Capítulo 18

Luna...

O dia ontem foi exaustivo, a minha superior me encheu de trabalho. Ela me deixou sozinha na enfermaria, por sorte uma enfermeira mais velha de serviço, me ajudou e me instruiu.

Sou uma pessoa muito na minha, mas se eu resolver falar, ela pode ter certeza que não será apenas com palavras. Não gosto de pessoas que querem ser mais do que os outros, ou que por estarem um cargo a mais, acreditam que podem pisar nas outras pessoas. O comentário que corre aqui dentro, é de que se está onde está, é devido seu pai ser médico e conseguiu esse trabalho para ela. Não sei se é verdade, nem quero saber, já não gostei dela e ponto.

Acordo, faço minhas higienes pessoais, tomo um banho, me troco e tomo café na companhia de Maísa e Natália, quando chego contava para Natália sobre o término dela e de Diego, a deixando muito feliz, percebi em seu olhar.

💭... Essa daí não sabe nem disfarçar! Falsa, ridícula! -penso revirando os olhos.💭

Tomo meu café e sigo para o hospital.

Miguel não me ligou, nem mandou mensagem, me deixando bem frustrada, acreditei que o que rolou naquela noite, havia sido único para nós dois, mas pelo visto foi apenas para mim. O beijo dele não saí dos meus pensamentos, minha pele arrepia apenas com a lembrança de seu toque.

Ao chegar, troco e vou para a enfermaria.

Lucia: Luna, tenho que ir até a UTI, venha comigo!

Luna: Eu não posso, a Paula me proibiu de...

Lucia: Não se preocupe com ela, foi o médico que estava aqui na enfermaria, quem pediu para que nos acompanhasse! Ele viu seu esforço de ontem! Qualquer coisa, disse que é para ela falar diretamente com ele!

Fiquei muito feliz, uma outra enfermeira ficou em meu lugar e eu acompanhei Lucia. Ela é uma mulher muito amável, ela é enfermeira intensivista, ninguém ainda entende o porque dela não ter ocupado esse cargo, em que colocaram Natália.

Vou para a salinha com Lucia, vestimos as roupas adequadas e vamos até a UTI com o médico. Me ensinam tudo desde em obter a história do paciente, até o devido momento em cuidar do indivíduo nas diferentes situações críticas. Confesso que fiquei muito empolgada, Mas tenho certeza que Paula, irá surtar ao saber que vim até a ala da UTI.

Médico: Lucia! -chama entrando onde cuidavamos de um paciente.

Lucia: Sim, doutor!

Médico: Acabei de sair do quarto do filho da doutora Camila, deixei anotado em sua ficha os cuidados e os medicamentos, qualquer coisa estarei em minha sala!

Lucia: Sim, doutor!

Terminamos ali e seguimos para o quarto do filho da doutora Camila, está num quarto particular.

Trocamos as luvas, pegamos as coisas e seguimos até lá, ao entrarmos fiquei estática na porta, não conseguia acreditar. Podia ouvir meu coração bater muito forte, uma angústia instalou-se em meu peito, meus olhos encheram-se de lágrimas.

...💭Não é possível! Miguel?!💭...

Cubro a boca, tentando acreditar no que vejo.

Lucia: Luna! Luna! Luna! -chama insistentemente.

Ouvia ela me chamar, mas não conseguia responder, respirei fundo, fechei os olhos com força para não chorar e voltei a minha atenção para Lucia, que a essas alturas, já estava ao me lado.

Lucia: Está tudo bem, minha querida?

Luna: Me desculpe, Lucia... não sei o que deu em mim! Acho que ver um rapaz tão jovem nessa situação, me deixou impressionada!

Lucia: Concordo, mas não me engana! Pareceu conhecer ele..., não precisa mentir para mim!

Luna: Se eu te contar, vai me achar uma maluca irresponsável!

Lucia me passa uma certa confiança, acabei contando-lhe o que aconteceu naquela noite, entre eu e aquele lindo homem cheio de vida, mas que agora está aqui entre a vida e a morte.

Lucia: Não te acho uma maluca irresponsável, tem coisas que acontecem em nossas vidas que não tem explicação, mesmo! Principalmente, quando nosso coração encontra aquele a quem somos destinados! Vou buscar os medicamentos dele, tem esse tempo a sós com ele... -piscou para mim.

