Capítulo 03

Ela vai até a recepção e pede um quarto, pois precisa colocar os pensamentos em ordem, sem ninguém para incomodá-la, ela pretende decidir o que fará de agora em diante, a única certeza que ela tem até agora é que não vai casar com o Renato.

Recepcionista _ Seu quarto é o número seis.

Alessandra _ Obrigada.

Ao avistar a placa com o número do quarto, ela se aproxima da porta que está aberta e entra.

Sem sequer perceber que algo estava errado, Alessandra se joga na cama e fecha os olhos, suspirando aliviada. A exaustão tomava conta de seu corpo, sua mente um turbilhão de pensamentos, ela fica pensando como não percebeu nada antes, como os dois foram capazes de enganá-la daquela maneira, ela tenta relaxar e esquecer tudo que ouviu do noivo e daquela que a considerava sua amiga.

Entretanto, o destino tinha planos bastante diferentes para aquela noite.

Enquanto ela se acomodava na cama, Guilherme, saía do banho, envolto apenas por uma toalha branca. Despreocupado, ele caminhava pelo aposento, quando avistou Alessandra deitada. A surpresa estampou-se em seu rosto e ele fez um barulho, para que ela notasse a presença dele.

Ao escutar aquele som repentino, Alessandra saltou da cama em um sobressalto, assustada com a presença de Guilherme. Seus olhos se encontraram, misturando surpresa e indignação. Ela tinha a nítida sensação de que aquele homem a encarava com malícia.

Alessandra _ O que você está fazendo aqui? 

Ela perguntou, tentando conter o medo que começava a tomar conta de seu corpo.

Guilherme arqueou uma sobrancelha, enquanto secava os cabelos molhados com a toalha. O ar luxurioso em seu olhar era inconfundível, deixando Alessandra ainda mais desconfortável.

Guilherme _ Eu que pergunto o que você está fazendo no meu quarto?

Retrucou ele, visivelmente curioso com a presença dela ali.

Uma discussão acalorada se iniciou, com ambos defendendo suas versões da história. Alessandra estava certa de que havia se equivocado ao identificar o número na porta, mas Guilherme insistia que aquilo era uma invasão de privacidade. A tensão encheu o ar, criando uma atmosfera carregada.

No entanto, ao longo da discussão, algo inesperado começou a acontecer. O clima de tensão deu lugar a uma atração intensa, incapaz de ser ignorada. As palavras foram se dissipando, enquanto os olhos dos dois se encontravam em meio àquela atmosfera carregada.

Em um impulso, Guilherme avançou em direção a Alessandra e a beijou com fervor. O desejo ardente que os envolvia era mais forte do que qualquer discussão ou mal-entendido. Seus corpos se tocavam com urgência, entregando-se a um encontro intenso.

O engano que os uniu propiciou uma atração avassaladora, capaz de desafiar todos os limites. Envolvidos em um frenesi de prazer, eles se entregaram ao momento de forma desmedida, incapazes de resistir à atração que os consumia.

E assim, naquele quarto acidentalmente compartilhado, Alessandra e Guilherme se permitiram viver um momento único. Aquele engano, que poderia ter sido motivo de desconforto, se transformou em um acontecimento inesperado.

Na manhã seguinte, ao abrir os olhos, Alessandra percebe um pedaço de papel em cima de sua bolsa. Curiosa, ela se estica e pega o bilhete, lendo as palavras escritas com surpresa e indignação.

Em letras garrafais, o bilhete diz:

"Pegue o dinheiro e saia sem fazer barulho". 

Alessandra franze a testa, sentindo um misto de raiva e vergonha. Ela se levanta rapidamente, decidida a não deixar aquele bilhete sem uma resposta a altura. Ela pega uma caneta próxima e escreve uma resposta no verso do papel. Suas palavras são firmes e carregadas de ironia.

"Você deveria ser mais gêneroso, para compensar o péssimo desempenho na cama.

Ela pega o bilhete e coloca o dobro do valor que ele deixou, junto ao bilhete.

Com um sorriso de satisfação no rosto, Alessandra dobra o papel ao meio, coloca-o em cima da pasta dele e se levanta. Ela se veste cuidadosamente, fazendo o mínimo de barulho possível para não acordar ele, ela caminha silenciosamente até a porta e sai do local.

Na recepção ela pergunta sobre o hóspede do quarto nove, e a recepcionista só informa a cidade que ele mora, mas não dá nenhuma outra informação, Alessandra sai se sentindo culpada por ter se permitido dormir com um estranho, e lembra do dia anterior e a raiva só aumenta, ela liga o carro e fica um tempo até decidir voltar para casa.

Ao chegar em casa ela encontra o pai, a mãe e o Renato na sala, e mal ela coloca o pé dentro de casa é recebida por uma chuva de perguntas.

Rose _ Filha porque você sumiu sem avisar, estávamos aflitos sem notícias suas, seu telefone só dava caixa de mensagem.

O pai dela viu várias marcas no pescoço dela. E deu um tapa no rosto dela.

Jonas _ Como se atreve a me envergonhar dessa maneira?

Renato _ Porque fez isso comigo?

Ela olha na cara dele e sobe para o quarto sem dizer nada.

Jonas _ Renato eu nem sei o que dizer.

Renato _ Ela deve está nervosa, por causa do fim do curso e dos preparativos para o casamento, e alguém deve ter aproveitado esse momento de fragilidade dela.

Jonas _ Você ainda quer casar com ela depois do que ela fez?

Renato _ Eu amo a sua filha e tenho certeza que ela não fez por mal, o casamento está mantido sim. Eu volto outra hora, tenho uma reunião daqui a pouco com um possível investidor.

O Renato se despede e vai para a empresa, o pai da Alessandra vai até o quarto dela.

Jonas _ Você tem muita sorte, do seu noivo gostar muito de você, apesar de tudo que fez, ele ainda quer casar.

Alessandra _ Mas eu não quero me casar com ele.

Jonas _ O que disse?

Alessandra _ Isso que o senhor ouviu, eu não vou me casar, e ele não gosta de mim coisa nenhuma, ele e a Nicole são amantes.

Jonas _ É só um caso sem importância, você não pode desistir por causa de uma bobagem dessas.

Alessandra _ bobagem! O senhor é meu pai, como quer que eu me case com alguém como ele?

Jonas _ Você sabe que se não tivermos ajuda dele, nós vamos falir.

Alessandra _ É só com isso que se importa com o maldito dinheiro, você não se preocupa nem um pouco comigo?

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