...Milene Bernardi…...
Dois dias se passaram e hoje é o último dia de aula do semestre. No próximo eu já estarei bem longe.
Chego na faculdade e Antônia já estava na porta da sala me esperando. Passei esses dias na deprê e nem respondi as mensagens dela.
Não me maquiei, se quer me arrumei, esses últimos dois dias foram apenas para resolver assuntos da viagem e até marquei a primeira consulta.
Antônia: Está bem?
Milene: Sim, estava precisando de um tempo para pensar.
Antônia: Pensou?
Milene: Não só pensei, como tomei uma decisão.
A professora chega e decidimos conversar no intervalo.
A aula é um saco, ao menos consigo focar no assunto. Me sinto enjoada, pego minha bolsa e saio da sala.
Decido ir embora, mas escuto a voz da Antônia e paro antes de passar pelo portão.
Antônia: Calma aí, eu vou com você.
Milene: Amiga, volta pra aula…eu vou ficar bem, é só um enjoo chato, mas logo passa.
Antônia: Independente, vamos logo.
Saímos e ela chama um táxi.
Durante a viagem…
Antônia: Me desculpa amiga, não pude ir te ver esses dois dias, é que minha vó tá lá em casa e você sabe né…
Milene: Fique tranquila amiga, eu entendo e você também tem a sua vida Antônia. Vamos parar de falar sobre isso um pouco, me conta sobre você!
Antônia: Sobre mim? Mas o quê?
Milene: Não sei amiga…qualquer coisa! Um namorado por exemplo.
Antônia: Namorado?
Ela pensou…
Antônia: Bom, tem o caíque…
Milene: Hmm, caíque né sua danada!? Me conta mais sobre ele.
Antônia: A gente tá conversando, ele é do curso de pedagogia.
Milene: Ui, o pedagogo e a estilista…
Brinco com ela e ela ri. A gente conversa sobre sobre esse tal caíque até chegar na minha casa.
Minha mãe não está, então aproveito para contar dos meus planos para Antônia enquanto fazemos nossa unha. Ela chora, diz que não preciso passar por isso sozinha, mas já está decidido.
Depois que ela vai embora eu almoço e decido ajudar a nossa funcionária com a arrumação da casa. Ela diz que não é minha obrigação, mas não vejo problema em ajudar.
Milene: Van, como estão as crianças?
Vânia: Estão bem, a Julinha está fazendo balé agora.
Milene: Que fofura…
Continuo lavando a louça e Vânia me olha com um olhar desconfiado.
Vânia: Você está bem Milene?
Milene: Eu? Sim, estou ótima.
Vânia: Você tá diferente…
Milene: Diferente como?
Vânia: O corpo, não sei…mas talvez seja só impressão minha mesmo.
Termino de lavar a louça e vou para o quarto pesquisar moradia segura, com um bom preço e com boa localização na cidade que vou ficar.
Fico pesquisando até anoitecer, se quer tomei banho.
Saio do quarto e tenho certeza que estou parecendo um zumbi, pois minha mãe se assustou assim que me viu.
Marcela: Credo Milene, não dormiu essa noite não?
Milene: Onde está a Vânia?
Marcela: Já foi, são duas da manhã já.
Milene: Nossa, eu nem reparei.
Vou até a cozinha comer e depois volto para o quarto, tomo um banho demorado e deito para dormir.
...Esdras Bernardi…...
Quase 15 horas de viagem e infelizmente chegamos a Maldivas.
Samira: Amor, vai ficar deitado aí? Estamos nas Maldivas!
Levanto contra a minha própria vontade e vamos para a fora do quarto.
Samira: Vou entrar na água.
Ela pula dentro da água.
Esdras: Milene, cuidado com o bebê.
Samira: Milene?
Esdras: O quê?
Ela passa a mão no rosto tirando a água.
Samira: Me chamou de Milene, Esdras!
Esdras: Não Samira, você só pode tá doida…não é possível.
Ela sai da água e passa por mim irritada.
Esdras: Ô merda…
Sento no chão e fico observando o dia virar noite. Depois de um tempo entro e Samira está dormindo. Deito e tento dormir também. Enquanto não pego no sono, fico imaginando como será chato os meus oito próximos dias nesse lugar. Não é o lugar em si, mas eu simplesmente não me sinto feliz com nada a minha volta.
Acordo e vejo que ainda é noite, mas Samira já não está mais do meu lado. Saio a procura dela e simplesmente não é mais o mesmo lugar, pareço estar no inferno.
Olho para água que de azul ficou preta, vejo uma coisa se mexendo e grito por Samira, não sou respondido por ela, mas escuto uma voz familiar chamar o meu nome.
Me aproximo e quando vejo o rosto de Milene o medo se transforma em desejo. Quanto mais ando, mais distante ela parece estar, escuto uma voz bem longe pedindo pra eu voltar, mas eu não consigo parar de caminhar.
É como se estivesse hipnotizado, a cada movimento dela, ando mais rápido.
Milene: Pare!
Paro onde estou, ela nada até a escada e sai da água completamente nua.
Ela anda até mim em passos lentos e só quando está cara a cara comigo, abre a boca para dizer algo.
Milene: Você acabou comigo Esdras, vai me pagar por tudo que me fez passar.
Esdras: Não, não Milene!
Ela pega uma faca que já estava suja de sangue e enfia no próprio peito. Ela cai no chão já sem vida e eu choro, imploro para que ela volte.
Esdras: Milene volta! Por favor me perdoa!
Começo a escutar vozes, criança chorando, gritos e barulho de vidro sendo quebrado.
Em meio a tanto desespero tampo os meus ouvidos e escuto a voz de Samira me gritando.
Samira: Esdras, acorda!
Levanto da cama desesperado, em 23 anos de existência, nunca havia tido um pesadelo tão macabro e real.
Samira: Meu Deus, Esdras…
Ela levanta e pega um copo com água. Eu simplesmente não consigo dizer nada, estou completamente molhado de suor, minha cabeça dói e meu corpo inteiro treme.
Samira: Você está bem?
Esdras: Sim, foi só um pesadelo…
Ela assentiu e voltou a apagar a luz.
Samira: Vem, vamos dormir.
Esdras: Vou tomar um ar, já volto.
Saio para tomar um ar fresco e fico olhando para aquela água. Preciso saber se está acontecendo alguma coisa, preciso ligar pra ela.
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Atualizado até capítulo 125
Comments
Jacque gil
Não concordo dele não saber,ela tinha que contar e se mudar e deixar ele sofrendo sem ela e sem a criança pra perceber a merda fez 🙈
2024-12-28
1
Laura Boloko
sujou, borrou
2024-11-04
0
Fatima Gonçalves
ela tem que sumir
2024-09-12
1