Capítulo 7 - Reflexão I

📍Atenção:

Esse capítulo contém conteúdo de estupro e violência. Em caso de gatilhos pule.

A autora não compactua com tais crimes, só está contando uma história.

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Otto

Hoje é o dia da apresentação de Bella, a mansão está uma loucura. Não gostaria que esse dia chegasse tão cedo, mas enfim, ele chegou e tenho que aprender rapidamente a lidar com isso.

Não estou bem, estou emocionalmente exausto. Com intuito de ficar sozinho vou para o meu escritório, lá faço uma retrospectiva de toda a história da minha família...

Depois que assassinei Atis, o infeliz que deveria ser um pai para nós, senti um enorme alívio percorrer em meu ser. Senti lá no meu íntimo um peso saindo de dentro das minhas entranhas. Mas algo também chamou minha atenção, senti prazer nesse feito.

Minha vida sempre foi muito ruim, cresci sofrendo maus tratos físicos e psicológicos dia a após dia por esse crápula.

A convivência com Atis era completamente difícil, ele era totalmente lunático e psicopata, um verdadeiro pesadelo.

O pior não era as dores que ele causava em meu corpo e em minha mente, a dor maior, a excruciante, era a que ele causava em minha mãe. Ela não merecia passar por tantas merd@s.

Minha mãe era uma mulher jovem de beleza exuberante, por ser descendente direta da Deusa Selene tinha atributos que não permitiam que ela passasse desapercebida, encantava as pessoas não só por sua beleza como também por sua forma de ser, era sempre prestativa e muito bem educada com todos.

Podia-se dizer que ela era um partidão, a passagem para uma vida de riquezas e poder, já que sua família fazia parte da monarquia, sua mãe era a irmã da rainha.

Por ser de família Nobre possuia um alto status social com privilégios bem atrativos. Assim sendo, era cobiçada por muitos homens e invejada por muitas mulheres.

Mas, para ela, o status e nada que vinha com ele importava, ela gostava das coisas simples da vida, sempre cheia de vida amava ir as festas da Aristocracia e era cheia de sonhos românticos, até que em um dia, em uma dessas festa, conheceu Atis, o pior ser de nossa raça.

Atis era um lobisomem arrogante, prepotente, desonesto, cruel e que tinha como vício o prazer através da tortura em outros de mesma espécie.

Ele era doentio! Já jovem cometeu várias atrocidades e sua ruindade só piorou com o passar do tempo. Tudo se intensificou quando sua magia aflorou. Sim, Atis era híbrido, metade lobisomem, metade mago/bruxo o que deixava tudo mais complicado.

Já naquela época, magos/bruxos foram exilados para o Ponto Nemo (lugar altamente vigiado para que essa espécie pudesse viver sem causar o caos na sociedade como em outras décadas). Porém, por uma infelicidade Atis também era Lobisomem e fazia parte da Aristocracia. Como era mestre na arte de manipular fizera todos acreditar que a parte Lobisomem predominava o seu ser a ponto da parte mago/bruxo ser inibida e não oferecer riscos. Por esse fato ele não foi exilado junto com outros magos/bruxos.

Mas ledo engano, Atis além de levar vantagem dessa falsa constatação para permanecer na alcatéia, aprimorou sua manipulação em um nível que tinha total poder sobre a mente do outro, deixando muitos totalmente loucos e a mercê de suas vontades.

Foi exatamente o que aconteceu com Agatha, ele a estuprou, enlouqueceu, tirou sua alegria, suas forças, até que não restou mais nada.

Tudo começou no dia da apresentação de Agatha na Aristocracia, como todo evento desse tipo o salão estava cheio, repleto de interesseiros a busca de um negócio vantajoso.

Ter Agatha como esposa era ter uma aliança forte, já que ela vinha de uma família influente e poderosa. Vários pretendentes tentavam convencer os pais de Agatha para tê-la. Atis foi um desses pretendes, assim que a viu desenvolveu uma fixação louca por ela, mas não foi bem visto pela família de Agatha a ponto deles entregarem seu tesouro para Atis.

Descontente, ele frustou todo pedido de casamento que Agatha recebia. Durante meses ele a seguiu, a intimidou com olhares e não permitia que nenhum outro Lobisomem atrapalhasse seu objetivo.

Com o tempo a loucura de Atis por Agatha só aumentou, até que ao vê-la conversando com Kir, um possível pretendente, perdeu o controle de vez.

Ele interceptou Agatha quando ela voltava para casa, puxou-a até um beco escuro e alí a estuprou, quando acabou deixou ela jogada no chão, completamente rasgada e com escoriações por todo corpo, a todo tempo Agatha tentou conter seu algoz, mas sua tentativa só o irritou mais e ele a espancou.

Agatha chegou em casa muito fraca e machucada, tentava processar o que acabara de acontecer, sangue escorria por suas pernas, sua pele estava com cortes profundos e uma dor dilacerante em seu ventre.

Ao ver aquela cena seus pais ficaram horrorizados, mas a maior preocupação deles não era com a saúde e nem com emocional abalado de Agatha, e sim como é que essa situação poderia implicar em seu status, certamente perderiam o respeito por ter uma filha que não soube se valorizar e fora violentada. Absurdamente na época, acreditava que as mulheres de alguma forma quando estupradas eram as culpadas, pois não se deram o respeito, atiçando os desejos animais do sexo masculino com seus comportamentos insinuantes.

Para os pais de Agatha, ter uma filha vulgar que fora estuprada era inadmissível, ela teria que casar, nem que para isso seus pais fizessem um acordo pra lá de vantajoso a Atis.

Era tudo que Atis esperava, ter Agatha e ter um grande poder em suas mãos. Dessa forma iniciou a era de Atis e suas manipulações, agora ele estava infiltrado dentro da monarquia, tudo de ruim poderia acontecer.

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