capítulo 10

No domingo, a família Gusmão começou a arrumar as coisas para a mudança, Alexia e Vitória, conseguiram alugar um apartamento perto da nova escola da criança.

Não era um lugar muito grande, mais era confortável e era em um bairro bem mais seguro.

Havia três quartos, banheiro em todos os quartos, sala e cozinha, além de estar tudo devidamente mobilhada.

Eles só levaram as poucas roupas que tinham, panelas, toalhas, lençóis e outras coisinhas que Alexia e Vitória compraram.

O senhor Giuseppe, um italiano, que era dono de uma quitanda de frutas, imprestou o caminhão e as ajudou a levar tudo para a casa nova.

Chegaram já ao anoitecer, descarregaram tudo do caminhão, agradeceram ao Senhor Giuseppe e começaram a organizar um pouco a casa.

Deram prioridade aos quartos, já que Alexia iria trabalhar no dia seguinte e as crianças iriam para a escola.

E assim foi, foram dormir por volta das 22h, e mal tinham conseguido terminar de arrumar o quarto das crianças.

Na manhã seguinte, acordaram bem cedo, se arrumaram e foram tomar café na padaria da esquina, já que não tinha como preparar qualquer tipo de refeição.

Tomaram um café reforçado, depois Alexia deu um beijo em seus filhos e foi para o ponto de ônibus para conseguir chegar ao trabalho na hora.

Vitoria levou os sobrinhos para a escola, que ficava a quatro quadras dali, era uma escola muito boa e conceituada.

Tanto Vitória quanto Alexia queriam que as crianças tivessem a melhor educação possível e agora conseguiriam proporcionar isso a elas.

VITORIA - Bom chegamos, quando acabar as aulas, eu venho buscá-los, por favor não vão sozinhos.

APOLO - Pode deixar, eu vou tomar conta das duas.

VITÓRIA - Eu sei meninão.- Disse bagunçado o cabelo do sobrinho, que sorriu.- Athena, nada de brigas, não importa se te provocarem, segura esse demônio.

ATHENA - Eu vou tentar tia, mais não prometer nada.

VITÓRIA - Princesinha.- Disse para a Aurora.- Eu sei que você gosta de ficar no seu mundinho, mais não desliga o aparelho, tá bem?

A menina concordou com a cabeça, Aurora tinha o costume de desligar o aparelho auditivo, para poder ler sossegada, mas como era uma escola nova, Vitória tinha um pouco de medo.

VITÓRIA - Fiquem de olho nela.

ATHENA - Não se preocupe.

APOLO - Pode contar com a gente.

VITÓRIA - Agora vão para não se atrasarem.- Disse ao ouvir o sinal.

Vitoria deu um beijo nos sobrinhos e ficou vendo eles entrarem, antes de ir embora, escutou alguém chamando o seu nome, ela se virou e se deparou com Murilo.

VITÓRIA - Oi Murilo, como vai?

MURILO - Bem, o que faz aqui?

VITÓRIA - Vim trazer os meus sobrinhos, agora eles estudam aqui.

MURILO - Que maravilha, vamos nos ver sempre então, a Rafa, também estuda aqui.

VITÓRIA - Legal.- Vitória percebeu alguns olhares sobre eles, principalmente para ela, havia raiva neles, e imediatamente intendeu a situação.- Bom eu tenho que ir.- Disse virando as costas.

Murilo foi rápido e pegou na mão dela, a impedindo dela der um só passo.

MURILO - Espera, eu queria saber se você quer sair para jantar comigo, qualquer dia desses.

VITÓRIA - Murilo, eu vou ser direta, te acho um cara legal, bonito e coisa e tal, mais não tô afim de ser mais uma na sua lista.

MURILO - Como assim?

VITÓRIA - É só olhar em volta, dá para ver que você já deve ter traçado metade das mãe e professoras dessa escola, com todo o respeito, você não parece ser um homem que quer um compromisso e eu não queri rolo com ninguém.

MURILO - Eu, eu entendo.- Disse de cabeça baixa. - Tchau.- Disse indo em direção ao seu carro.

Vitoria voltou para casa e começou a arrumar o resto das coisas, ela se sentiu mal por tudo o que disse para o Murilo, mais era melhor já cortar as asinhas dele.

A última coisa que ela precisava era um homem galinha, que iria usar ela da maneira que quisesse e depois iria descartá-la.

Vitoria nunca teve nenhuma experiência com homem, nunca nem se quer beijou um, desde do que aconteceu com a Alexia, ela se mantém afastada dos homens, não quer se iludir, para não se ferir.

Ela sabia que um dia poderia se apaixonar, ela só esperava que quando chegasse o momento, ela fosse correspondida.

#COM A AURORA#

Na hora do recreio, Aurora procurou um canto sossegado para ela poder ler, apesar da pouca idade, era uma criança que se via que teria um futuro promissor.

Estava muito concentrada em cada palavra que lia, que nem viu que alguém se aproximou, se sentou a o seu lado e lhe deu um pirulhito.

MARLON - Olá.

AURORA - Oi.- Disse em sinais.

Era o seu mecanismo de defesa, quando não estava confortável em um ambiente novo, e para a sua surpresa, Marlon respondeu.

MARLON - Não falo muito bem, mais consigo entendê-la, minha vovó Carina também é surda.

AURORA - Qual o seu nome?- Perguntou normalmente.

MARLON - Você fala?- Perguntou colocando as mãos na cintura, fingindo indignação.

AURORA - Falo, só tava te testando.

MARLON - Estamos na mesma sala, eu me chamo Marlon e você?

AURORA - Eu me chamo Aurora.

MARLON - Você é nova aqui, não é?

AURORA - Sim, meus irmãos e eu começamos hoje.

MARLON - Bem que eu vi uma menina igual a você, vocês são gêmeas?

AURORA - Somos trigêmeos.

MARLON - Como a sua mamãe fez três bebês caberem na barriga dela?

AURORA - Eu não sei, eu vou perguntar para ela.- Disse com cara de pensativa.

MARLON - E o seu papai?

AURORA -Ele se chama Henrique, é um homem. muito bonito e importa.- Disse chupando o pirulhito que Marlon lhe deu.

MARLON - Eu tenho um tio com esse nome, eu ainda não o conheço, mais a minha mamãe me disse que ele vai ser o meu novo papai, mais eu não posso falar para o meu pai de agora, é segredo, não pode falar para ninguém.

AURORA - Não vou falar nada, qualquer coisa eu finjo que não escutei.

MARLON - Te achei muito linda, quer se a minha namorada?

AURORA - Quero sim, o que namorados fazem?- Perguntou olhando curiosa para Marlon.

MARLON - Acho que anda de mãos dadas.

Nesse momento o sinal tocou, Marlon pegou na mão de Aurora e foram para a sala de aula.

❤️❤️❤️❤️❤️❤️

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