Capítulo 5

...Enquanto isso, Kairós, intrigado, se questionava sobre a seriedade das palavras do jovem à sua frente. Ele decidiu entrar no jogo, curioso para descobrir até onde Devyl estava disposto a ir. Optou por não repreendê-lo....

...A verdade era que, mesmo que levasse a proposta a sério, não via motivos para recusar. Desde o início, entre todos os que passaram por seu escritório, aquele rapaz havia capturado sua atenção. Agora, ao encará-lo de frente, atraído por sua própria beleza, Kairós não podia negar a atração que sentia. Devyl era inegavelmente cativante, possuindo uma beleza oriental que poderia seduzir qualquer pessoa, independentemente de preferências....

...Decidiu, então, ceder à proposta ousada de Devyl, levando o jogo para um novo patamar....

...— Se fizer do jeito que eu gosto, considere-se aceito....

...Devyl mal podia acreditar no que ouvia. Surpreso, uma onda de pensamentos contraditórios o invadiu. Será que Kairós era um homem de inclinações mais ousadas? A pergunta ecoou em sua mente, mas logo ele se deu conta de que, afinal, ele próprio estava propondo uma situação íntima. Era um jogo de desejos mútuos e limites a serem explorados....

...Naquele instante, as questões de certo ou errado, de moral ou perversão, se tornaram secundárias. Essa era sua chance, e ele estava determinado a não deixá-la escapar....

...Levando consigo uma sensação de timidez disfarçada sob a determinação, Devyl se ergueu. Por dentro, uma mistura de nervosismo e excitação se entrelaçava, mas por fora, ele exibia uma confiança que não sentia completamente. Afinal, apesar de sua inexperiência, a leitura das revistas que encontrara nos lixos lhe proporcionara algum conhecimento. Era um terreno desconhecido, mas estava decidido a explorá-lo....

...O escritório estava imerso em uma tonalidade que parecia ter sido criada especialmente para eles naquele momento. Devyl, embora inexperiente, já havia imaginado inúmeras vezes como seria o momento em que se entregaria aos prazeres carnais, independentemente do gênero da pessoa envolvida....

...No início, enquanto os lábios se encontravam em um beijo, Devyl sentia suas mãos tremerem levemente. Era uma sensação nova, um misto de nervosismo e excitação, especialmente por antecipar os passos seguintes....

...Percebendo o leve nervosismo do rapaz, Kairós tomou suas mãos com suavidade, acalmando-o com beijos delicados....

...Os olhos se abriram, encontrando os de Devyl. A ternura neles refletida era surpreendente, quase como se aquele não fosse o mesmo Kairós sério e reservado de antes. Quem diria que, naquela situação, o próprio adepto estaria desfrutando tanto quanto o rapaz?...

...Devyl, sentindo a energia no olhar de Kairós, decidiu prosseguir. A confiança começou a brotar dentro dele, manifestando-se em mãos mais seguras ao desabotoar e remover as peças de roupa, revelando o abdômen bem definido e as tatuagens marcantes de Kairós. Uma delas, a estrela da alvorada, chamou especialmente a atenção de Devyl, consciente de que esse símbolo representava o pacto do adepto com o arcanjo Lúcifer....

...Ao deslizar as mãos pela pele, seguindo os contornos da estrela, Devyl não tinha um significado especial para aquele gesto, mas para Kairós, era como se o rapaz o provocasse de forma sensual....