Oi, querido diário. Hoje foi mais uma jornada nesse
intricado labirinto que é minha vida. A manhã começou com a luz suave do sol
invadindo meu quarto, e Clarisse, como de costume, batendo à porta para marcar
o início de um novo dia.
"Senhorita Eduarda, bom dia. Temos algumas reuniões
importantes pela manhã e, em seguida, planejamos uma visita ao museu no período
da tarde", anunciou Clarisse enquanto ajustava os detalhes da minha
agenda.
A menção ao museu despertou em mim uma faísca de animação. A
oportunidade de sair da rotina programada e explorar algo novo, mesmo que sob o
olhar vigilante dos seguranças, parecia um pequeno lampejo de liberdade.
Durante as reuniões, meu pensamento vagou para o diário. Eu
ansiava por um momento de privacidade, um intervalo nas formalidades do meu
cotidiano altamente controlado, para me sentar e compartilhar meus pensamentos
contigo.
"Diário, hoje promete ser diferente. A visita ao museu
pode trazer uma lufada de ar fresco à minha vida. Vou aproveitar cada momento
além das paredes desta casa e das salas de aula particulares."
A visita ao museu foi fascinante. Enquanto caminhava pelos
corredores adornados por obras de arte e exposições históricas, pude sentir uma
liberdade momentânea. Os seguranças, sempre presentes, mantinham uma distância
respeitosa, permitindo que eu absorvesse o conhecimento e a beleza ao meu
redor.
Clarisse, ao meu lado, compartilhava sorrisos e observações
sobre as peças em exposição. "Senhorita Eduarda, é bom vê-la aproveitando
um momento de descontração", comentou ela. Sua expressão transmitia uma
mistura de satisfação e preocupação, como se ela soubesse o quão rara era essa
oportunidade.
Ao retornar para casa, a rotina habitual recomeçou. Aulas
particulares, treinamento físico e estudos preencheram a tarde. Meu diário
permanecia esquecido no tablet, aguardando pacientemente por minha atenção.
Durante o jantar, uma ideia começou a se formar na minha mente.
"Clarisse, você já teve uma vida diferente antes de
trabalhar para a minha família? Uma vida com amigos, liberdade... uma vida
normal?", perguntei, buscando compreender mais sobre a mulher que, de
certa forma, tornou-se minha guardiã.
Clarisse suspirou, como se estivesse revisitando seu próprio
passado. "Sim, Senhorita Eduarda, tive uma vida antes desta. Uma vida
comum, repleta de experiências que mudaram quando aceitei essa posição."
A resposta dela ecoou em meus pensamentos, fazendo-me
refletir sobre a complexidade de cada indivíduo ao meu redor. Todos tinham suas
próprias histórias e sacrifícios. A conversa com Clarisse mergulhou em tópicos
mais pessoais, e ela compartilhou suas alegrias e tristezas, suas escolhas e os
caminhos que a levaram até aqui.
"Diário, descobri mais sobre Clarisse hoje. Ela é mais
do que apenas uma assistente; é uma pessoa com uma vida complexa e, talvez,
alguns arrependimentos. Essa conversa me fez pensar sobre minhas próprias
escolhas e se um dia terei a oportunidade de construir minha própria
vida."
A noite se desenrolou com a continuação das atividades
programadas. Terminei meus estudos e subi para o meu quarto. O tablet, com o
diário digital escondido, tornou-se meu refúgio. "Até agora, diário, o dia
foi uma mistura de familiaridade e novidade. Às vezes, sinto que estou presa a
um destino predeterminado, mas quem sabe o que o futuro reserva?"
Ao encerrar a noite, uma sensação de antecipação pelo
próximo dia tomou conta de mim. "Até amanhã, diário. Que o dia traga mais
perguntas e, quem sabe, algumas respostas. Que eu continue explorando as
nuances desse mundo peculiar que chamo de minha vida."
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Atualizado até capítulo 39
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