Após regressar ao seu quarto, ficou a pensar sobre o que aconteceu no refeitório, não só pelo facto de ter insinuado que Delia não é o que aparenta, algo que já suspeitava, afinal, embora não pareça, tem uma atitude egoísta, na qual só importa a sua própria felicidade, mas também ficava a pensar no facto de Alesha poder ser a mulher com quem passou a noite. Ritter sacode a cabeça, não podia ser ela. Ele é o amigo do seu rival, mas era uma festa de máscaras, embora ela tenha descoberto a sua identidade, ao princípio não sabia, talvez não diga nada porque está envergonhada.
Ritter apenas escondeu o rosto entre as almofadas, talvez fosse melhor deixar esse acontecimento em paz, passou uma noite incrível, não importando quem era, foi algo de uma só noite e não se repetirá de novo. Entre tanto pensar, o sono venceu-o finalmente.
Na manhã seguinte, Ritter sentiu a luz do sol a bater-lhe na cara, então levantou-se e após colocar os óculos, saiu da cama, deve preparar-se para partir, ele e as suas tropas têm uma missão a cumprir.
— Como te foi ontem à noite? Espero que não te tenhas chateado com Lady Von Hansen. — Marius dá-lhe uma palmada no ombro.
— De maneira nenhuma, embora ela tenha sido algo hostil, suponho que por ser amigo do seu rival. — responde Ritter.
— Não me parece, estiveste presente, ela não suplicou, nem jurou inocência perante o príncipe. — menciona Marius.
Ritter não diz mais nada, embora Marius tenha razão, mas pelo que falaram, parece estar ressentida com o príncipe e Delia. Não a culpa, ele também se sente incomodado, Delia rompeu um compromisso sem importar o que pudesse acontecer, tanto Delia como o príncipe, só atuaram de maneira egoísta.
Já se iam embora, quando veem que os cavaleiros do condado se prepararam para sair, mas também Alesha ia com eles, veem-na subir à carruagem e partir.
— Para onde vai a senhorita? — pergunta Ritter ao mordomo.
— Parece que há problemas na aldeia e deve resolvê-los de maneira pessoal. — responde o mordomo.
— Que classe de problemas requer levar mais de vinte cavaleiros? —
— Um demónio a causar problemas, parece que tem estado a exigir impostos dizendo ser o senhor destas terras e que se não querem que os outros demónios ataquem, devem pagar. Não se preocupe, Lady Von Hansen, sabe lidar com isso. — responde novamente.
Ritter agradece, mas pede a Marius para regressar ao marquesado, porque ele, tem outro assunto para resolver, Marius não lhe diz nada e obedece.
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Ao chegar à aldeia, observa que alguns negócios fecharam, enquanto que as pessoas quase não circulam nas ruas, enquanto que no final da rua principal, há uma enorme mansão da qual ressalta uma moldura de ouro na principal e guardas armados a cuidar desta, eram um par de demónios de baixa classe. Alesha caminha em direção a esse lugar sendo seguida pelos cavaleiros, até que se detém perante as portas da mansão.
— Afaste-se senhorita, não pode passar. —
Os guardas interpõem-se, inclusive ameaçam com as suas espadas, pelo que os cavaleiros de Alesha se preparam para atacar.
— Abre as portas e diz ao teu senhor que a condessa Von Hansen, chegou. — ordena o líder dos cavaleiros.
Os guardas olham entre si, então um entra para avisar o dono dessa mansão, sem demorar muito, regressa dando permissão para que passe e guia-a dentro da mansão, mas não permitindo que os seus cavaleiros passem, Alesha faz-lhes um sinal e segue o guarda.
Alesha é guiada para uma sala, onde um homem mais velho e robusto, estava sentado num enorme sofá, apenas vestindo um roupão e com uma taça de vinho na mão. O guarda após ver que Alesha passou, fecha a porta.
