Meu Meritíssimo Vol. 1

Meu Meritíssimo Vol. 1

Prólogo

...Prólogo:...

Suas mãos tocavam suavemente o corpo momentaneamente inerte da menina sobre a cama. Um olhar diabólico emanava de dentro da alma e invadia seus olhos de forma agressiva e brilhante. Prendia dentro de si uma mente cheia de imaginações psicóticas que não pretendia mais prender dentro de si, o monstro queria escapar de sua antiga jaula. Foram anos imaginando coisas abomináveis e pecaminosas com sua enteada que conheceu quando tinha apenas três anos, ainda assim sentiu um desejo descomunal e descontrolador pela garota dos olhos castanho-esverdeados e cabelos extremamente ruivos. Sua mãe, Rose, esteve presente em todos os tipos de atividades que ambos tinham juntos e nunca lhes deu a chance de ficarem sozinhos, mesmo que a atividade fosse apenas assistir a um filme, mas não seria mais assim a partir daquele momento. Por não ser o pai biológico dela, Rose não se sentia segura em deixá-la sozinha com o padrasto que sempre dizia ser o pai de coração de Ana que o adorava e venerava com todas as suas forças, era como o pai que nunca teve, até então. Sua mão gélida tocou o cobertor, retirando cautelosamente do corpo de Anastasia, na intenção de deixar que permanecesse em seu sono.

O homem frio e perverso que, por anos ficou oprimido dentro de alguém que se finjia "bom moço" estava prestes a ser revelado de uma vez por todas. Rose emergencialmente havia os deixado sozinhos, tendo uma viagem de urgente para atender em outro estado. Uma viagem a trabalho. Era alguém importante na cidade, dona de várias lojas de grife espalhadas pelo país. Foi por este motivo que se aproximou e se casou com a mãe da menina, o homem estava falindo e viu em Rose a chave de se manter financeiramente, seu interesse era apenas este. Observava o corpo da adolescente ali em sua frente, ela tinha quatorze anos quando aconteceu pela primeira vez. A pequena Ana vestia apenas uma camisola de tecido fino e sedoso, seus cabelos longos estavam espalhados pela cama e uma das mãos da garota estava bem próxima de seu rosto. A inocência claramente transparecia em seu rosto de menina. Suas mãos tocaram a coxa da menina com malicia, que abriu os olhos com dificuldade devido o sono, ao sentir dedos frios colidirem com sua pele. Olhou imediatamente na direção da presença que sentiu em pé ao lado da cama, vendo seu padrasto. Sentiu-se desconfortável, mesmo não conseguindo imaginar nada do que viria a seguir, afinal, confiava cegamente no homem que a viu crescer.

- Kaloey? Por que está aqui?

Perguntou se sentando, curiosa para o que ele tinha a dizer-lhe. Sua mãe se agradaria de ver o homem sozinho no quarto com sua filha, pensou.

- Shh... Fica quietinha, querida.- Respondeu, alisando os cabelos ruivos da garota.

Ana o encarava confusa, sem entender o real motivo de sua aparição ali. A noite já havia chegado e ele já deveria estar dormindo em sua cama, mas decidiu estar ali, queria fazer mal a pequena. A adolescente inocentemente pensou que Kaloey teria algo importante a dizer-lhe, porém em seu interior, era alertada de que algo nada bom estava prestes a acontecer, que sua vida iria mudar naquela mesma noite, mas não imaginava o que aquele homem seria capaz de fazer, não sabia o quão doentia era a mente dele. Ultimamente Kaloey a estava olhando estranho, ter acordado com o mesmo homem a tocando foi apenas a confirmação de que Kaloey não era quem pensava ser.

Sentiu um calafrio subir pela sua espinha e o medo a invadiu com toda força, sem piedade. Ele nunca havia feito isso, sequer ousou entrar em seu quarto sem permissão ou tocou seu corpo enquanto dormia, muito menos em sua coxa. Apenas a claridade da lua que atravessava a janela iluminava o quarto e mesmo a luminosidade sendo baixa, conseguia ver o olhar sombrio que o homem passava ao olhar para a menina. Se sentiu extremamente incômoda com a presença em seu quarto e desejou que logo fosse embora dali, mas Kaloey parecia estar atordoado, ao mesmo tempo confiante do que estaria prestes a fazer. Ana se levantou indo até a porta, segurou a maçaneta e a forçou, certificando-se de que a porta estava trancada. Seus gestos foram observados pelo homem ainda inerte perto de sua cama. Seu padrasto havia trancado a porta, algo que a garota nunca teve permissão de fazer, pelo fato de que Rose sempre vinha ao cômodo velar seu sono algumas vezes durante a noite, mas havia se esquecido de que agora a ruiva mais velha havia saído.

