Eu não queria

CHEGANDO NA MANSÃO...

JOAQUIM: (com ele nos braços) BETHHH... JOÃOOOOO... (grito)

Meu filho acorde, me enrolo mais uma chance, pelo amor de Deus não morra (choro)

BETH: Oh meu Deus, de novo não... ele está morto? (choro)

JOAQUIM: Claro que não Beth, mas dessa vez é grave... Sigo pra ala hospitalar que tem na casa já que não podemos ir a hospitais

JOÃO: Chamarei a equipe de médicos senhor Joaquim

JOAQUIM: Rápido João, rápido, quando deixalos aqui busque Amélia, talvez ele precise de sangue

SOFIA: Estava no meu quarto e ouvi gritos vindo lá de baixo, desço a correr, não aguento mais tanta preocupação com o que está acontecendo, a dias Henry não da notícias e a culpa pelo que eu disse me corroe, imagino que seja ele que chegou...

Beth, o que aconteceu?, esse sangue pingado no chão de quem é?

BETH: Senhor Henry (choro muito) já o vi ferido várias vezes, mas sempre de pé, dessa vez é muito pior

SOFIA: As palavras dela entram como faca afiada em meu peito, as lágrimas me invadem...

Onde ele está Beth?

BETH: Naquela sala (aponto)

SOFIA: Corro pra lá e invado a sala, quando entro ele está numa cama sangrando muito e seu pai esta tirando suas roupas chorando, corro até eles...

ACORDA SEU FILHO DA PUTA... PRA QUÊ ME COMPROU? PRA ME DEIXAR AQUI? NÃO OUSE MORRER HENRY, ACORDA INFERNO (grito desesperada o chacoalhando) um dos homens dele vem e me segura enquanto médicos e enfermeiros começam a cuidar dele...

MEDICO: Joaquim vamos operá-lo, ele está com duas balas, hemorragia interna e precisa de uma transfusão agora

JOAQUIM: O tipo de sangue dele é o da mãe e ela está em casa, João já foi buscala

MEDICO: Temo que não der tempo, o sangue dele é O, ninguém aqui tem?

SOFIA: EU (grito) eu sou O, ande salve ele agora doutor, ele não pode morrer, eu só tenho ele (choro) logo os enfermeiros me colocam ao seu lado e começam fazer uma transfusão direta, já passando de mim pra ele... Todos saem da sala e o médico inicia o procedimento cirúrgico pra retirar as balas... O tempo todo me mantenho olhando pra ele e orando pra que se salve...

LÁ FORA...

AMELIA: Meu filho Joaquim, onde está meu filho? (choro)

JOAQUIM: Em cirurgia... Acalme-se meu amor, vai ficar tudo bem (a abraço)

AMELIA: Eu tenho que entrar pra doar o sangue, João me informou

JOAQUIM: Sofia está lá fazendo isso, agora se acalme e vamos aguardar...

AMELIA: O meu coração por um momento se enche de alegria pela atitude da Sofia... Nos sentamos no sofá e logo volta a angústia com a infinita espera... poucos minutos Sofia sai da sala

SOFIA: Dona Amélia (a abraço)

AMELIA: Obrigada querida

SOFIA: Eu juro que eu não queria que ele morresse, eu falei aquilo com raiva... Por favor, me diga que ele vai ficar bem, eu preciso dele, eu só tenho ele (falo sem pausar chorando muito)

AMELIA: Ele vai ficar meu bem, ele é forte, ele vai ficar bem e não vai lhe deixar (choro ao mesmo tempo que me alegro ao vê-la tão preocupada) nos sentamos e voltamos a esperar.

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