— Então és a condessa Von Hansen? Até onde sei, os condes são os Adilia, mas como és linda, perdoarei a tua mentira, claro, se souberes como me agradar. — o homem ri após o dito.
— Eu saberia como agradar um homem, mas não creio que um porco como tu, possa agradar uma mulher como eu. — responde Alesha.
Aquele homem põe-se de pé caminhando em direção a Alesha.
— Vou-te ensinar a respeitar, vadia. —
Aquele homem levanta a mão com a intenção de golpear o rosto de Alesha, mas antes de lançar a bofetada, o seu corpo paralisa ao ver que a rapariga o olha fixamente nos olhos, um arrepio percorre o seu corpo, era como se o medo o dominasse.
— Parece que não prestaste atenção, quem era eu, eu sou uma Von Hansen, agora mesmo comprovarás. —
Alesha dá um passo em frente e o homem caminha para trás, era como se realmente desejasse fugir dali, Alesha mantém o seu olhar fixo nos olhos do homem e este, dá a volta e sai a correr em direção à varanda, abre as portas e lança-se desse lugar, ouvindo-se os gritos de quem o viu cair. Alesha sai para aquela varanda e sobe no varandim desta, sendo observada pelos empregados dessa mansão, inclusive Ritter estava ali presente e observa tudo com surpresa.
Alesha dá um passo em frente, todos se assustam acreditando que cairá, mas era como se descesse umas escadas invisíveis, até chegar ao chão e antes de que aquele demónio possa pôr-se de pé, Alesha agarra uma das espadas dos seus cavalos e corta o pescoço ao demónio, deixando todos atónitos.
— Nas minhas terras, nenhum demónio se passará dos limites, sou Alesha Von Hansen, o meu pai é o grande Duque Von Hansen, senhor dos demónios, entendido? —
— Sim minha senhora, perdoe-nos a vida, só fazíamos o que o nosso senhor dizia. —
Alesha faz um sinal para que os guardas levem esses lacaios. Enquanto que Alesha se aproxima de Ritter que estava ali de espectador.
– Escalante, acreditei que ia a caminho do Marquesado. — Alesha segura o braço do albino e puxa-o um pouco para caminhar.
— O que foi que aconteceu? Você matou-o assim sem mais nada, algo assim, pode causar-lhe problemas com a nação dos demónios. — adverte Ritter.
— Ele invadiu terras alheias, eu só defendi o meu, não creio que ao rei dos demónios lhe importe um lacaio. — responde Alesha.
Ambos caminham, enquanto que os cavaleiros de Alesha são quem se encarrega de tudo, informando os empregados quem é Alesha e dizendo que o sucedido foi só um suicídio presenciado pela sua humilde senhorita.
— Lady Von Hansen, há um par de noites, você foi à festa do Marquês? —
— Sim, tinha um negócio para pactuar com ele, mas ao terminar de falar marchei. — responde Alesha.
Seguramente suspeita de algo e por isso perguntava, mas Alesha não tem ainda a intenção de dizer nada, a menos que Ritter lhe possa ser útil para algo mais que só sex*. Ao chegar à carruagem Alesha detém os seus passos.
— Por que a sua pergunta, Escalante? —
— Por nada, é bom saber que lhe corre bem, não o arruine como na capital. — sugere-lhe.
— Eu não arruinei nada, só foi uma fase do que estou a preparar. — responde.
Sem mais nada que dizer, Alesha sobe à carruagem e os seus cavaleiros não demoram a chegar para sair desse lugar. Enquanto observa pela janela, enquanto pensa no que deseja fazer, num princípio tinha pensado em tomar o império, mas vendo o difícil que é administrar um condado, um império seria pior e o que menos quer é ter que dedicar a sua vida a estar fechada num escritório, então por o momento é melhor não fazer nada, a menos que sejam os imperadores ou o par de pombinhos quem venham a perturbar a sua tranquilidade.
...
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Atualizado até capítulo 69
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