Capítulo, 04.

⚠️ Alerta Gatilho: Sexo não consensual.

Desde muito pequena eu tenho o sono pesado, por muitas vezes meus familiares diziam em tom de humor que poderiam derrubar a casa e eu não ia acordar, nunca liguei por ter este sono tão pesado, mas algumas atitudes me fizeram começar odiar isso.

Eu estava dormindo bem, mas por algum ato do universo comecei despertar aos poucos, e ainda com os olhos fechados senti um peso sobre meu corpo, tentei me mexer mas estava difícil até que abri os olhos.

Benjamin estava deitado por cima de mim, eu estava sem roupa alguma no corpo, ele havia retirado meu pijama e minha roupa íntima, por estar ainda despertando demorei entender o que estava acontecendo, até que senti uma dor horrível quando ele me penetrou de uma vez, sem eu estar preparada para aquilo.

Tentei empurrar ele mas meus braços foram segurados acima da minha cabeça, eu pedi para ele parar que estava doendo, tentei de várias formas parar aquela situação mas não consegui, tudo que pude fazer foi virar o rosto para o lado e esperar ele acabar.

Quando ele ficou satisfeito e ejaculou em mim, saiu de cima, como se nada tivesse acontecido foi tomar banho e depois voltou para deitar, indo dormir logo após, enquanto eu levantei com uma dor insuportável e fui tomar banho, estava sangrando muito mas o pior era o sentimento de nojo e culpa.

Debaixo daquele chuveiro eu chorei como jamais antes, havia tanto nojo e culpa, eu sequer saberia explicar o que estava sentindo exatamente, mas era como se eu tivesse sido estrupada, outra vez.

Foi difícil conseguir sair daquele banho, dar apenas um passo causava uma dor imensa em mim, eu precisei ser forte para conseguir ao menos ir para a cozinha onde eu fiquei sentada chorando em silêncio.

Horas mais tarde quando ele acordou para ir trabalhar, eu questionei o porquê daquilo, e sua resposta me fez sentir ainda mais nojo da situação, segundo ele, só estava cobrando minha obrigação como mulher.

— Minha obrigação como mulher? Benjamin, você abusou do meu corpo, me violou.. E ainda tem coragem de dizer algo assim?

— Pelo amor de deus, Helena. Onde que isso foi abuso? Você é minha mulher, estamos vivendo juntos a anos, seria abuso se nós dois não fossemos nada.

— Agora pare com seus dramas, não foi nada demais. E se você não quer que eu seja obrigado transar com você ainda dormindo, comece fazer sua obrigação e pare de negar quando eu quiser transar.

O som da porta batendo quando ele saiu, fez com quê eu me assustasse, fiquei parada assimilando tudo aquilo e as lágrimas deslizam por meu rosto, eu me senti culpada naquele momento, não sei exatamente o que trazia aquele sentimento, mas havia culpa pesando em meus ombros.

E foi assim que passei meu dia, chorando pelos cantos com aquele sentimento de culpa dentro do meu peito, tive crises de ansiedade e por mais que eu quisesse não conseguia parar de chorar, minha mente insistia que eu deveria me desculpar com Benjamin, mas meu coração pedia que eu fosse embora, para sempre.

Ao anoitecer, ele chegou e estava com uma expressão ruim, estava bravo comigo, talvez chateado, eu respirei fundo e me aproximei, toquei na mão dele que apenas seguiu meu ato com o olhar, por mais que meu coração gritasse para que eu acabasse com aquele relacionamento, meus lábios foram mais rápidos e eu me desculpei.

— Está bem, eu te desculpo pelo que você fez, mas só porque vamos sair.

Involuntariamente acabei sorrindo ao ouvir que iríamos sair, é raro Benjamin querer me levar para algum lugar, apesar dele não dizer para qual local iríamos, ainda sim fiquei muito feliz em saber que ele queria sair comigo.

— Vai se arrumar, não quero sair daqui muito tarde.

— Para onde vamos? Preciso saber para decidir o que usar.

— Apenas coloque qualquer coisa, e não demore.

Eu concordei e fui direto tomar banho, meu coração me repreendia pelas atitudes escolhidas, mas minha mente apenas focou no fato que finalmente ele iria me levar para sair, isso era praticamente um evento anual em nosso relacionamento.

Meu banho não havia sido demorado, então me arrumei rapidamente, optei por uma saia de couro que ia até a metade das minhas coxas, destacou bem meu quadril, escolhi uma regata branca e um casaco no mesmo tecido da saia, por não ser fã de salto alto acabei optando por um sapatênis, olhei o look final e até que não ficou estranho com o calçado que escolhi.

Como nunca fui de muita maquiagem, fiz apenas um delineado, depois passei máscara de cílios e por fim usei um batom de cor neutra, em um tom mais próximo dos meus lábios, por fim coloquei alguns acessórios e prendi meu cabelo em um rabo de cavalo.

Estando pronta desci as escadas e Benjamin estava vestido muito elegante, eu questionei o porquê mas ele não deu explicações apenas agarrou na minha mão e quase me arrastou para o carro que já estava estacionado na frente de casa.

Foram longos minutos com ele dirigindo até que chegamos no local, eu quase não sai do carro porque pensei que iríamos para um lugar reservado, onde só haveria nós dois, e de repente havia fotógrafos, estávamos em um evento que parecia importante demais para mim estar de saia e sapatênis.

Entrei praticamente obrigada, e ainda entrei poucos passos atrás dele, Benjamin se recusou me dar a mão ou expor que estava comigo, assim que entrei no salão me senti como um patinho feio em meio lindos cisnes, todas as mulheres e homens estavam em trajes belíssimos, eu parecia uma adolescente indo para o shopping, enquanto as outras eram mulheres com vestidos caríssimos.

Eu me encolhi um pouco e queria me esconder ou chorar, mas se eu saísse de repente poderia gerar falatórios, tudo que pude fazer foi acompanhar os passos do meu cônjuge, eu ficava um passo atrás dele enquanto observava e ouvia ele interagindo, ele sorria simpático, totalmente oposto do que eu conhecia.

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