- Abra a porta.- Pediu cautelosamente enquanto virava para o psicopata em sua frente. Ele apenas sorriu, fazendo um outro calafrio lhe atingir.- Cadê minha mãe? Ela não vai gostar de ver a porta trancada.

Sua tentativa de afastar cautelosamente o perigo de si era completamente em vão. Kaloey tirou a chave de seu bolso e a encarou ao mesmo tempo que um sorriso brotava em seus lábios, trazendo em sua mente, pensamentos de muito pouco tempo antes de adentrar aquele quarto. Havia a imaginado de várias maneiras, entregue a ele e o que mais lhe agradava era ver o medo em seu olhar. Guardou o objeto de volta em seu jeans que não havia tirado desde que chegou do aeroporto, no fim da tarde.

- Ela viajou de última hora e finalmente nos deixou sozinhos. Isso significa que vou ter alguém do meu lado para substituí-la em minhas noites... Carentes.- riu diabolicamente.

Sua personalidade mudava repentinamente, tudo resultado de uma doença mental que possuía, Kaloey além de ser psicopata, também carregava um complexo de superioridade dentro de si. Caminhava lentamente até a menina que já estava com os olhos lacrimejantes e havia compreendido tudo o que iria se passar por ali. Lera histórias como esta em livros de suspense, mas nunca imaginou vivenciar momentos tao devastadores e destruidores como este. Anastasia se viu sem saída e desesperada, queria sair dali a qualquer custo, correr em qualquer direção a fim de receber ajuda. Ela deu mais um passo para trás, sentindo a parede gelada colidir-se com suas costas, o som de seus passos eram aterrorizantes e ecoavam nos ouvidos da menina. Uma lágrima solitária já descia por seu rosto angelical, passou a odiar-se por não ter ido com sua mãe na viagem, por ter confiado em um homem que pensou ser como seu pai. Não acreditava que iria passar por aquela situação, pensou que Kaloey gostava dela como uma filha e sinceramente o amou como um pai, o amou inocentemente, agora estava tudo muito claro. Uma mente doentia, oprimida por anos agora executava o que tanto desejou. Estando já a poucos centímetros de distância, sem muito esforço, estendeu seu braço e tocou com o polegar a bochecha da menina. Ana sentiu coisas horríveis com seu toque, desejava apenas sair dali e pensava em uma maneira de escapar. Ele desceu por seu pescoço lentamente e quando estava bem próximo ao seio esquerdo, ela tentou se proteger, tentou golpeá-lo, mas foi segurada pelo braço fortemente e jogada no chão com muita facilidade, como se fosse apenas um papel. Ela então, desesperadamente começou gritar por ajuda, no entanto sabia que ninguém a ouviria de fato, pois sua casa era muito afastada de todas as outras. Ainda assim Anastasia tinha esperança de que alguém ia passar na rua de frente a sua casa.

— Não sabe o quanto esperei por esse momento.— Disse ele.

— Se não abrir a madeira porta, eu vou gritar!

Kaloey seguiu rapidamente em sua direção e lhe pegou pelo pescoço fazendo-a se calar sendo sufocada por sua força, levantando facilmente a menina e a arremessando na cama.

- Socorro!!!- Berrava sem saber mais o que fazer.- Solte-me!

- Cale-se, vadia!- Proferiu subindo por cima de seu corpo franzino e lhe desferiu um tapa no rosto, divertindo-se com seu sofrimento.- Hoje você é totalmente minha, belezinha.

Aproximou-se de seu pescoço o chupando, beijando e mordendo violentamente, não se importando com seus protestos. Não estava nem um pouco preocupado se iria machucar a menina, só o que queria era satisfazer seus desejos doentis e nogentos. Ela, por sua vez, tentava em vão sair debaixo daquele corpo nojento e nostálgico que a levava aos piores sentimentos, gritava por ajuda, se debatia, mas nada parecia se resolver. Era muito mais forte do que conseguia escapar, o empurrava com todas as forças, mas não era suficiente. Foi então que o sentiu colocando suas mãos por baixo das roupas e não demorou muito até sua camisola e sua roupa íntima estarem rasgadas. Ana se sentiu mais que desesperada, estava prestes a perder sua virgindade a força, ele iria arrancar a inocência de uma garota que o considerou a vida inteira como um pai. Sentia desespero, vulnerabilidade, suas forças não eram suficientes, agora pensou em morrer. Sentir suas sujas mãos em seu corpo, rosto e em seus cabelos lhe dava nojo, desespero e dor. Ele também se despiu. Já sem sua roupa, penetrou na menina com tanta força que era audível um berro de dor. O homem ria da situação, sentia prazer em machucar, em aumentar a velocidade de suas investidas enquanto a machucava. Era apenas uma menina, apenas uma adolescente de quatorze anos que ainda não tinha aprendido muitas coisas sobre a vida. Alguém que viveu cercada do amor de sua mãe ao ponto de não ver maldade nas pessoas.

