— Que raiva, Mary! — Stella bufava de ódio em seu quarto. — Angelina tinha que aparecer no final do jantar e roubar toda atenção para ela?!
— Sua irmã sempre foi assim, Stella. Não sei por que você ainda se incomoda.
Mesmo com as jovens crescidas, Mary ainda trabalhava na cobertura da família. Atualmente, ela era governanta e continuava sempre apoiando e incentivando as maldades de Stella contra Angelina.
— Papai não gostou de eu ter comentado que ela era adotada, mas eu fiz aquilo para que todos soubessem o lugar dela nessa casa. Eu sou a única herdeira, a filha primogênita. — Stella era tão maldosa e negativa que o ar ao redor dela pesava.
— Você fez bem-querida, mas tenha mais cuidado ao comentar isso. Você não pode estragar os planos do seu pai e ele quer casar Angelina com alguém muito poderoso. Você sabe que a maioria dos chefes mafiosos mais importantes são mais velhos, não é? — Indagou Mary destilando maldade.
— Não adianta nada ser tão linda e ser obrigada a casar com algum velho asqueroso. — Stella sorriu ao imaginar o destino da irmã.
— Isso se ela ainda for virgem. — Relembrou Mary. — Caso contrário, seu pai vai ter que mandá-la para o mesmo bordel onde ele encontrou a mãe dela. — Mary calou-se subitamente, percebendo que tinha falado demais.
— A mãe de Angelina era prostituta em um bordel? — Os olhos de Stella pareciam que iam saltar das órbitas de tão chocada que ela tinha ficado com aquela informação. — Como assim, Mary?
— Eu falei demais. Não devia comentar sobre isso. — Mary seguiu para porta de saída do quarto de Stella. — Eu ainda tenho muitas coisas para organizar essa noite.
— Agora que começou, você vai ter que continuar falando. — Stella respondeu, impedindo que Mary saísse do quarto.
Receosa, Mary encarou Stella sem saber se devia contar aquela história. Parte dela era fofoca dos funcionários e ninguém tinha como confirmar.
— Bem, eu vou contar tudo que sei a você. Até porque é importante para que você não pense que é a única herdeira de sangue do seu pai, pois Angelina é filha biológica dele sim. — Mary respirou fundo e começou a contar tudo que sabia. — Assim que Angelina nasceu, a mãe dela morreu ao dar à luz e seu pai a trouxe para criar, pois ela não tinha nenhum parente. Eu já era sua babá nessa época e lembro que a senhora Olivia ficou bastante decepcionada com marido, mas se apaixonou pela criança de cara. Angelina era um bebezinho lindo, parecia um anjo. — A babá sorriu relembrando esse momento e Stella bufou, revirando os olhos.
— Até você Mary?! — Ela exclamou com ciúmes.
— Calma Stella, você sabe que você é minha preferida, mas não posso negar que Angelina sempre foi linda. — Mary respondeu continuando a história. — Até aí, todos nós achávamos que a menina não era filha do senhor Joseph e que ele estava fazendo uma caridade ao adotá-la. Contudo, quando ela fez cinco anos, ela adoeceu e fico interna no hospital por bastante tempo.
— Eu lembro disso. Ficava chateada, pois mamãe praticamente me abandonou em casa para ficar direto no hospital com Angelina.
— O que você não sabe é que Angelina precisou de uma doação de sangue e por uma condição sanguínea especial dela, ela só podia receber sangue de um parente próximo. Por ser o pai dela, senhor Joseph foi o doador.
— Então aquela nojenta além de tudo é uma bastarda?! — Stella exclamou chocada. — A prova viva das traições do meu pai. Como minha mãe pode aceitar Angelina aqui?
Tanto Stella, quando Angelina, sabiam que Joseph não era um homem fiel a Olivia e ela aturava tudo com aquilo com muita mágoa, mas Stella não podia imaginar que sua mãe tinha que conviver todos os dias com a prova viva das traições do marido e ainda nutrir carinho e amor por Angelina.
— Eu não conheço pessoa melhor no mundo do que a senhora Olivia, Stella. Como eu falei, ela se apaixonou por Angelina assim que viu aquele bebezinho tão pequeno e inocente.
— Então a mãe de Angelina era uma prostituta de bordel?! — Stella sussurrou de forma sarcástica. — Tal mãe, tal filha. Ela quer todos os homens para ela. Isso está no sangue. Você sabe onde ela trabalhava ou qual nome dela?
— Essa parte aí já é fofoca. Ninguém sabe quem era a mãe de Angelina. — Mary falou, concluindo a história. — E nem você deveria estar interessada nisso. Seus pais não vão gostar nada nada se souberem que falei isso para você.
— Claro que era uma prostituta, Mary! Você já viu mulher direita se envolver com homem casado? — Stella deu uma risada. — Papai sempre foi rico e conhecido na sociedade. Já estava casado com mamãe há dois anos. Praticamente impossível que qualquer mulher nessa cidade não soubesse quem ele era e que era casado! — Stella falava num tom ansioso já maquinando diversas situações para prejudicar Angelina com isso.
— Naquela época, tinha uma moça muito linda que trabalhava no bordel Red. Vários mafiosos importantes participaram de um leilão para passar a primeira noite com ela. — Mary foi relembrando aos poucos disso. — Todas as mulheres casadas da máfia sabiam da existência dessa jovem, mas não posso dizer que ela era a mãe de Angelina... Chega desse assunto. Tome seu banho e vá dormir. — Mary saiu em seguida, deixando Stella sozinha em seu quarto.
Satisfeita com aquela nova informação sobre a irmã, Stella refletiu que usaria aquilo no momento oportuno contra Angelina. Quando você é uma criança adotada, isso remete a sentimentos de compaixão e bondade nas outras mulheres, mas quando você é uma bastarda, tudo é diferente. Uma criança bastarda é sempre fruto de um caso extraconjugal e ninguém encararia isso com bons olhos.
Já não bastava a fama que Angelina tinha de namoradeira e agora, as pessoas também iriam saber que ela era uma bastada. Stella sabia que sua irmã nunca tinha feito nada de mais. Vários rapazes viviam atrás dela, mas nunca nada passou de um flerte inocente. Contudo, por pura inveja e ciúmes, Stella tinha prazer em falar mal da irmã e aumentar o burburinho em torno dela.
Tudo isso ia diretamente contra as ideias de Joseph, que tinha total interesse em manter essa informação sobre a mãe de Angelina em segredo, pois seria difícil conseguir um bom casamento para sua filha mais nova caso todos soubessem que ela era uma bastarda. Ela podia ser linda, mas as tradições familiares na máfia falavam mais alto.
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Atualizado até capítulo 137
Comments
Emilly Carlaine
Velha fofoqueira
2025-04-22
0
Emilly Carlaine
Mds
2025-04-22
0
Silvaneide Ágatha
Jesus
2024-11-28
0