Francis não queria que ninguém notasse sua vulnerabilidade, então quando ele disse que não queria ir a nenhum dos lugares onde sabiam que o encontrariam facilmente, decidi levá-lo a um restaurante bar privativo, é de dia, então é quase impossível que haja pessoas aqui, entramos diretamente na sala que eu havia reservado minutos antes.
::::::::: Quer comer alguma coisa? - Pergunto a ele, já que suponho ser necessário fazê-lo.
::::::::: Sim, tudo bem. Lamento ter te colocado em problemas, você não precisa ficar comigo! - Ele responde enquanto tenta evitar meu olhar.
::::::::: Eu sei, mas acho que não seria um bom amigo se te deixasse sozinho nesses momentos!
::::::::: Você quer ser meu amigo? - Ele me diz, um tanto surpreso.
::::::::: Por que não? Acaso te desagradei?
::::::::: Não, mas somos muito diferentes!
::::::::: Por quê? Eu acho que é exatamente o contrário, você tem um negócio, eu também, você é muito inteligente, eu também, você não deixa que os outros percebam suas fraquezas e bem, acho que também nos parecemos nisso, está vendo? Há muito em comum entre nós! - Digo a ele e ele sorri, seu sorriso é um tanto triste, mas ao mesmo tempo me causa alegria.
Francis e eu comemos algo do que o restaurante oferece, depois ele pede bebidas alcoólicas, eu deixo que ele beba o que quiser, pois talvez seja sua maneira de desabafar.
Logo ele começa a se soltar mais, parece que ele realmente ultrapassou seu limite com o álcool.
::::::::: Todos têm um preconceito sobre minha orientação, pensam que porque eu saio com um homem eu sou fraco, eu não sou, eu posso partir a cara de quem for! - Diz arrastando as palavras enquanto tenta se levantar.
::::::::: Eu não acho que você seja fraco, eu me lembro como você brigou com aqueles caras do bar.
::::::::: Ha, ha, ha, diabos, acho que estou bêbado! - Francis se desequilibra sobre os próprios pés enquanto tenta chegar ao banheiro, eu me levanto e o ajudo a chegar lá.
::::::::: Obrigado, obrigado, eu consigo! - Ele me diz para então entrar no banheiro.
Depois de vários minutos ele está de volta, parece que se refrescou, pois parece mais tranquilo, ele se senta de repente em frente ao sofá onde estou.
::::::::: Você está bem?
::::::::: Acho que está tarde, sinto que tomei seu precioso tempo!
::::::::: Claro que não, estou aqui porque quero, não se preocupe com mais nada!
::::::::: Vou ligar para a Anna, ela deve estar preocupada comigo, onde eu deixei meu telefone... - Ele começa a procurar seu telefone, mas não o encontra, vejo que ele está jogado junto aos seus pés, eu me levanto para pegá-lo, mas quando levanto o olhar, encontro os penetrantes olhos verdes de Francis, não consigo evitar engolir em seco.
::::::::: Aqui está! - Digo a ele e imediatamente me afasto, não tomei uma única gota de álcool, mas sinto que estou tão bêbado quanto o Francis, enquanto ele ligava para sua amiga, eu o observo atentamente, não consigo acreditar que estou sentindo isso.
::::::::: Estou em... Em... - Francis não consegue se lembrar de onde estamos, então escrevo o endereço no meu celular, ele parece não enxergar bem o endereço e pega minha mão para aproximá-lo dele e poder lê-lo, me deixando ainda mais nervoso.
::::::::: Certo, certo, então te espero aqui, ela disse que estará aqui em 20 minutos - Ele me informa assim que termina a ligação com sua amiga.
::::::::: De acordo. - Eu pego uma garrafa e me sirvo de uma dose, para tomá-la de uma vez, depois tomo mais uma.
::::::::: Você também está bêbado? - Francis me pergunta com um sorriso, sua ação está começando a me causar conflitos, mil coisas passam pela minha cabeça, e pela primeira vez na minha vida minto para meu próprio benefício.
::::::::: Sim, estou! - Digo a ele enquanto me aproximo, nossos rostos ficam a apenas alguns centímetros de distância, ele passa a língua pelos lábios enquanto eu engulo em seco novamente.
Não aguento mais e tomo seus lábios contra os meus, ele segura minha nuca enquanto agarra meus cabelos entre suas mãos, nosso beijo se torna completamente possessivo, passo minha língua por seus lábios fazendo-o abrir ligeiramente a boca, me dando passagem para ela, seu beijo se torna tão viciante que não posso nem quero me afastar dele, mas o faço porque, neste momento, estamos sem fôlego.
Ele me olha atentamente, estou me preparando para um tapa, sei que aquele beijo já fez valer a pena, mas ele não o faz, agora é ele quem me beija, pressiono meu corpo contra o dele, ficando ligeiramente reclinados no sofá, nosso beijo se aprofunda ainda mais, suas mãos deslizam pela minha virilha enquanto ele a toca, não consigo evitar me sentir excitado, ele começou a desabotoar sua camisa enquanto eu passo minha língua por sua orelha e pescoço.
Estamos perdendo o juízo, mas a ligação de Aria me traz de volta à realidade, me separo de Francis enquanto pego meu telefone, vejo a chamada no telefone e depois olho para o homem à minha frente.
::::::::: Tudo bem, vá se você precisa ir! - Diz Francis enquanto se serve de mais uma dose e a toma de uma vez.
::::::::: Sinto muito! - Respondo para sair do local, desço as escadas enquanto atendo a ligação.
::::::::: Aria!
::::::::: O que foi, por que você está falando assim comigo?
::::::::: Sinto muito, eu...
::::::::: Tudo bem, como você está? Está tarde, pensei que você ainda estivesse na empresa, mas liguei e me disseram que você saiu mais cedo.
::::::::: Tive um almoço de negócios, lamento, esqueci de te avisar, estou indo para aí!
::::::::: Tudo bem, meu amor, tome cuidado! - Ela termina a ligação e antes que eu saia do local, vejo Anna chegar, me afasto para que ela não me veja, ela passa por mim e eu saio, ela chega ao carro e por alguma razão estou com medo, sinto que se eu fugir deste lugar hoje, não poderei voltar atrás, antes eu queria usar a desculpa do álcool.
Pensei que se Francis reclamasse de algo comigo, eu justificaria minha ação com a desculpa do álcool, mas percebi que posso enganar o mundo inteiro, até mesmo o Francis, mas e eu? Será que consigo mentir para mim mesmo? Quantas vezes mais poderei usar essa desculpa?
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Atualizado até capítulo 53
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