- Cale sua boca, hein!- Dizia sarcástico.- Não vai contar nada pra sua mamãezinha ou eu mato vocês duas, sua bastardinha.

Nada respondeu, sentia desespero, queria apenas que tudo acabasse. A voz já rouca da menina não havia feito efeito, não fora suficiente para a salvar da pior situação de sua vida. Desejava estar junto de sua mae naquele momento, ou que ao menos estivesse morta, que sua vida acabasse, seria melhor que sentir-se tao destruída quanto estava sentia. A física dor em seu corpo franzino era imensa, porém demasiadamente insuficiente perto do que seu coração transbordava, uma dor que não tinha explicação. Fechou seus olhos e pediu, pediu com todas as suas forças que tudo simplesmente desaparecesse, que tudo não passasse de um sonho, de uma alucinação. Seu coração estava desolado, sem vida, sem esperanças, sabia que era tudo real, isso era claro, mas só queria que sua vida fosse acabada ali, naquele momento. Pediu a forças celestiais que tirassem sua vida ou que a fizesse desaparecer, instantaneamente se esquecendo do pior episódio de sua vida. Quando terminou o cruel ato, a deixou chorando na cama e se levantou, nú e com um ar de superior. A menina já não tinha mais forças para nada senão chorar, o sangue pelos lençóis o fez se sentir ainda mais vitorioso. Uma mente doentia, uma atitude abominável, de alguém que não merecia uma virtude chamada vida. Sorriu diabolicamente para a menina que se sentia assustada, então se aproximou novamente e passou a mão em seus cabelos, ela tentou esquivar-se de seus toques, mas ele puxou seus cabelos novamente com brutalidade. Amedrontada enquanto aquelas mãos grandes e fortes agarravam firmemente seus cabelos, Ana não se moveu. Kaloey sorria, com ar de vitória, como se o que acabou de fazer fosse algo bom e era, pelo menos na cabeça doente dele. Ela fechou os olhos desejando que quando os abrisse, seu agressor sexual não estivesse mais ali, sua pele rejeitava qualquer tipo de toque vindos do monstro em sua frente.

- Pela manhã quero essa bagunça toda arrumada, sua mãe não pode ver esses lençóis cheios de sangue. - Cheirou os cabelos da menina, em seguida, soltando-os com brutalidade.- E trate de colocar um sorriso nessa sua carinha, porque se Rose apenas desconfiar do que aconteceu aqui, você já sabe muito bem o que pode acontecer.- se levantou e pegou suas coisas.- Boa noite, Anastasia.

«------------------------------------»

Alguns meses depois:

A menina chegou da escola e entrou na casa quase chorando mais uma vez, cada canto daquele lugar lhe trazia as memórias mais nojentas e horríveis desde que seu padrasto decidiu tocar em seu corpo, há alguns meses. Depois daquilo, o homem unha fazendo suas barbáries com frequência. Adentrar aquele lugar lhe trazia tanto medo que só de encarar o ambiente já sentia uma imensa vontade de chorar. Deixou sua mochila sobre o sofá na sala e correu para a cozinha em silêncio, desejando que sua mãe já tivesse chegado e estivesse preparando a refeição. A noite anterior foi a pior de sua vida, foi severamente ameaçada de que se contasse a sua mãe, ambas seriam punidas, mas estava disposta a abrir o jogo mesmo assim, talvez as ameaças dele não seriam reais. Talvez Rose tivesse a solução que Anastasia precisava para se livrar finalmente das garras de seu padrasto e ter uma vida feliz novamente, era só isso que queria. Ela sabia que jamais voltaria a ser cem por cento a menina feliz e livre de traumas que era antes, mas pelo menos seria livre de Kaloey. Antes de entrar, parou no corredor e limpou suas lágrimas que involuntariamente caiam de seu rosto. Suspirou escutando o canto de sua mãe e sorriu, o perigo já não mais estaria por perto, sentia segurança na presença da ruiva mais velha. Adentrou a cozinha e a abraçou fortemente enquanto estava de costas. Quando a soltou sua mãe se virou para a filha e a abraçou novamente, sentia-se segura para contar-lhe sobre tudo o que estava se passando na casa.

