Capítulo 4

Depois de mais alguns meses no Reino Unido, finalmente completei minha formação acadêmica, me formei como um economista certificado e terminei minha graduação. Finalmente chegou a hora de retornar ao meu lar, Japão.

Quanto mais o momento do meu retorno se aproximava, mais nervoso eu ficava, pois logo uma realidade diferente me atingiria e me traria de volta à realidade. A linda ilusão que vivi nos últimos anos iria desaparecer; no entanto, isso não me importava, já que eu sentia muita falta da comida e da cultura do meu país natal.

Ao retornar ao Japão, encontrei uma grande surpresa. Naquela que costumava ser minha casa, havia uma pessoa desconhecida dormindo no meu quarto. Assim que desci para perguntar quem era a pessoa que estava no meu quarto, disseram-me que era o jovem mestre da casa.

Senti-me confuso, já que supostamente eu era o jovem mestre. No entanto, não fiz nenhum escândalo e esperei que meu pai chegasse para perguntar sobre aquela situação. Assim que ele chegou, a primeira coisa que disse foi:

- Boa noite\, pai. Espero que tenha passado bem nos últimos anos.

- Boa tarde\, sim\, eu tenho passado bem.

- Pai\, tenho uma pergunta. Gostaria de saber quem é o jovem que está no meu quarto.

- Aquele jovem que você acabou de ver no seu quarto é o seu meio-irmão\, Osamu.

- E por que ele está no meu quarto? Você não poderia dar um quarto só para ele?

- Ele tinha um quarto próprio\, no entanto\, houve um pequeno acidente e tivemos que fazer uma reforma. Portanto\, ele está usando o seu antigo quarto por enquanto\, e como eu não sabia quando você voltaria ou se voltaria\, dei o seu quarto a ele.

- Que considerado você é com o seu filho\, já que aparentemente eu sou o que está sobrando nessa família. Passarei a noite em um hotel.

- Não é necessário\, ainda temos o quarto de hóspedes\, você pode ficar lá.

- Uau\, como sou sortudo. Então\, se aquele quarto ainda está livre\, por que você não deu para o Osamu enquanto o quarto dele não estava pronto?

- Porque o seu quarto é mais confortável.

- Bem\, obrigado pela informação\, pai\, mas como disse antes\, prefiro ir para um hotel para que vocês e eu estejamos mais confortáveis.

Enquanto estava saindo daquela casa, encontrei aquela mulher, a mãe do meu meio-irmão, e assim que entrei, ouvi a empregada dizer:

- Senhora\, já volto. Gostaria de jantar algo?

- Não\, irei direto para o meu quarto.

Assim que ouvi isso, meu estômago se revirou e percebi que meu pai havia se casado com aquela mulher horrível, apesar de tudo o que eu havia dito. Pareceu-me tão hipócrita da parte dele, me senti enojado por fazer parte daquela família.

Saí de lá decepcionado e triste. Quanto mais os dias passavam, mais coisas eu descobria. Soube que dois anos depois que parti, meu pai havia se casado com aquela mulher, que ele a havia reconhecido legalmente como Osamu, que eles tinham uma filha que mal tinha 3 anos, que meu pai havia deixado aquela mulher administrar as fundações da minha mãe e queria dar a ela as ações que minha mãe tinha nas empresas. Ao descobrir isso, senti meu sangue derretendo minhas veias, senti que ia arder de raiva, pois aquele homem que amaldiçoou aquela mulher e falou mal dela agora a protegia e estava dando a ela tudo o que um dia pertenceu à minha mãe. Isso me deixou ainda mais irritado e, naquele momento, decidi recuperar o que pertencia à minha mãe.

Então, elaborei um plano para recuperar tudo. Primeiro, comecei procurando o testamento da minha mãe e, assim que o encontrei, contratei o melhor advogado do Japão para me ajudar. Assim que venci a batalha contra aquela mulher e meu pai, recuperei um total de 70% das ações de 15 empresas, 3 casas de campo e um apartamento em Tóquio, 5 fundações e 3 orfanatos.

Eles ficaram irritados e tentaram me despojar de tudo, mas não conseguiram. Pelo contrário, eu conveni vários acionistas a venderem suas partes para mim e assim me tornei acionista majoritário de 9 empresas e presidente da empresa mais importante e lucrativa de todas. Meu pai, meu meio-irmão e aquela mulher ficaram muito irritados, pois eu havia tirado quase todos os seus bens num piscar de olhos. Mas eles não consideraram o fato de que minha mãe era a dona do dinheiro. Ela foi quem deu os fundos para que meu pai iniciasse seus negócios. A família da minha mãe era ainda mais rica que a do meu pai e eles ajudaram minha família a alcançar o topo. Por isso minha mãe possuía tanto. Eles nunca perceberam que poderiam ficar sem nada por causa de seu testamento. No entanto, eu não era tão mau. Deixei para meu pai sua luxuosa mansão e um cheque mensal. Deixei para meu irmão trabalhar como assistente de gerência em uma das empresas. Assim, eles podiam seguir em frente e ter recursos. Eu pensei que eles não estariam tão irritados, já que fui benevolente. Mas estava muito enganado. Em breve, um deles me levaria ao meu fim...

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