capítulo 17

#MARCOS#

Uma semana se passou desde que eu conheci o noivo da minha filha, gostei do rapaz admito, o Danilo faz eu me lembrar de mim mesmo na adolescência.

Esses dias eu ando muito melancólico, triste e me lembrando constantemente da minha mãe e no fato de eu não cumprir com as suas expectativas.

A Nathalia me criou para ser um bom homem e me sinto culpado por não ter sido o homem e nem o filho que ela esperava, ela merecia algo melhor, sinto tantas saudades da minha mãe.

Ela era incrível, foi uma mãe e pelo tempo que foi permitido, uma avó maravilhosa, ela abandonou tudo, a vida dela, a liberdade, a oportunidade de amar e costruir uma família, só para poder cuidar de mim, um garoto que não tinha nada a ver com ela.

Na adolescência, tentei fazer de tudo para agradar a Nathalia, mais também tinha uma parte rebelde dentro de mim, que as vezes insistia em sair para afrontar o meu pai, é uma das coisas que vejo em comum com o Danilo.

Eu sei que fiz de tudo para que ela se curasse, mas não consigo parar de pensar no fato, de que, se não fosse por mim, ela ainda estaria viva.

Tem muita coisa na minha cabeça, o casamento da minha filha está se aproximando e está me deixando muito apreensivo.

Mesmo que eu tenha gostado do garoto, mandei seguirem o rapaz e mandei investigarem a vida inteira dele, eu queria estar preparado para tudo, logo eu receberei o relatório e saberei tudo sobre a vida dele e quem a rodeia.

As vezes é tão cansativo, ser forte o tempo todo, a minha vontade era desaparecer com a minha família, mais sei que não é possível, então, as vezes me permito chorar, para ver se a minha alma negra se purifique um pouco.

Eu estava sozinho no escritório, só deixando as lágrimas cairem, perdido em meus pensamentos, até que escutei.

JUAN- Papa, oxe tá bem?- Perguntou ao entrar no escritório, deve ter percebido que eu estava chorando.

MARCOS - Tô filho, não se preocupe.- Disse e enchuguei as minhas lágrimas.

JUAN - Tá babo cumigu?

MARCOS - Não filhão.

JUAN - Si tive, dicupa, só pala de chola.

O Juan era sim muito implicante e marrento,mais ele não gostava de ver ninguém triste.

MARCOS - Eu tô bem garotão, só lembrando.

JUAN- Da vovó?- Perguntou se aproximando de mim, peguei ele no colo e disse.

MARCOS - Sim, eu sinto saudades.

JUAN - Po isso, tava cholando?

MARCOS - Também, o papai tá com muitas coisas na cabeça, mais não é nada com você.

JUAN - O Juan, pode biga com o papa, mais eu amo o muito oxe.- Disse e abraçou o meu pescoço.

MARCOS - Eu também te amo.

JUAN - Agola vamo na sala, a nana já tá ponta pala o baile.

Fui para a sala com o Juan no meu colo, a Aurora estava tirando fotos da nossa filha com o vestido, ela estava muito linda.

Hoje é o baile de formatura da minha filha, talvez o último momento de liberdade que ela terá por um ano, quero que ela se divirta um pouco e esqueça a merda que o pai dele fez.

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