capítulo 5

Os próximos dias foram tão corridos que não tive tempo nem para conversar com meus irmãos. Por sorte, o carro estava atrasado.

Eu esperava parada na frente da mansão, um a um dos meus irmãos iam chegando. Benjamim foi o último.

— Vou sentir tanta falta de você meu amor— Disse minha mãe dando um abraço carinhoso.

— Também vou— Eu retribui com outro.

—Se cuida— Disse o primeiro dos meus irmãos. Jahen como sempre tendo a primeira voz.

— Eu quero cartas ouviu?— Disse August.

— Vou escrever todo final de semana— Dei um sorriso.

Keith me deu um abraço mas não disse nada, como aquele menino sempre fez. Nathaniel acariciou meu cabelo e Benjamim apenas acenou sorrindo.

Meu pai foi o único que não apareceu. Não sei o motivo, mas talvez ele ainda esteja irritado com a festa de aniversário.

O carro tinha chegado, eu entrei não antes de acenar mais uma vez para todos. Cada vez mais a mansão ia se distanciando, até ficar longe demais para poder ver até mesmo a cidade.

Eu já estava arrependida de aceitar ir. A saudade que já sentia deles era imensa. O caminho era enorme, eu estava extremamente entediada. Não sei como consegui aceitar algo tão grotesco.

 Dormi, e quando fui ver já estávamos na cidade. Era a capital do território Eridia, a cidade e muito bonita e chamativa.

A cada momento mais, nós aproximarmos da mansão. Eu estava decidida a não cair na tentação, de não desistir de lutar contra Adrick, não quero me casar e vou continuar com essa ideia até o final, não importa como.

A mansão era enorme, quase maior que a nossa... Eu saí do carro e andei na direção, havia um jardim em volta dela. Muito bonito e chamativo.

Nunca tinha vindo aqui ou no território. Por incrível que pareça, já viajei quase por todos os territórios, na maioria das vezes com o princípio de negócios, outras de férias.

A casa de Josephe era incrível, pena que Adrick mora aqui também.. Sei que e algo irônico, mas tudo estava deixando-me triste.

Os empregados levaram-me para dentro. Eu ia sendo atraída pela aquela grande mansão. Tudo tão bem cuidado, móveis impecáveis, janelas enormes. Tudo muito bonito. Até a minha atenção voltar a uma voz chamando-me.

— Finalmente chegou— Eu olhei em volta a procura de tal voz.

De cima de uma grande escadaria, lá estava Adrick com seu jeito pomposo e esbelto. Não esquecendo o líder que tem por dentro.

— Olá Adrick— Minha voz soava superior.

— Estava aguardando sua chagada querida.

— Não me chame assim— Indaguei.

— Eu a ofendi?— Disse descendo a escadaria.

— Não— Afirmei.

— Então o que te chateia?— Ele já estava na minha frente.

— Você me chamando de querida. Não sou sua. E muito menos querida por você.

— Certo, certo. Então vamos?

— Para onde?— Ele olhava para mim, dava para ver seu jeito de ser. Um jeito de governante. Seus olhos ficavam os meus.

— Vou mostrar a mansão— Disse estendendo o braço.

— O que está fazendo.

— Vamo lá— Incentivou— E para manter as aparências— Disse a dar uma piscadela.

— Certo, mas não pense que quero fazer isso.

Ele deu um sorriso e enquanto já segurava seu braço.

 Ele parecia não gostar de sorrir, e muito menos que tente desafiar sua autoridade. Pude perceber pelo seu jeito de agir. Pelo seu jeito de ser. Um jeito de um idiota por completo.

Não sei exatamente para onde ele me levava, mas sei como aquela escadaria era longa, muito longa. Quando finalmente chegamos ao topo, havia tantos quadros e lustres que tudo parecia brilhar. Ele caminhava comigo por um grande corredor, até que sentiu a vontade de conversar.

— A viajem foi longa?— Não respondi— Eu estou tentando ser educado, não custa responder— Indagou.

Ele podia ter até razão, mesmo assim continuei ignorando-o o resto do caminho seja lá para onde.

Paramos em frente a uma porta, ele soltou-me e disse abrindo-a.

— Esse e seu quarto, se precisar de algo estou no quarto ao final do corredor.

Mostrou apontando o local. Eu entrei sem dizer nada, olhava meu quarto novo. Ele disse forçando um sorriso.

— Gostou?— Ele olhava para mim e quando eu andava de um lado pro outro.

— E aceitável, mas prefiro meu antigo.

— Se quiser mudar alguma coisa, e só falar— Ele estava escorado na porta.

— Por enquanto não a necessidade. Agora saía, quero privacidade— Minha arrogância era notável.

— Amanhã eu irei leva-la para dar uma volta no jardim, e aproveitar para tomar um chá.

— Eu não quero.

— Você não tem escolha— Provocou.

Como ele era irritante. Mas aceitei, já que apenas quero ficar em paz por um tempo.

— Saía. Deixe-me descansar, a viajem foi longa.

— Afinal, respondeu minha pergunta.

Como ele e irritante. Eu sentia vontade de soca-lo mas não fiz, para manter minha postura como uma dama. Mas imaginei como seria, e era agradável.

Ele saio, entretanto, não antes de deixar o clima pesado. Eu realmente o odiava, um ser como ele me tira dos nervos.

Eu me joguei em minha nova cama, em meu novo quarto, em uma nova casa. Como eu odiava está alí, certamente não vejo a hora de tudo isso acabar e eu poder finalmente voltar para minha casa.

Eu estava arrumando minhas coisas, quando recebi uma ligação. Corri para ver quem era, minha mãe estava ligando. Certamente e para pergunta se cheguei bem, ou sobre a casa.

— Olá.

— Que bom que atendeu. Espero que esteja bem— A voz de minha mãe soava calma como sempre. Minha mãe de todos em casa e a mais gentil.

— Estou. E como estão os meninos, já sentiram saudade?

— Eles tentam ser fortes mas lá no fundo sei que estão morrendo de saudades e que adorariam que você volta-se.

— Que bom. E... O pai?— Não custava perguntar.

— Ocupado. Desde que foi embora ele ficou agarrado no escritório trabalhando.

— Diz a ele para não se esforça tanto. E aproveita e fala para os meninos que estou com saudade deles e de você principalmente.

— Pode deixar, agora aproveite sua estadia com seu noivo— Falou meio que brincando.

— Sim... Eu farei.

Desliguei o celular dando um longo suspiro, tentei me concentrar em como fazer Adrick me odiar mais do que pensar em como vou sobreviver naquele lugar.

 Eu certamente não pertenço aqui, e certamente não quero ficar aqui. Sempre achei que um casamento era algo impossível para mim. E essa ideia com toda certeza não vai mudar.

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