Nós crescemos como irmãos, pelo menos era assim que ele me via, eu, por outro lado, era apaixonada por ele desde os meus dez anos. E como não se apaixonar? Ele é muito lindo, mesmo com quinze anos ele era alto, magro, mas um magro charmoso, tinha musculoso, pois era jogador de basquete na escola, na verdade, era o melhor.
Os anos passaram e nós fomos crescendo, na mesma rotina de sempre, ele cada vez mais bonito, e eu cada vez mais feia, para meu azar eu engordei bastante, pois dia, Lili, a cozinheira lá de casa, sempre fazia uns deliciosos docinhos para mim, ela sempre dizia que mulher magra era muito feia, parecia esqueleto, e é verdade, ela tinha preconceito com mulheres magras.
Na época eu não entendia, mas hoje compreendo o porquê. A coitada foi trocada por uma mulher bem gorda, o seu marido a humilhava por ela ser magra, depois que ele a largou ela decidiu engordar a qualquer custo, o pior que eu Também sofri por isso.
Sofri muito ‘bullying’ na escola por ser gorda, e com aparelhos ainda, deus me livre, só eu sei como sofri. A minha sorte era William, sempre que me via sofrendo ia-me consolar, e cada vez que via algum garoto zoando comigo ele metia a porrada neles.
E sempre que estava com uma garota que me difamou ele deixava-a para ir ficar comigo. Sério gente, era impossível não me apaixonar por ele, o jeito que ele me protegia, que cuidava de mim, eu era muito feia, e mesmo assim ele não se importava, não sentia vergonha de mim. Ninguém queria andar comigo, e quando alguma menina se aproximava de mim, era só para saber sobre ele, pois sabiam que eu era sua protegida.
Na minha formatura do nono ano, onde estávamos nos despedindo do ensino fundamental e entrando para o médio, a minha sala decidiu fazer um baile de despedida. Lógico que eu não iria, pois, todos teriam que entrar com um par, e para meu azar eu não tinha ninguém, William ia com Charlotte a sua namorada, e eu não teria com quem ir.
Uma semana antes da formatura...
- Iai irmãzinha, animada para o baile?
- Lógico que não, nem vou a esse baile idiota, respondi a mentir, pois, o que eu mais queria era ir, porém, não tinha um par.
- Ah, você vai! nem que seja a força. respondeu.
- Lógico que não!
- Se você não for, também não irei.
- Oxe! o que tem a ver? você vai e com a sua namorada não comigo.
- Mais o baile é seu, apenas irei como o seu convidado.
- Então não vai, aproveita que é sábado e leva Charlotte para algum lugar romântico.
- Credo! nem me fale em romance, tô fora, ainda mais que Charlotte é muito grudada.
- Mas com razão né, respondi.
- Como assim com razão? Perguntou ele
- Deixa quieto!
- Pode falar, já começou...
- tenho que ir para casa, tchau!
Sai a deixar ele sozinho sentado na calçada do prédio. Eu não poderia continuar se não ia acabar a declarar que eu era louca por ele, e como não sei como seria sua reação, prefiro não arriscar.
Eu sei que sou muito covarde, mas com razão, o que eu poderia esperar? Feia como sou, e ele, Nossa! Nem sei o que falar dele.
Além disso, por mais lindo que ele seja, ele não é o tipo que eu quero, pois, como toda a mulher, eu sou romântica, e quero um cara só para mim, e ele é absolutamente o oposto, é super safado, cada semana está com uma namorada nova, e detesta mulher que fique grudada nele. Então não tenho muito o que fazer né?
A semana foi passando e tia Esmeralda foi percebendo a minha tristeza.
- Oi, meu amor, porque você está tão tristonha?
- Não to não, tia.
- Tá sim, e pelo baile? William falou que você não queria ir?
- Por nada, só penso que não é para mim. Respondi cabisbaixo.
- Por acaso você não está assim porque não tem par não né?
- Também...
- Eu desconfiava, vou falar para William ir com você.
- Não, por favor. Implorei.
- Por que não filha?
- Eu não quero atrapalhar- lo, além disso ele vai com a namorada dele, eu não quero ser intrusa.
- Não Diga isso filha, tenho certeza que ele vai amar, acompanhar você.
- Mesmo que ele fosse, eu não
tenho roupa para esse tipo de festa.
- A para, eu dou um jeito nisso também, mas você vai a essa festa.
- Obrigada tia, mas eu não estou afim não. Com licença já vou para casa.
Fui para minha casa, à noite meu pai chegou, morto de sono, passou o dia todo no laboratório fazendo novos testes para um novo produto que ele estava fazendo.
- Boa noite filha! falou dando-me um beijo na testa.
- Boa noite paizinho 😚 respondi dando-lhe um abraço.
- Manda servir o jantar que estou faminto, não vou nem tomar banho agora, só depois do jantar.
- ok papai.
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Atualizado até capítulo 60
Comments
Joelma de Lima Medeiros
o patinho feio virou cisnei
2023-08-07
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