- Oi, filha!- Rose sorriu.- Uma noite longe e você já sentiu saudades?

Não queria perder o foco do assunto, portanto ignorou o comentário da mãe e começou:

- Mamãe. Eu tenho uma coisa muito importante para te cont...

- Que bom que a família está novamente reunida, não é?

Kaloey adentrou a cozinha ficando bem atrás da garota. Anastasia pulou de susto ao ouvir uma voz grossa e masculina atrás de ambas, se virou, vendo-o entrar pela cozinha com o mesmo olhar da noite anterior.

— Que bom que veio para o almoço, querido.

Rose foi até seu marido, recebendo-o com o abraço e o beijo de sempre. Ana apenas suspirou, sentido o medo a invadir mais uma vez. Enquanto abraçava sua mulher, o homem encarou a garota com um sorriso perverso no rosto.

— Senti que quero acompanhá-las hoje. E então, o que tem de especial para hoje? Estou faminto!

O olhar de alguém que era doente, mas que compriria tudo o que anteriormente prometera, era assim que Kaloey a encarava. Sorriu para a menina que desviou bruscamente o olhar, não poderia mais contar sobre nada do que aconteceu. Não tinha coragem de arriscar a vida de sua mãe, foi então que decidiu guardar para sempre consigo aquele segredo. Foi a pior decisão que já havia tomado em toda a sua vida e talvez perceberia tarde. Abaixou o olhar.

- Sentem-se vocês dois, vou colocar a comida a mesa! Temos macarronada hoje!— Mencionou animada.

- Eu sabia que não me arrependeria de vir!

Ela obedeceu sua mãe e se sentou, Kaloey sentou-se de frente para a menina, não tirava os olhos da mesma que se sentia aterrorizada com seu olhar, era como se a lembrasse constantemente do que poderia fazer se seu segredo fosse revelado. Sorria a todo momento mantendo a farsa, Rose terminou de colocar as coisas na mesa da cozinha e se sentou também com um sorriso deslumbrante no rosto, sentia-se empolgada em saber como fora o primeiro momento de ambos juntos.

- E como foi a noite aqui?

- Foi ótima meu amor.- Colocou a mão sobre a de sua esposa na mesa.- Sua filha e eu fizemos atividades e brincadeiras bem... Divertidas. Não é, Ana?

Encarou-o furiosamente, sentindo um ódio reprimido dentro de si. As lembranças invadiram forçadamente sua memória. A menina forçou-se a focar na pergunta, não podia demonstrar fragilidade diante da mãe que perceberia tudo imediatamente. Apenas concordou com a cabeça.

- Bom, então se divertiram sem mim.- Rose foi a primeira a se servir.- Filha, o que você tinha de tão importante para me contar?

Anastasia encarou a mãe com os olhos levemente arregalados, depois se voltou para o padrasto, que inclinou a cabeça para o lado antes de reforçar a pergunta da esposa.

- É, Ana. Diga-nos.

- Não é nada, mamãe. Só... Coisas de escola.

- Espero que não seja sobre suas notas caírem novamente, mocinha. Você é uma garota muito inteligente, mas ultimamente tem andado muito desapercebida. Se continuar, te levarei em um psicólogo.

- Eu posso ajudar Ana nos estudos, meu amor. Tenho mais tempo em casa do que você, então acho que seria uma boa ideia.

- É claro, querido, uma ótima ideia. Mas mudando de assunto.— Ela apertou a mão do marido.— Ana, eu... Quero dizer, nós temos uma surpresa para você!— Sorriu largamente, tirando algo do bolso e dando para a menina.

— O que é isso?

Perguntou Ana, olhando para um pequeno palito com dois pequenos bastões cor-de-rosa desenhados no meio. Juntou as sobrancelhas.

— Estamos grávidos!

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Comments

Maria Luiza Giuliani

Maria Luiza Giuliani

Que mãe lerda!

2024-03-23

0

Elis Alves

Elis Alves

As notas da criança caíram e ela não percebeu nada de diferente?

2023-11-05

0

Eliziene

Eliziene

coitada dessa menina

2023-10-27

0

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