capitulo 4

Dois dias havia passado e Erick ainda não tinha saído do hotel pra nada, e naquele dia específico  passou amanhã inteira enfiado no seu notebook resolvendo assunto do trabalho, quando bateu os olhos no relógio, suspirou fundo e resolveu por fim visitar o amigo Eduardo que morava a alguns quilômetros da li, colocou uma calça jeans, camisa preta e por cima uma jaqueta jeans e saiu.

 estava no elevador  quando o mesmo parou no decimo terceiro andar, quando as portas se abriram seus olhos foram tomados por um par de olhos castanho que o olhava assustada,  ele olhou para a mulher ali na sua frente vestida com roupas elegantes, maquiagem bem feita, cabelos presos em um coque, bolsa de marca,  e salto alto, parecia outra mulher mas ele a reconheceu de imediato.

_ o cara do avião! – disparou Marina sem reação alguma , a mesma sentiu seu coração errar umas batidas, vendo aquele homem que jamais na sua vida imaginou voltar a ver.

 _ Olá. – respondeu com um pequeno sorriso.

_  ahh desculpa. Olá.  –  respondeu ela tentando conter o nervosismo, entrando no elevador, estava tão nervosa que acabou esquecendo de apertar o botão do mesmo.  Logo o silêncio reinou, o elevador tinha capacidade para levar oito pessoas, mas de repente ficou minúsculo com apenas os dois ali.

O cheiro doce e enjoativo começava a invadir suas narinas, e agora mais próximos Erick a observava sutilmente, o cabelo no topo da cabeça, suas curvas bem desenhadas, a pele  macia e delicada que parecia mais alva, bonita e brilhosa o fazendo  querer sentir a maciez dela em suas mãos. Marina estava imóvel com a cabeça baixa, levemente corada, diante do homem de um metro e noventa ao seu lado, não tinha coragem de encará-lo sentia seu olhar a queimando a fazendo se sentir menor do que já era, seu cheiro amadeirado invadia suas narinas, ela queria sair correndo dali, pois aquilo não deveria ser tão tentador pra alguém que mal saiu de um relacionamento abusivo.

_ marina. Certo? – ela assentiu com a cabeça. _ muita coincidência, nos encontramos novamente. – disse Erick com a voz grossa e rouca quebrando o silêncio que começava a ficar constrangedor. Escutando isso ela virou o rosto para ele encontrando suas orbes negra que emanava másculinidade, sentindo o ar lhe faltar ela respondeu gaguejando.

_ sim.. muita coincidência. – sorriu gentilmente.

Erick engoliu em seco percebendo que ela estava corada, sentiu algo estranho só de imaginar que estava surgindo um clima entre eles, o mesmo crispou os lábios em total rejeição, não era digno de amar outra vez, não queria tais sentimentos, não com ela e nem com ninguém. nesse instante as portas do elevador abriram, marina saiu dele em um rompante e entrou na Mercedes que estava estacionado ao lado de uma Ferrari, a mesma tentava recuperar o ar em seus pulmões, pela forma que ele a deixou, estava nervosa e assustada, não sabia quem era aquele homem além de seu nome, mas ele de algum modo conseguiu deixá-la naquele estado.

 Quando Erick chegou no luxuoso condomínio Eduardo já o aguardava na portaria, o mesmo foi ao seu encontro assim que Erick saiu do veículo alugado, o amigo praticamente gritou seu nome e o abraçou, parecendo um adolescente histérico o apertando em seu abraço.

_ você não muda mesmo Eduardo, continua grudento como sempre. – murmurou.

_ ah confessa você estava morrendo de saudades do meu abraço. – brincou ao libertar o amigo do seu abraço apertado. Erick apenas sorriu de lado e ambos pegaram o elevador

_ pelo menos você soube escolher um bom lugar pra morar. – falou zombateiro.

_ não é só mulher bonita que eu sei escolher. – falou vitorioso, fazendo Erick soltar um leve sorriso.

Assim que a porta do apartamento foi aberta  uma ruiva sorridente de cabelos longos, olhos esverdeados vestida em um vestido longo, com um sorriso simpático os recebe.

_ Erick. –  saudou Nicole. _ seja bem vindo, sinta-se em casa, preparamos alguns quitutes e bebidas para assim colocarmos o papo em dia. – A mesma estava visivelmente animada. Erick a cumprimentou e entrou no local.

O apartamento era muito bonito e bem decorado, com belos lustres e as paredes espelhadas. Ele se senta no confortável sofá, Eduardo também se acomoda ao lado.

_ queremos saber tudo que tem feito nos últimos anos. – disse o mesmo.

 logo Nicole  oferece a ambos uma taça de vinho com alguns quitutes e se assenta ao lado do marido.

_ não a muito que contar, visto que Gabriela já os deixou sabendo da minha vida por inteiro. – diz ele sorrindo ao tomar um gole de vinho.

 _ bom, é verdade, mais ela não contou das suas paqueras e é isso que queremos saber. –  falava Eduardo soltando altos risos. Erick apenas olha para a taça de vinho e permanece em silêncio, fazendo os deduzir o que já sabiam.

 _ Erick não vai me dizer que você ainda espera pela Eliza, depois de tudo que ela fez com você, sem falar que ela já se encontra casada, você já deveria ter esquecido dela, desde o momento em que ela te deixou a poucos dias do casamento. –  Vociferou Nicole se levantando com certa indignação, olhando para ele como se quisesse fuzilá-lo com os olhos.

_ pra você ver como o tempo não afeta as lembranças. - respondeu com um sorriso falso.

 Eduardo percebendo o desconforto do amigo resolve então mudar de assunto, para a alegria de Erick que já estava começando a se sentir irritado com o interrogatório de Nicole.

 Erick nunca havia pensado em refazer a sua vida ao lado de alguém, pois as lembranças de Eliza ainda o afetava em cheio, não havia um dia sequer que não pensasse naquela manhã de outono quando ela ligou chorando dizendo que não se casaria com ele, pois acabou se apaixonando por outro homem, e até hoje essas palavras ainda ecoavam com violência na memória de Erick, era tão difícil falar a respeito dela sem que o nó não se formasse na sua garganta, Eliza tinha sido seu primeiro amor sua primeira paixão, não que nunca estivesse estado com uma mulher, muito pelo contrário até esteve com algumas, mas nada que fosse muito sério, mas Eliza foi a única mulher a lhe despertar sensações que até então não sabia que seria capaz de sentir, ela era aquela que dava sentido a sua vida e também a única capaz de desmontá-lo por inteiro como ela fez.

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