Capítulo 17 - Uma boa companhia

Can arregala os olhos, mas gosta de sentir Tessália outra vez. Ela sorri com uma certa malícia, e logo o homem diz com a voz rouca - eu, eu, não gosto de falar sobre essa cicatriz

- Tudo bem - diz Tessália ainda fazendo movimento devagar

Can coloca sua mão sobre a da garota, e aperta, tentando aumentar a velocidade, mas Tessália logo puxa a mão e começa a rir, o deixando sem entender

- Ai Can. Foi só uma brincadeira, não precisa ficar duro desse jeito

Ela ri, e logo sai da piscina, enquanto ele a fuzila com o olhar, sem poder sair da piscina nos próximos minutos.

Na hora de ir embora, Tessália se despede de Daniele, e vai embora, enquanto Can a acompanha com o olhar.

Na próxima semana, Can está diferente, mais quieto, e menos arrogante durante as aulas.

Tessália tenta ignorar o comportamento do homem, mas se preocupa, quando na quarta-feira, o mesmo não comparece à aula, mandando um substituto.

Tessália tenta se concentrar na aula, mas não consegue, e então vai embora.

Ela dirige rápido, e no final, segue até Can, que ao abrir a porta, fica surpreso.

Tessália vê que o homem está com os olhos vermelhos, e logo entra na casa, perguntando o que foi que aconteceu

- Nada Tess, não aconteceu nada. E você, o que faz aqui, que não foi para a faculdade?

- Eu fui, mas você não estava lá. Fiquei preocupada

Ele suspira - tá tudo bem

Tessália olha para o lado, e vê várias fotos espalhadas no sofá

- É sua mãe? - pergunta ela com receio

Can faz que sim, ainda com a porta aberta

- Linda ela Can

- Sim, muito linda - diz o homem fechando porta, e desmoronando a chorar

Tessália vai até ele - o que aconteceu?

Can - ela morreu Tess, e eu não tenho mais ela perto de mim. Hoje seria o aniversário dela

Tessália o abraça, enquanto ele luta contra as lágrimas. Ele, que não gosta de abraços, reluta um pouco, mas se sente confortável demais nos braços da garota, gostando do que sente.

Depois de um longo choro de desabafo, o homem enxuga as lágrimas - eu odeio chorar. Espero que não ria de mim por causa disso, nem use isso contra mim.

Tessália sorri, e faz carinho nos cabelos do homem - para de ser tão rude com você mesmo

Can - eu não posso chorar Tess

Tessália - e da onde você tirou isso?

Can se cala, mas se lembra claramente, do dia que o pai lhe bateu por longos minutos, por ele ter tirado nota baixa na escola, e enquanto o menino chorava, ele batia mais e falava para ele calar boca, alegando que um homem de verdade não chora

Tessália - Can?

Can - eu não posso chorar. Eu sei disso

Tessália o encara - pode sim. Quantas vezes você quiser, quantas vezes você precisar, Can

Can a olha e fica quieto, mas depois diz - eu não ia conseguir lecionar hoje Tess. Não estou bem. Quero ficar sozinho

Tessália se afasta - tudo bem, eu já vou indo

Ela se vira, mas o homem a segura pelo braço e diz - mas se eu ficar sozinho com você, eu me sinto melhor ainda

Tessália se vira e sorri, e então os dois se sentam no sofá. Can começa a explicar sobre as fotos, e o que se passava em cada momento. Tessália sorri, e pela primeira vez, vê que o homem demostra sentimentos por algo.

Depois de uma longa conversa, Tessália diz - bom, já vou indo

Can suspira - obrigado por vir. Obrigado por se preocupar comigo

Tessália sorri e consente com a cabeça

Can - adoraria te chamar pra ficar mais, mas não tô uma boa companhia hoje

Tessália sorri - você é uma ótima companhia Can

Ela vai para casa, e Can fica pensando em tudo que já fizeram até agora.

- Eu não posso deixa-la escapar. Nunca mais.

Ele pensa em uma forma, alguma desculpa de ir até a garota, ou de trazê-la até ele, mas não sabe o que inventar. Quando ele se levanta do sofá, vê que Tessália esqueceu a bolsa sobre o aparador da sala, e sorri.

- Obrigado Tess.

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