Felipe sai do quarto em que Ana estava e vai para seu escritório, ele se senta em uma cadeira, acende um cigarro e faz uma ligação.
- Descubra o que aconteceu com Pedro depois que ele se casou com Ana.
Depois de um tempo ele recebeu a resposta.
- Chefe, ele tem um caso com a secretária dele, Judite, muito antes do casamento, antes ele era discreto mas parece que agora ele quer que todos saibam, parece que hoje a esposa dele descobriu isso, pois Judite enviou umas fotos dela com Pedro para Ana.
- Ok, obrigado, continue monitorando tudo.
Então, foi por isso que ela foi parar num bar procurando um lance. Ou seja, mesmo que ele não tivesse aparecido, ela estaria com qualquer um que chamasse a atenção dela.
A claridade que se infiltrava pelas frestas da cortina fez Ana abrir os olhos lentamente, sentindo uma dor latejante na cabeça. A memória da noite anterior, uma festa regada a drinks e risadas, retornava aos poucos, mas de forma nebulosa. Com um gemido, ela tentou se levantar da cama, mas algo a impediu. Olhando para o lado, seus olhos se arregalaram ao encontrar um homem desconhecido dormindo ao seu lado.
Um grito preso na garganta quase escapou, mas Ana o conteve a tempo, lembrando-se da noite anterior. Sim, ela se lembrava de ter conhecido um homem chamado Felipe, um rapaz alto e charmoso que a havia convidado para dançar. Mas não se lembrava de nada além disso. O pânico começou a tomar conta dela. Ela era casada! E agora, aqui estava ela, em uma cama estranha, com um homem estranho.
Com cuidado, Ana tentou se desvencilhar dos braços de Felipe, mas ele a puxou para mais perto, murmurando algo ininteligível.
— Felipe, por favor, me solta! — Sussurrou ela, a voz rouca pelo sono.
O homem abriu os olhos, revelando um par de olhos castanhos brilhantes. Um sorriso divertido se espalhou por seu rosto.
— Bom dia, bela adormecida. — Brincou ele, sua voz rouca e sexy.
Ana revirou os olhos.
— Não é engraçado, Felipe. Eu preciso ir embora. — Ela tentou se levantar novamente, mas ele a segurou com firmeza.
— Calma lá, princesa. Precisamos conversar sobre o que aconteceu ontem. — Ele disse, um tom sério em sua voz.
— Não tem nada para conversar, Felipe. Eu estava bêbada e não me lembro de nada. — Ela tentou se manter firme, mas por dentro estava um caos.
— Olha, eu sei que a situação é embaraçosa, mas eu não quero que você pense que eu sou um aproveitador. — Felipe se sentou na cama, cruzando as pernas. — apenas dormimos juntos, só isso. Preciso te contar o que aconteceu.
Ana suspirou. Ela sabia que não adiantava discutir com ele. Se quisesse ir embora, teria que ser paciente.
— Tudo bem, mas seja rápido. Eu preciso ir para casa. — Ela disse, tentando soar o mais indiferente possível.
Felipe se aproximou, seus olhos fixos nos dela.
— Por que? Você não é casada, por acaso, é? — Perguntou ele, sua voz suave.
Ana assentiu com a cabeça, sentindo suas bochechas corarem.
— Certo, então isso complica as coisas, mas eu não quero que você se sinta culpada. A culpa é toda minha. Eu te trouxe para minha casa, pois não sei onde você mora e... bem, você me beijou, eu te levei para esse quarto, depois de um tempo você acordou dizendo que estava com calor, tirou as roupas, então resolvi ficar aqui com você e o resto você já sabe.
Ana não conseguia acreditar no que estava ouvindo, basicamente havia se oferecido para aquele homem, que ela mal conhecia e ele agiu como um cavalheiro.
— Não, Felipe. Eu também tenho minha parcela de culpa. — Ela disse, sentindo-se dividida entre a culpa e a raiva.
— Não, Ana. Você não tem culpa de nada. Eu deveria ter te levado para sua casa antes, mas pensando bem foi melhor, pois o que seu marido iria dizer, não é? — Ele insistiu.
Uma nova onda de vergonha tomou conta de Ana. Ela não queria discutir sobre quem tinha mais culpa. Só queria sair dali o mais rápido possível.
— Olha, Felipe, eu agradeço por sua sinceridade, mas eu preciso ir agora. — Ela se levantou da cama e começou a procurar suas roupas.
Felipe a seguiu, colocando uma mão em seu ombro.
— Espere, Ana. Por favor, me dê seu número de telefone. Assim podemos conversar melhor sobre isso. — Ele pediu, seus olhos cheios de esperança.
Ana hesitou por um momento, mas no fim, decidiu dar o número errado para ele. Afinal, não havia mais nada a perder.
— Tudo bem. Mas não me ligue muito tarde. — Ela disse, entregando o papel com o número a ele.
Com um último olhar para Felipe, Ana saiu do quarto e foi em direção à porta. Ao abrir a porta da portaria, ela se deparou com um condomínio longo e arborizado. Respirando fundo, ela começou a caminhar, determinada a deixar aquele lugar para trás.
Ana caminhou pela rua. Começou a se lembrar do que ocorreu na noite anterior. Sentiu um nó na garganta e as lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto.
Encontrou um banco em um pequeno parque e se sentou, tentando recuperar o fôlego. Olhou para seu reflexo em uma poça d'água e não reconheceu a garota que a encarava. Seus olhos estavam inchados e vermelhos, e seu rosto pálido.
Começou a pensar em tudo o que havia acontecido. Como ela havia permitido que aquilo acontecesse? Por que tinha bebido tanto? E o mais importante, o que faria agora?
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Atualizado até capítulo 3
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