Capítulo 16

Mariana: Que pena que já vai embora, eu adorei a sua visita.

Geovana: Tenho que ir logo, senão vai anoitecer e eu não quero andar por aí sozinha a noite.

Mariana: Você tem razão, é muito perigoso.

Geovana: Próxima vez que eu vier aqui, quero conhecer esse seu namorado.

Mariana: Acho que da próxima vez que você vier aqui, ele já estará de volta ao trabalho.

Geovana: E como vocês vão fazer?

Mariana: A gente ainda não conversou sobre isso, e eu também vou embora daqui esqueceu?

Geovana: Verdade, tinha esquecido esse detalhe. Ele já tentou ir além dos beijos?

Mariana: Não, ele sempre me respeitou.

Geovana: Ele sabe que você é virgem?

Mariana: Claro que não, ele não ia me perguntar uma coisa dessas e nem eu ia falar também.

Geovana: E se ele tentar? Você vai se entregar a ele?

Mariana: Eu não sei, quando eu estou com ele esqueço tudo que as irmãs nos ensinaram e acho que se tivesse surgido a oportunidade eu teria me entregado sim.

Geovana: Então você gosta mesmo dele a esse ponto?

Mariana: Sim, quando eu vi ele pela primeira vez eu senti algo diferente, que nunca tinha sentido antes, eu nem conseguia falar direito na frente dele.

Geovana: Só te peço que vá com cuidado, você conhece ele a tão pouco tempo, não vá se entregar assim tão facilmente, eu sei que nos ensinaram a sempre ter fé nas pessoas, mas existem muitas pessoas mal intencionada por aí.

Mariana: Eu sei, eu vou tomar cuidado.

Geovana: Agora eu vou mesmo.

Mariana: Quando você chegar em casa liga para o celular do meu tio, para avisar que chegou bem.

Geovana: Está bem.Tchau.

Mariana: Tchau.

Geovana soltou um suspiro feliz ao entrar em seu fusca vermelho depois de um dia maravilhoso com sua amiga Mariana. Elas conversaram, fizeram o almoço, riram muito e aproveitaram cada minuto juntas. Ela sentia-se grata por ter uma amiga tão especial.

Enquanto dirigia seguindo o mesmo caminho de volta, Geovana passou pelo trecho em que tinha encontrado com o Théo mais cedo. Ela lembrou-se do jovem bonito parado e perdido sem saber o que fazer. Ela sorriu involuntariamente.

De repente, ela lembrou que nem sequer perguntou o nome dele. Ela se sentiu um pouco constrangida por isso, pois acreditava que era educado perguntar o nome de uma pessoa que acabou de conhecer.

Ela balançou a cabeça, rindo de si mesma. Geovana: Com certeza não estou acostumada a conversar com estranhos.

Depois de uma longa viagem Geovana estacionou o carro em frente ao seu pequeno apartamento e suspirou. Ela estava exausta mas feliz depois de um dia tão agradável. Passar o tempo com Mariana e se sentir conectada a outra pessoa era algo que ela valorizava muito.

Ela entrou no apartamento, tomou um banho rápido e se deitou na cama. Enquanto se aconchegava nas cobertas, ela pensou no dia que passou e sorriu. Ela sabia que tinha muitos motivos para se sentir grata e feliz.

A noite chegou e o Otto foi buscar a Mariana que já estava esperando por ele toda animada.

Otto: Já está pronta?

Mariana: Sim, podemos ir.

Os dois saem de mãos dadas e vão até a praça.

Otto: Você parece animada hoje?

Mariana:É que recebi a visita de uma amiga. E como foi com o seu primo?

Otto: Tudo bem, eu achei que ele ia demorar mais um pouco, mas foi embora antes do almoço.

Mariana: Se eu soubese teria levado a minha amiga, ela disse que queria conhecer você.

Otto: Próxima oportunidade você nos apresenta.

Mariana: Acho que você vai gostar dela, ela é muito legal.

Otto: Eu imagino que seja.

Mariana: Você está com algum problema? parece tenso.

Otto: É que meu primo me disse que o meu avô não está bem, e que eu preciso voltar para o trabalho.

Mariana: Então você já vai embora?

A Mariana fica triste com a possibilidade de se afastar dele.

Otto: Sim, eu preciso ir, mas não quero me afastar de você.

Mariana: Eu também não quero ficar longe de você.

Otto: Então vem comigo.

Mariana: Ir com você?

Otto: Sim, casa comigo e vamos embora juntos.

Mariana: A gente mal se conhece e você já está falando em casamento.

Otto: É que eu já tenho a certeza que é com você que eu quero passar o resto da minha vida.

Mariana: Eu não sei o que dizer.

Otto: Diz que sim, ou você não gosta de mim o suficiente?

Mariana: Gosto, claro que gosto, eu só acho precipitado.

Otto: Eu não acho, eu amo você e quero você comigo, mas se você tem dúvidas do que sente por mim eu entendo.

Mariana: Eu não tenho dúvidas, eu só acho que a gente poderia esperar mais um pouco.

Otto: Esperar o que? Se a gente se ama, para que perder tempo.

Mariana: Porque você quer casar assim tão rápido?

Otto: Um dos últimos conselhos que meu pai me deu antes de morrer, foi que eu deveria trabalhar menos e aproveitar mais a vida, e ele tinha razão, à muito tempo eu não tirava férias e foi a melhor coisa que fiz, pois conheci você e não quero ficar longe, quero você comigo.

A Mariana ficou emocionada com o que ouviu, e pela primeira vez agiu por impulso e resolveu aceitar o pedido de casamento.

Mariana: Tudo bem eu aceito.

Otto: Não sabe como fico feliz.

Sem dizer nada, ele a puxou delicadamente para mais perto e a beijou suavemente. Ele sentiu algo diferente, algo ainda mais intenso do que as vezes anteriores em que haviam se beijado. Ele ficou confuso, sem entender o que significava aquele sentimento. O beijo durou alguns segundos, mas foi o suficiente para deixar um clima de tensão no ar. Mariana olhou para Otto, tentando entender sua expressão e por que ele estava tão quieto.

Depois de alguns segundos em silêncio, ele finalmente encontrou as palavras que precisava dizer.

Otto: Eu sinto algo diferente quando estou com você. É como se tudo tivesse mudado desde aquele primeiro beijo. Eu não sei o que é isso, mas não consigo tirar você da minha cabeça.

Ele não mentiu, esses dias convivendo com ela, despertou um sentimento, mas ele ignorava, e estava decidido ir até o fim com a vingança.

Mariana sorriu, abraçando-o com força. Pois era isso que ela sentia também.

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