Acordo desesperada e vejo que estava gritando, meu corpo está encharcado de suor não paro de tremer e começo a chorar, corro para o banho tentando tirar a sensação de sujeira do meu corpo, esfrego até que sinto minha pele arder então paro, olho em volta e começo a chorar novamente, me encolho como uma bola dentro da banheira, logo me lembro que se a conta de luz vier muito alta Heitor vai se zangar, então saio do banho.
já no quarto coloco um vestido e faço uma maquiagem para cobrir as marcas roxas, logo Heitor estará de volta e tenho que estar arrumada, passo um perfume e me sento olhando para a parede, não sei que horas são ele retirou o relógio da parede para que eu não soubesse, o único relógio que tenho é na cozinha para saber o horário de fazer a comida, não tenho celular ou tv no quarto e a única janela de para os fundos do quintal e tem uma grade de ferro para que eu não possa sair, estou em uma gaiola.
Estou com tanta fome fui burra acabei esquecendo de comer antes dele chegar e agora já está escurecendo, estou o dia todo apenas com uma bolacha no estômago, olho para fora preocupada já estou dez dias com minha menstruação atrasada, mas também magra desse jeito e com tanto estresse acho que nem ela quis vir, uma pena pois ao menos nesses dias ele me deixa em paz.
Sinto cede e vou até o banheiro tomar água,ao menos tem água de torneira para tomar, volto para o quarto e minha mente volta para o sonho, tento afastar essa lembrança mas a dor vem como uma facada em meu peito, maldito eu era só uma menina.
A partir daquele dia só piorou ele não tinha mais receio e muitas vezes eu acordava no meio da noite com ele me sufocando enquanto era estrupada.
Uma lágrima escorre pelo meu rosto e a seco, começo a olhar ao meu redor e penso por que? Eu era uma criança tão doce loirinha de olhos azuis, amava brincar de boneca, eu era feliz. Mas tudo mudou, hoje não existe nem um resquício daquela criança.
Começo a pensar e se ele não voltar hoje, bom ao menos eu poderia dormir em paz, quantos dias será que eu sobrevivo sem comer?
Ele podia sofrer um acidente no caminho e morrer assim eu não precisaria mais passar por isso, mas aí eu morreria de fome aqui nesse quarto, e pelo tanto que estou magra isso aconteceria rápido penso olhando para meus braços esqueléticos, bom se eu morresse ao menos não haveria ninguém para lamentar afinal não tenho ninguém nesse mundo mais, minha família nunca se importou comigo e os poucos amigos que eu tinha Heitor afastou.
Pensando bem seria um alento acabar com isso de uma vez, eu iria satisfeita, olho para fora e está escuro bom ele não vai voltar hoje pelo jeito, deve estar com alguma amante, melhor assim vou poder dormir, deito e me cubro para dormir, tento ignorar a dor no meu estômago de fome e faço uma breve anotação mental, esconder comida pelo quarto para esses casos.
Acordo pela manhã e vejo que ele não voltou, eu estaria feliz se não fosse a dor em meu estômago.
Arrumo a cama e o quarto, limpo o banheiro e o guarda-roupa, nem sinal dele, que horas serão, logo ele deve voltar para almoçar, como eu queria aquela maça da geladeira chego a sentir seu gosto, deito na cama novamente e fico olhando para o teto.
Começo a sentir meu estômago embrulhado e corro para o banheiro vomitar, apenas uma água amarga sai pela minha boca, lavo o rosto enquanto suo frio,escovo os dentes para tirar o gosto da boca e como um pouco da pasta, que horas será que são.
Arrumo novamente as roupas e acabo achando um caderno velho, acabou a comer uma folha ao menos ameniza a dor no meu estômago.
Olho pela janela está escurecendo ele ainda não voltou, começo a me preocupar.
Levanto tomo um banho escovo os cabelos e boto uma roupa limpa, se ele chegar tenho que estar bonita, não quero que ele se irrite.
Novamente ele não vem deito mas não consigo dormir volto a vomitar o papel que comi, como a dor da fome é terrível, sem perceber estou chorando.
