capítulo 9

Alexia reconhecia o lugar, era o restaurante mais famoso e caro da cidade, ela sempre passava na frente, desejando um dia poder levar os filhos.

Assim que entraram no restaurante, foram levados a uma mesa, com vista para a cidade, Henrique puxou a cadeira para ela, depois deu a volta e se sentou do outro lado.

Fizeram os pedidos e Henrique pediu um vinho para tomarem e conversarem, ele queria conhecer mais sobre a sua misteriosa secretária.

HENRIQUE - Então, gostou do lugar?

ALEXIA - É muito bonito.- Disse admirando a vista.- Muitas vezes quis trazer as crianças aqui.

HENRIQUE - Deve ser difícil cuidar de três crianças, ainda mais sozinha.

ALEXIA - É bem difícil, apesar de que a minha mãe e a Vitória sempre me ajudaram, é realmente difícil.

HENRIQUE - Desculpe perguntar, mais o pai deles, não tinha dinheiro para cuidar dos três?

ALEXIA - Ele não tinha caráter, dinheiro ele tinha até de sobra.- Disse tomando um gole de vinho.

HENRIQUE - Eu te chamei para conversar, quero conhecer a sua história, para então decidir o que fazer.

ALEXIA - Bom, me avisa se conhecer essa, uma jovem ingênua e cheia de sonhos, se apaixonou pelo professor bonito e charmoso, começaram uma relação, ela se entregou de corpo e alma para ele, ele a usou como quis, e quando ela foi contar que estava grávida, descobriu que ele era casado e já tinha dois filhos.

HENRIQUE - Desgraçado.

ALEXIA - A esposa dele era filha de um importante político, espalhou para todos que eu seduzi o marido dela, eu sai como uma p#ta, destruidora de lares e eles foram para terapia de casal.

HENRIQUE - Ele nunca perguntou sobre os trigêmeos? Nunca procurou saber deles?

ALEXIA - Não, de vez em quando eu fico sabendo da vida dele pelas notícias, mais nunca disse para as crianças quem é ele.

HENRIQUE - Faz bem, ele não merece ser chamado de pai, você não teve nenhum apoio?

ALEXIA - O meu pai expulsou a minha mãe, a minha irmã e a mim de casa e colocou outra mulher, que de acordo com ele, daria um filho homem para ele, juntamos o pouco que tínhamos e viemos com a cara e a coragem para cá, dois anos depois a minha mãe faleceu, ficamos só nos cinco no mundo e aqueles três são, absolutamente tudo para mim.- Disse sorrindo, Henrique consegui ver as palavras de amor que saiam da boca dela, quando falava dos filhos.

Logo a comida chegou e começaram a conversar sobre assuntos aleatórios, Henrique se sentia bem em conversar com uma mulher inteligente e que entendia sobre os assuntos que ele gostava.

PRATO DA ALEXIA.

PRATO DO HENRIQUE.

Depois pediram um café e uma sobremesa para os dois e Alexia indagou.

ALEXIA - Mais e você?

HENRIQUE - O que?

ALEXIA - Eu passei a noite inteira falando de mim, você sabe o que eu passei, mais eu não sei nada de você.

HENRIQUE - Bom, eu sou filho de pais separados, apesar do meu pai alegar que não se lembra de nada, mas a menha mãe pegou ele na cama com uma das empregada da casa e um mês depois ela apareceu grávida, a minha mãe se divorciou na hora, o meu pai ainda tenta voltar com ela, mais a dona Teresa é durona.- Disse e tomou um gole do café.

ALEXIA - Qual foi a sua última namorada?

HENRIQUE - Eu namorei uma mulher na faculdade, o meu sonho era casar com ela e construir a nossa família juntos.- Disse com dor no coração, era a primeira vez que se abria de verdade.

ALEXIA - O que aconteceu?

HENRIQUE - Na noite da minha formatura, meu pais deram uma festa para me apresentar como sucessor do meu pai, nesse dia eu descobri que ela estava trep@ndo com o meu irmão e ainda por cima, estava esperando um filho dele, eu fiquei devastado e cortei laços com eles, faz tempo que eu não vejo a minha família.

ALEXIA - Vocês tinham uma boa relação?

HENRIQUE - Mas ou menos, sempre fomos muito diferentes, eu sempre gostei de estudar, era responsável, queria construir as coisas por eu mesmo.

Já o Heitor, sempre foi rebelde, mal ia para a escola, só pensava em gastar desenfreadamente, com mulheres, bebidas, ele usou drogas por um tempo, e eu sempre fiz tudo certinho, mesmo assim, a Marisa escolheu ele, os dois estão casados e tem um filho, o meu sobrinho Marlon, que eu nem conheço, não consigo vê-los juntos, dói.

ALEXIA - O que o seu irmão fez, foi muito errado, ele deveria ter ao menos um pouco de consideração.

HENRIQUE - Pois é, se ele fez isso com o próprio irmão, o que não seria capaz de fazer com os demais.

ALEXIA - Você ainda ama a sua ex?

HENRIQUE - Não, na minha opinião, o amor pode ser o maior que for, mais se não for cuidado e desprezado, uma hora o coração se conforma e busca seguir em frente, e você, ainda sente algo pelo pai das crianças.

ALEXIA - No primeiro ano, foi bem difícil, ele foi o meu primeiro em tudo, o meu primeiro amor, primeiro beijo, a minha primeira vez, mais com o tempo eu me convenci que foi tudo mentira e ele acabou se tornando a minha primeira decepção, não o amo mais, não sinto nada em relação a ele, mais o que me incomoda é que, enquanto os filhos dele com a esposa tem carros de um milhão de dólares, eu tenho que me desdobrar para que não falte o pão de cada dia para os meus filhos.

Henrique pegou a mão dela com delicadeza e disse olhando em seus olhos.

HENRIQUE - Você e as crianças são boas de mais para ele.

Conversaram por mais alguns minutos, depois como Apolo intimou, Henrique a levou para casa.

Dessa vez o caminho foi feito, em torno de uma conversa agradável sobre as cidades onde os dóis cresceram, Alexia cresceu em uma cidade interiorana e preferia a calmaria do campo, já Henrique gostava do caus da cidade grande.

Chegando na porta da casa dela, Henrique abriu a porta do carro para Alexia, ela saiu, ficou de frente para ele e disse.

ALEXIA - Apesar de tudo, eu me diverti bastante.

HENRIQUE - Eu também, mais eu queria encerrar essa noite a altura.

ALEXIA - Como?- Perguntou confusa.

Henrique a puxou pela cintura, colocou a outra mão em seu rosto e a beijou, ficaram um bom tempo ali, passeando pela boca um do outro, até que tiveram que parar por conta da falta de ar.

Alexia não disse nada, só deu as costas e entrou em casa, Henrique sorriu satisfeito e foi para casa, com o sabor dos lábios da moça em sua mente.

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