lucca _ Você sabe o que a Serena significa para a gente? Ela é a última esperança da Giulia, é a única que pode doar a medula para a nossa irmã. Se alguma coisa acontecer com ela, a Giulia morre. Você entende isso?

Stefano _ Eu sei, foi vacilo meu, agora fica calmo, já está tudo bem, a Serena está nervosa, o suficiente, não precisa gritar assim.

Serena estava chorando, assustada com a reação do Lucca.

A raiva de Lucca começou a diminuir quando ele viu as lágrimas de Serena e percebeu o impacto de sua explosão sobre ela. Ele respirou fundo e deu um passo para trás, soltando o aperto em Stefano.

Ele estava com tanta raiva, que voltou ao galpão para extravasar toda raiva que estava sentindo. Quando ele chegou ao galpão o homem já tinha parado de sangrar, e quando ele viu o Lucca se aproximar, notou que tinha algo diferente nele, algo que o assustava muito.

O galpão era sombrio, com pouca iluminação e um cheiro de umidade no ar. O som ecoava pelas paredes de concreto, criando uma atmosfera opressiva.

No centro do galpão, amarrado a uma cadeira velha e enferrujada, estava o homem capturado. Ele exibia um rosto pálido e suado, a expressão de desprezo que antes carregava em seu semblante havia sido substituída por medo. As cordas que o mantinham imobilizado cortavam sua pele, deixando marcas vermelhas em seus pulsos.

Lucca se aproximou lentamente, os olhos frios fixos no homem amedrontado. Um sorriso sádico brincava em seus lábios, revelando um prazer obscuro no que ele planejou para fazer o homem falar.

Lucca _ Você já teve bastante tempo para refletir, acho que você já deve está pronto para começar a falar.

Os soldados de Lucca, trajando roupas escuras e rostos impassíveis, estavam prontos para executar as ordens de seu líder. O silêncio pesado se estendia pelo galpão enquanto todos aguardavam o início do interrogatório.

Lucca parou bem diante dele. Seus olhos se encontraram, transmitindo uma mensagem clara de poder. O homem engoliu em seco, e os lábios trêmulos. Ele sabia o que estava por vir.

Sem dizer uma palavra, Lucca acenou para um de seus soldados. O soldado entregou a ele uma maleta que tinha um conjunto de ferramentas.

Os sons das ferramentas metálicas se misturaram com os gritos de agonia que ecoavam pelo galpão. O homem, agora subjugado, implorava por piedade, sua voz trêmula e suplicante.