Penso que se um dia eu conseguir fugir desse homem jamais quero permitir que alguém se aproxime de mim novamente.
Vou ao banheiro mas no caminho me sinto tonta e desmaio, acabo batendo a cabeça na prateleira.
Quando acordo já está claro não sei quanto tempo passou mas vejo o sangue seco na minha cabeça, tento me levantar mas sinto muita dor.
Acabo resolvendo não me mover e fico ali esperando que a morte venha me buscar, sinto cada centímetro do meu corpo doer, minha boca está seca e meus lábios rachados, sinto cede mas não consigo me mexer.
Meus olhos começam a arder e os fecho, seria melhor se fosse para sempre, sinto um torpor e acabo apagando novamente, quando acordo está escuro.
Tento levantar-me e com muito sacrifício o faço quando olho para a porta ela estava aberta, me arrasto para fora e consigo chegar a cozinha, abro a geladeira e começo a comer aquilo que alcanço do chão.
Depois de comer um pouco fico deitada ali até começar a ter mais força, quando sinto que consigo me levanto e sento em uma cadeira, olho ao redor está tudo uma bagunça, com certeza ele esteve em casa.
Tomo fôlego e volto ao quarto com alguns alimentos que demoram a estragar e começo a escondelos pelo quarto, não quero mais passar por isso, tomo um banho e começo a limpar a casa, lembro de não abrir as janelas.
Quando tudo está limpo olho no relógio já passam das dez da manhã de que dia não faço ideia, mas pelo estado do alimento na geladeira devem ter se passado alguns dias.
Sei que logo ele vai voltar e começa a me bater uma crise de pânico, chega a ser irônico sendo que eu estava rezando para ele voltar.
Respiro fundo, não posso me permitir entrar em Pânico, eu não posso morrer aqui não assim, eu poderia fugir mas com toda a influência que ele tem na cidade logo ele me acharia.
Escuto sua voz na minha mente não se pode fugir de um Anatole Luiza .
Anatole, são tudo uns filha da puta, ele e sua família, só porque são políticos e tem dinheiro pensam que podem tudo, infelizmente eles podem, se ele quiser me arrastar para o meio da cidade pelos cabelos ninguém vai se intrometer.
Maldita a hora que cai nesta armadilha.
Corro para fazer o almoço, Heitor não havia deixado dinheiro para comprar comida e só avia um pedaço de linguiça então fiz um feijão, arroz e fritei a linguiça para ele, comi antes dele chegar o arroz e feijão, apesar de simples tava gostoso, lavo meu prato e deixo tudo no jeito, escovo os dentes e aguardo.
A ansiedade é o que me mata, minhas mãos estão suando, como queria fugir daqui mas não tenho como nem meus documentos eu tenho.
Ele chegou forço um sorriso e ele chega com uma sacola com alguns remédios.
Toma Luiza comprei pra você, olha como me preocupo com seu bem estar meu amor, é só você ser uma boa esposa que a gente pode viver em paz viu.
Ele se aproxima e sinto um enjôo muito forte me obrigo a correr para o banheiro vomitar.
Ele vem atrás furioso mas quando viu meu estado me perguntou se estava menstruada, eu falei que não seu rosto congelou.
Rapidamente me defendi, está atrasado mas é poucos dias logo desse.
Luiza sua menstruação sempre desse até dia dez, já estamos no dia vinte cinco. Ele me olha sério.
Me arrepio na hora, meu coração da uma parada me foge o ar eu fico branca e sinto que vou cair.
Ele me manda esperar e dá uma saída.
Fico sentada em choque e começo a rezar para não estar grávida não posso trazer uma criança para esse inferno.
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Atualizado até capítulo 35
Comments
Sandra Venceslau
Situação delicada dela. Tem tantas mulheres, crianças que vivem assim.
2023-08-29
4
Rose Carvalho
acho q ele vai forçar um aborto
2023-08-07
1
Lena Macêdo E Silva
infelizmente não é um caso isolado e tem muitos que dormem com o inimigo 😕💔😬
2023-08-07
3