Apenas assenti com a cabeça, ela saiu e me aproximei em passos lentos, conforme chegava mais perto, meu coração batia ainda mais rápido. Não compreendi o que estava acontecendo, apenas deixei que as lágrimas rolassem por meu rosto, deixei esse aperto em meu coração sair em forma de lágrimas.

Luna: Anjos sabem se curar..., bom, assim eu acredito que seja! -digo próxima de seu ouvido. -Então saí dessa logo, Miguel! Estou esperando você me ligar, ou mandar mensagem, me convidando para sair! -acaricio seu belo rosto. -Sei que sabe, que sou eu quem está aqui falando com você, só nós dois sabemos como aquela noite foi especial! -sussurro, passo minhas mãos por seus braços até chegar em sua mão.

Levo um susto quando a porta é aberta. Paula entra acompanhada do irmão de Miguel.

Paula: O que faz aqui?! -pergunta irritada.

Luna: Eu... eu... -tento me explicar, secando as lágrimas.

Ava: Que eu saiba, Luna trabalha aqui! -diz entrando logo atrás deles. -Por que ela não poderia estar aqui!

Paula: Está pribida de entrar aqui!

Ava: Quem a proibiu e por que?

Paula: Eu proibi, porque ainda é muito inexperiente e...

Ava: O que ouço falar de Luna aqui dentro não é isso, Paula! então para tomar uma atitude dessas, deve ter um motivo muito grave!

Lucia: Desculpe interromper! -diz entrando. -Luna está aqui a pedido do doutor Fernando, disse que qualquer coisa era para o procurar!

Luna: Já estou de saída...

Quando tento sair, sinto minha mão ser segurada com muita força, olho para Miguel e o mesmo abre os olhos. Meu coração dispara, minha respiração fica pesada. Ava e Derek se aproximam rapidamente da cama.

Derek: Irmão! -diz segurando a outra mão dele.

Miguel não se move, os seus batimentos alteram.

Paula: Vá chamar o médico Lucia! Me de licença, Luna! -diz tentando se aproximar, mas ele segura minha mão, com mais força.

Luna: Ele está segurando a minha mão eu...

Paula: Já disse para sair, se não vou lhe dar uma advertência!

Derek: Não percebe que meu irmão a quer aqui?! -diz asperamente, visivelmente irritado com a situação.

Paula: Desculpe, não tem como garantir isso, pois o paciente não esta se movimentando, apenas abriu os olhos!

Derek: Então vamos tirar a prova! Miguel, sou eu, seu irmão... está me ouvindo?! Se estiver aperte a minha mão!

Miguel aperta sua mão.

Derek: Ótimo! Quer que a Luna, fique aqui?!

Miguel aperta sua mão duas vezes, deixando todos surpresos.

O médico entra e começa a examinar ele, tento me afastar, mas Miguel não deixa, segura minha mão como se fosse uma segurança que encontrou. Derek e Ava, são levados para fora do quarto, percebendo a tensão, pede que Paula também saía. Fica apenas eu, doutor Fernando e Lucia.

Miguel já não responde como respondeu a seu irmão, apenas segura a minha mão.

Luna: E então, doutor?

Fernando: Miguel entrou em estado vegetativo!

Mais uma vez, as lágrimas rolam por meu rosto, sei muito bem o que isso significa, mas não posso acreditar, afinal presenciei sua reação minutos atrás.

Luna: Mas como é possível?! Ele consegue apertar a nossa mão e quando seu irmão perguntou ele respondeu!

Fernando: Pessoas que estão no estado vegetativo podem abrir os olhos, podem sorrir, agarrar a mão, chorar e gemer, porém não conseguem reagir a um ruído repentino, ou entender o que é dito a sua volta!

Luna: Mas eu estava aqui... eu vi! Ninguém me falou, eu mesma vi, a Paula também viu!

Lucia: E a forma que segura a mão de Luna, indica que sabe quem ela é!

Fernando: Vamos levá-lo para fazer ressonância magnética! Então teremos um resultado mais conclusivo!

Continua.......

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